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No mês das mulheres, conheça algumas que fazem a diferença na sociedade

Eartha 1“Ser mulher de verdade é uma arte que exige atitude, delicadeza, força e charme”. Nada mais preciso do que a expressão de uma própria mulher – no caso, a escritora Wandy Luz – sobre seu próprio universo. A “mulher virtuosa” tem valor que “muito excede ao de rubis”, “fortalece seus braços”, “estende suas mãos ao necessitado”, “abre sua boca com sabedoria”, é chamada “bem-aventurada”, numa visão a partir do universo masculino – esta, do rei Salomão. De certo, essas características estão contidas no caráter de mulheres que fazem a diferença na construção de uma sociedade melhor.

A missão de Eartha Lins (2ª da esquerda para a direita, de calça jeans clara), 61, é se dedicar ao próximo, integralmente. Através da Missão Atitude, ela envolve voluntários, entidades religiosas, filantrópicas e empresas no atendimento a necessidades sociais diversas e ações comunitárias. No projeto “Mulheres de Atitude”, ela reúne um grupo de mulheres com o objetivo de despertar talentos e potencialidades e incentivar experiências pessoais.

“Fazemos café da manhã no Hospital das Clínicas, jantar no Hospital Infantil, de 15 em 15 dias. Tem projeto de incentivo à leitura para crianças na pracinha de Itararé, uma vez por mês. Durante o ano inteiro fazemos ações em asilos, campanha para arrecadação de materiais diversos, de chinelo, brinquedo para crianças, campanha de lenço para mulheres em quimioterapia, campanha de material de higiene para mães que ficam com filhos internados, que vêm do interior”, relata a missionária.

Saúde e vida
Mais de cinco mil pessoas já foram atendidas em 14 anos do programa Saúde & Vida, idealizado e coordenado pela assistente social Miriam Nunes, 52, na Primeira Igreja Batista de Vitória. Através do programa, famílias carentes das comunidades no entorno do Centro de Vitória recebem atendimento médico, dentário, psicológico, fonoaudiológico, advocatício, social, além de ter encaminhamento ao trabalho e receberem cestas básicas, roupas, calçados, corte de cabelo.

“Continuamos caminhando e contribuindo. Vemos a pessoa com sua história de vida, e fazemos o acompanhamento. São muitas histórias. Mulheres que sofriam de violência doméstica; criança com direitos privados; casamentos que iam ser dissolvidos; crianças que sofriam bullying por causa do dente; pessoas com ideação suicida… Em todos esses casos, pudemos ajudar a mudar essas situações”, comemora a assistente social.

Referência na avó e empreendedorismo
A funcionária pública Patrícia Neitzel, 38, também é uma mulher dedicada à causa social. Por influência da sua avó Norma Neitzel, conhecida na comunidade de Caratoíra como Dona Tuza – falecida há cinco anos – ela iniciou, 14 anos atrás, o projeto social Pequeninos do Morro, que atende crianças de Caratoíra, Santo Antônio, Alagoano e Morro do Quadro. Cerca de 800 crianças já foram atendidas pelo projeto através de atividades lúdicas, cursos, artesanato, fornecimento de material escolar, passeios e assistência social e psicológica. Este ano, duas das crianças do projeto estão sendo encaminhadas para a realização de “peneira” no time do Flamengo.

“Crescemos vendo nossa avó ajudar as pessoas. Na nossa vizinhança ela sempre foi a alma bondosa. Ela foi e continua sendo a grande inspiração do projeto. Nunca podemos deixar de sonhar e sempre lutar, almejando o melhor para nosso futuro, nossas crianças”, declara Patrícia.
Maíra Chagas é exemplo de como a criatividade, a visão e a determinação de uma mulher pode levantar uma família. Há quase quatro anos, prestes a se formar, descobriu que estava grávida. E da descoberta, uma mudança: deixou de trabalhar longe de casa para iniciar seu próprio negócio.

Ela passou a produzir frutas em forma de snacks, um serviço que permitiu ficar mais com a filha. Pouco tempo depois seu marido também apostou no empreendimento e começou a trabalhar com ela em casa. “O primeiro ano foi difícil. Cuidado redobrado com a criança e trabalhando dentro de casa. Chegamos a vender salada de frutas na praia para ter dinheiro para comprar insumo e fazer Sequinhas”, relata a empresária.
Hoje, em seu quarto ano, a marca é sucesso no ramo da alimentação saudável. Os produtos já são comercializados em 140 pontos no Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas, Bahia e Distrito Federal.

O segredo desse sucesso? “Muita determinação. Esses anos têm mostrado que quando a gente quer, temos que abdicar de algumas coisas, e precisamos dedicação, muita força e fé, para conseguir o que temos na vida. Hoje vivemos da empresa, que sustenta outras cinco famílias. Digo para as mulheres que nunca desistam, pois temos uma força que move o mundo. Podemos tudo! Basta ter força, foco e muita fé!”.

Dani PapoEla incentiva o protagonismo
Investigadora da Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) há 15 anos, Danielle Leonel, 45, não é somente referência para outras policiais e mulheres adultas. Também é uma grande inspiração para adolescentes. Juntamente com outros dois policiais civis ela é pioneira do projeto Papo de Responsa, em ação desde 2013, levando consciência e protagonismo para meninos e meninas de 14 a 16 anos, nas escolas públicas do Espírito Santo. O ‘Papo’, segundo ela, é o “projeto de sua vida”, que já atendeu mais de 20 mil adolescentes.

“Em 2011 conheci o Papo de Responsa, que existe há mais de 15 anos no Rio de Janeiro. Nós, três policiais civis, nos inquietamos a busca essa história e trazer para nós. Fomos aos RJ para fazer o treinamento”, relata a investigadora. Gratidão é a palavra que define o sentimento de Danielle com relação ao projeto. “Somos um grupo de policiais que decidiram baixar as armas, erguer a voz e caminhar em busca de chamas que se ergueram nessa escuridão. Quando contamos a história sem negar o uniforme estamos falando de protagonismo. Estamos cansados de mão na parede. É hora de mão na consciência”, conclui.

herminia(menor)“Lutadora e idealista”
É impossível falar no combate à violência contra a mulher no Espírito Santo sem citar Hermínia Maria Silveira Azoury, coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). À frente da coordenação desde 2012, foi ela quem idealizou a implantação do Botão do Pânico – dispositivo de prevenção às vítimas de violência doméstica que, segundo a Secretaria de Segurança de Vitória, tem eficácia de 100%. Também foi ela quem criou o Juizado Itinerante da Lei Maria da Penha, um ônibus adaptado para atender às necessidades técnicas do Judiciário relativas à violência doméstica. A juíza Hermínia se define como uma “lutadora e idealista”.

“Sou movida pelo ideal. Acredito no que faço, no que pretendo fazer. Fui defensora pública 16 anos e acompanhei muito do sofrimento das pessoas que fazia defesa. Foi minha escola. Quando entrei na magistratura procurei uma área onde pudesse fazer política pública e trabalhar com vidas para cidadania. Esse idealismo não tem limite. Gosto do trabalho social, de fazer a conquista da cidadania”, declara a juíza.

Essa sede de justiça vem do exemplo de seus pais, ele, um ex-padre, e a mãe, uma dona de casa. Eles são as principais personalidades que influenciaram sua vida. “Meu pai era um intelectual e um líder, e ao mesmo tempo sensível. Ajudava e olhava as pessoas menos favorecidas. Foi padre, renunciou a batina para casar com minha mãe. E somos criados na sensibilidade de que podemos dar a mão ao outro. Criei meus filhos nessa vertente de cooperação idealismo. Por isso creio que tudo passa pela educação”, diz ela, mãe de dois filhos, e avó orgulhosa de dois netos.

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