Depois do forte incêndio que atingiu o Museu Nacional, no estado do Rio de Janeiro, fica a duvida: como estará o estado dos museus do Espírito Santo? Será que recebem a atenção necessária, resguardam o acervo e estão em condições de atender o público?
De três museus procurados pela reportagem do ESHOJE, dois responderam acondicionar adequadamente parte do acervo – composta em sua maioria por materiais inflamáveis, como madeira, papel e tecido -.
No museu Solar Monjardim, localizado na capital capixaba, as peças de tipologias diferentes tem acondicionamentos diferentes. Mapas, cartas e documentos em geral, por exemplo, ficam protegidos em arquivos ou mapotecas, enquanto o mobiliário está disposto em área de exposição permanente, criando a ambientação de época do casarão.
Na última obra finalizada, em outubro de 2006, aconteceu uma requalificação, composta por reformas estruturais e revitalização do entorno. As obras incluíram restauração de elementos construtivos, desinfestação, implantação de sistema de drenagem e de pára-raios, instalação de sanitários públicos e tratamento paisagístico, além de benfeitorias como a construção do anfiteatro e de rampas de acesso, a instalação de sinalização interpretativa, projeto lumino-técnico e mobiliário para as áreas externas, além de ajardinamento da chácara. O alvará do Corpo de Bombeiros é válido até março de 2019.
Por outro lado, a Casa da Memória de Vila Velha e o Museu Homero Massena estão interditados pela prefeitura, com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura (Semcult). As últimas reformas dos edifícios foram realizadas em 1993. Diante das condições, a atual gestão da PMVV afirma ter contratado projetos de restauro da edificação, para viabilizar as obras necessárias.
A Semcult informou também que, enquanto os prédios não estão aptos para receber visitantes, todo o acervo foi temporariamente acondicionado no 38 Batalhão da Infantaria, de acordo com as técnicas de conservação adequado. Além disso, duas funcionárias da Secretaria Municipal de Cultura efetuam vistorias semanais para verificação das condições das referidas obras.
Em relação as obras estruturais das edificações, a prefeitura informa que “serão elaborados pela empresa contratada projetos arquitetônico, estrutural, hidrossanitário, de instalações elétricas, de prevenção e combate a incêndio e demais disciplinas da engenharia, de forma a garantir integridade da edificação e, principalmente, das obras que compõem o patrimônio cultural”.
Em Santa Teresa, o Museu Mello Leitão foi afetado com o incêndio no Museu Nacional, visto que boa parte do acervo estava acondicionada na edificação carioca. Atualmente, a responsabilidade está com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que afirma manter constante interlocução com as entidades vinculadas, como é o caso do Instituto Nacional da Mata Atlântica, no Espírito Santo.
O ministério afirma que, “em última análise, compete a esses órgãos a definição sobre aplicação dos recursos destinados. O Ministério vem empreendendo grande esforço na busca por recursos orçamentários, e informa que segue atuando junto à equipe econômica na busca por esses recursos, assim como para repasses de bolsas de pesquisa, que sejam aplicadas para projetos científicos em diferentes entidades do sistema nacional de ciência, tecnologia e inovações”.
Em Vitória, o Museu do Negro (Mucane), está sem alvará do corpo de bombeiros, visto que a renovação do mesmo foi solicitada no dia 8 de junho de 2017 e está aguardando a vistoria do Corpo de Bombeiros.
Em 2012 ocorreu uma reforma completa do espaço, quando foi realizado o restauro da edificação histórica e construído um anexo para ampliar a área do museu. Hoje passa por manutenções constantes de rotina. A última foi agora em agosto quando foi realizada a manutenção do ar-condicionado da sala expositiva.
As peças do acervo, que que são compostas por pinturas, fotografias e esculturas, estão catalogadas e localizadas no acervo técnico climatizado.
