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Não existe “emprego de homem”: mulheres não abrem mão de seus espaços

sonia effgenMudar a sociedade, fazer a diferença e ser base de uma família. Essas são algumas características das mulheres e que desde o início do mês ESHOJE vem destacando. Uma série de reportagens vem mostrando exemplo de doação por uma comunidade, a busca pelo crescimento feminino na política e nesta edição vamos mostrar àquelas que fazem a diferença no trabalho. Como é o caso de Sônia Effgen.

Aos 45 anos ela é uma das poucas mulheres a conduzir um ônibus do sistema de transporte público na Grande Vitória. Há seis anos como rodoviária Sônia diz que está realizando um sonho de criança e que se orgulha muito do que faz. “Comecei como cobradora e não tinha nenhuma mulher motorista. Chegaram a duvidar que eu poderia chegar onde estou, porque a função é, majoritariamente ocupada por homens. Mas me dediquei, conversei com o chefe, fiquei um tempo na manobra – profissional que recebe o carro na garagem de ônibus, leva para abastecer e estaciona de forma que o veículo fique pronto para iniciar nova viagem – depois fui para rua”.

A Sônia não está sozinha, atualmente, pois depois que realizou o sonho, foi inspiração para outras mulheres. Hoje, em todo o Espírito Santo são 68 rodoviárias mulheres no volante. “Quando eu era criança gostava de sentar atrás do motorista de ônibus e acompanhar o trabalho dele. Eu dizia que quando crescesse sentaria naquela cadeira e conduziria e quando cresci muita gente duvidou. Mas ser motorista é serviço de quem quiser e souber fazer bem feito. Eu corri atrás e estou realizada. Hoje sou respeitada e, graças a Deus, sou prova de que mulher não é sexo frágil, porque podemos chegar onde quisermos.

Na empresa em que Sônia Effgen trabalho só há mais uma motorista, além dela e talvez o motivo disse seja o medo. “O mais difícil é lidar com o medo. Até hoje meu carro nunca foi alvo de bandidos, mas todos os dias temo por isso. Saio de casa às 4 horas e o mais difícil é lidar com a insegurança que vivemos na profissão. Mas faço meu trabalho com todo cuidado e carinho”.

Beleza feminina
Trabalhar em meio a tantos homens não tira a feminilidade de Sônia. Em seis anos como motorista de transporte público, ela não abre mão do brinco, batom e de deixar o veículo 12195 um capricho. “Meu carro é esse e tenho o maior xodó nele”, diverte-se.

Todo cuidado não levou só a conquista entre os amigos e os usuários – que ela reconhece ainda perceber surpresa em alguns olhares -, mas um amor.  Foi no trabalho que ela conheceu seu marido e após mais de quatro anos juntos, eles se casaram e fizeram um ensaio fotográfico matrimonial na garagem da empresa em que trabalham.

“Eu que tive a ideia. Sempre foi meu sonho casar e usar um lindo vestido de noiva. Como nós dois somos motoristas, achei que faria sentido que o ensaio fosse realizado na garagem. O ensaio fez muito sucesso entre os amigos, especialmente por ser uma ideia nova. Fique muito feliz com o resultado”, finaliza Sônia.

Nem pensar em parar
Qualquer pessoa que trabalhe na prefeitura de Vitória conhece ou já ouviu falar na “Lurdinha”. Muitos contribuintes também, afinal é ela que atende a população no protocolo-geral da PMV. Aos 68 anos Maria de Lourdes Jantorno Fiorotti é muito querida pelos colegas de trabalho, sejam novatos ou os que até se aposentaram.

“Ela é muito querida e um exemplo. Trata a todos com tanto carinho que a gente vê que ela ama o que faz”, afirma Julio Peixoto, seu ex-chefe, já aposentado. Lurdinha completa 40 anos na PMV em maio e diz que não pretende se aposentar, porque gosta do emprego – o primeiro e único até hoje – e de trabalhar com o público. “Gosto de trabalhar, adoro trabalhar com o público, acho que nasci para falar com as pessoas”.

Ela garante que seu jeito nunca deu abertura para questionarem sua qualificação e competência, muito menos por ser mulher. “Sempre fui muito bem tratada eu trato bem, não posso reclamar de ninguém. Sou mãe, viúva e gosto de trabalhar e do serviço que eu faço. Mulher desempenha muito bem o serviço dela, em casa ou fora, porque somos tão capacitadas quanto qualquer homem”.

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