Terminou nesta sexta-feira (20) mais um módulo do treinamento de seis cães que irão atuar no Corpo de Bombeiros em missões de resgate. Os animais pertencem aos próprios membros da corporação, que doam seus horários para treinarem os seus melhores amigos para, futuramente, trabalhar com eles.
O corregedor adjunto dos bombeiros, coronel Leonardo Merigueti, dono de seis cachorros da raça pastor alemão, todos a serviço ou em formação para integrar a corporação, explica como é feito esse processo para certificação dos animais:
“O modelo de serviço com cães do Espirito Santo se diferencia porque cada militar adquire seu cão e o coloca ele a disposição da sociedade capixaba. Então, antes dele prestar esse serviço, ele passa por um treinamento. Durante cinco semanas distribuídas em um ano, ele é avaliado e ao final há uma certificação. Todo treinamento é feito com a vontade do cão em ser recompensado, de brincar com a pessoa que se esconde e leva um brinquedo. Quando ele acha, eles devolvem o brinquedo. É o animal sempre trabalhando feliz”.
O sargento Beltrão conta quais são as raças de cães que são utilizadas no estado e como é importante o cão trabalhar com seus donos por conta do vinculo existente entre eles:
“O cão pertence ao militar e ele vem se especializando na condução e no desenvolvimento desse filhote. Há um vinculo. Esse modelo que nós usamos é utilizado nos Estados Unidos e na Itália, que é referencia no atendimento a desastres. Ou seja, nós estamos comparados com padrões usados em tudo que há de melhor em trabalho com cães no mundo, lá, assim como aqui, o cão convive com seu condutor, criando um vinculo que é fortalecido durante a vida, então há comportamentos e comandos que só os donos conseguem entender”.
O trabalho com os cães é chamado de K9, sigla internacional, que no português significa canino. O soldado Leonardo Rovetta não estava totalmente satisfeito apenas com o seu trabalho como bombeiro e achou no k9 essa inspiração “O serviço segue uma linha de uma função extra, a gente segue toda nossa rotina de trabalho normal no quartel, e a gente faz serviço no horário de folga, então é algo a mais que prestamos para o espirito santo. E eu fui em busca dessa satisfação profissional, poder fazer algo além do que simplesmente tirar minha escala de serviço”.
Atualmente o corpo de bombeiros conta com oito cães já certificados e seis em processo de formação. A meta é formar 20 cães. Após os módulos o cão e o dono passam por uma prova. Caso sejam aprovados, eles recebem a certificação e passam a fazer parte da corporação. Eles não possuem salário, porém ganham um saco de ração por mês como gratificação.
O coronel Merigueti fala quais foram os casos mais relevantes em que os cães atuaram e obtiveram êxito: “Os resultados com maior destaque foram as atuações dos nossos cães em mariana, em 2015, onde nossos cães foram solicitados pelo governo de mariana, atuaram lá, após o rompimento da barragem, em 20165. O Grand Parc, em 2016, onde houve o desmoronamento do prédio e um dos nossos cães localizou a única vitima fatal e o caso do professor perdido no Caparaó, no quarto dia de busca um dos nossos cães também localizou, então, entre outras inúmeras, essas foram as que tiveram mais ênfase na sociedade capixaba”.
Por Lizandra Amario
