por Leone Oliveira – [email protected]
A deformidade que faz com que a orelha fique mais aberta, conhecida popularmente como orelha de abano, atinge cerca de 3% da população mundial. Por conta dessa má-formação, muitas crianças são alvo de bullying. A cirurgia para corrigir o problema pode custar até R$ 10 mil, mas um projeto realiza mutirões pelo país para viabilizar esse tipo de procedimento com 70% de desconto. No próximo dia 16, será a primeira vez que a iniciativa ocorre em Vitória.O mutirão do Projeto Orelhinha acontece, no auditório do Senac, na capital para agendar cirurgias para a correção dessa deformidade. A ONG foi criada há quatro anos e já realizou mais de 3.500 cirurgias para correção da orelha de abano nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Bahia e Rio Grande do Sul. Agora, pela primeira vez, o projeto estará em Vitória e a expectativa é atender cerca de 300 pessoas com idade a partir de sete anos, de todas as classes sociais.
O médico cirurgião plástico e fundador do projeto, Dr. Marcelo Assis, informa que a iniciativa espera atender pessoas de todo o Estado. De acordo com ele, há uma cobrança na sociedade pela questão da aparência e da vaidade. Dessa forma, a pessoa que tem a orelha de abano sofre com os apelidos e o bullying.
“Quando é criança ou adolescente tem prejuízo na escola porque briga”, explica o médico, que atualmente é coordenador do Projeto Orelhinha. Esses problemas também estão presentes na vida adulta, quando a pessoa perde o emprego, por conta da deformidade.
Assis explica que a orelha de abano tem origem genética e que está presente em cerca de 3% da população mundial. A cirurgia é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “A pessoa entra em uma fila e fica anos esperando. Por conta do bullying, elas ficam ansiosas para operar”, conta ele.
Nos hospitais particulares, o procedimento é muito caro. Assim, o mutirão viabiliza o desconto, através de parceiros. No total, são 32 médicos espelhados pelo país, que trabalham de forma voluntária. O coordenador diz que, inicialmente, o foco do projeto era as crianças, mas foi ampliado, devido à grande procura de adultos. Até mesmo idosos buscam o procedimento.
Durante o mutirão, os integrantes do projeto ministram uma palestra na qual são passadas orientações aos interessados na cirurgia sobre como o local onde será o procedimento e os cuidados do pré e pós-operatório. A pessoa já sai do mutirão com a cirurgia marcada.
No Espírito Santo, as cirurgias serão na Clínica Médica Bento Ferreira, em Vitória. O procedimento, que custa entre R$ 6 mil e R$ 10 mil em clínicas particulares, sai por R$ 1.650,00 (ou 12 x de R$ 185,00) aos pacientes do projeto. Esse valor é referente ao custo de material, estrutura hospitalar e pessoal de apoio.
O coordenador do Projeto Orelhinha diz que os procedimentos cirúrgicos começam a ser realizados em poucos dias. A ONG efetua uma média de 50 cirurgias de correção de orelha de abano por semana.
Quem quiser participar do mutirão precisa fazer um cadastro através do site www.projetoorelhinha.com.br ou ligar para a central de atendimento nos telefones 4062-0607 (capitais e região Metropolitana) e 0800 718 7804 (demais cidades).
