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Mulheres são maioria nas mostras de curtas do 25º Festival de Cinema de Vitória

festival-vitoriaO Festival de Cinema de Vitória chega a sua 25ª edição com um importante panorama da produção de curtas-metragens no Brasil. Selecionados para diversas mostras, os filmes serão exibidos no Teatro Carlos Gomes, no Centro de Vitória, entre os dias 3 e 8 de setembro. A entrada é gratuita. Destaca-se, nos curtas selecionados em 2018, a forte presença de realizadoras audiovisuais.

Na 22ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas-Metragens, nove dos 16 selecionados são dirigidos por mulheres, uma marca histórica nestes 25 anos de festival. E cinco dos filmes dessa mostra são dirigidos por negros, também em sua maioria mulheres – o que perfaz um inédito índice de 25% de obras assinadas por mulheres negras na principal mostra de curtas-metragens do Festival de Vitória.

A seleção de filmes oferece uma radiografia bastante acurada dos rumos que o cinema brasileiro tem tomado nos últimos anos. Pelo próprio ritmo de sua produção, o curta-metragem sempre antecipou as tendências e transformações vividas por nosso cinema, tanto em termos temáticos quanto estéticos – e também no âmbito da representatividade de grupos outrora posicionados de forma periférica nos cânones da filmografia brasileira.

A variedade de temáticas lida com questões urgentes do Brasil de hoje, como a vida nas periferias das grandes cidades, o extermínio da juventude negra, a violência sexual contra mulheres, os usos do espaço público, as comunidades quilombolas e o cotidiano de pessoas trans em diferentes regiões do país. Nesta 22ª edição da mostra, os temas vêm acompanhados de uma forte diversidade estética, resultado de distintos e instigantes pontos de vista e lugares de fala que atravessam a atual geração de curta-metragistas.

A curadoria da Mostra Competitiva Nacional de Curtas-Metragens ficou a cargo do cineasta e professor Erly Vieira Jr., a crítica de cinema Kênia Freitas, a mestranda em Cinema e Audiovisual Luana Cabral e o pesquisador e programador Waldir Segundo.

Outras janelas

Além da 22ª Mostra Nacional de Curtas-Metragens, outras janelas do festival oferecem uma seleção temática de curtas para delinear um panorama do cinema autoral brasileiro, com a mesma curadoria especializada. São elas:Foco Capixaba, Quatro Estações, Corsária e Outros Olhares.

Assim como na mostra nacional de curtas, a preponderância de mulheres se mantém na 7ª Mostra Foco Capixaba, que traça um panorama das principais vertentes da produção local. Quatro dos cinco filmes selecionados são dirigidos ou co-dirigidos por realizadoras capixabas (duas delas estreantes), outro percentual inédito nos sete anos em que a mostra é realizada.

Na 7ª Mostra Quatro Estações, voltada para temáticas de diversidade sexual e de gênero, as mulheres assinam ou co-assinam seis dos sete filmes – num campo até bem pouco tempo atrás dominado quase que exclusivamente por homens. Nota-se, neste ano, um crescimento da produção de filmes que retratam a experiência lésbica de forma positiva, tema com o qual o cinema brasileiro ainda possui uma dívida histórica. Além disso, há filmes dirigidos por mulheres falando sobre questões da homossexualidade masculina e transgeneridade, o que faz lembrar que o olharqueer é múltiplo e sempre em constante renovação.

Além disso, metade dos dez selecionados para a sétima edição da 7ª Mostra Corsária, voltada para o risco e a inovação narrativa, são assinados por mulheres. Também são cinco os filmes realizados por negros nessa mostra – o que repete uma tendência já apontada no ano passado, que desmonta o senso comum de que a experimentação estética no cinema brasileiro seria uma “exclusividade da branquitude”.

Por fim, a 5ª Mostra Outros Olhares, dedicada a programas especiais, este ano reúne, cinco curtas-metragens sob a temática “Modos de existir”: nela, também há um predomínio de filmes dirigidos por mulheres, que assinam três dos títulos selecionados.

No último dia do festival, 8 de setembro, os filmes premiados receberão o Troféu Vitória no palco do Teatro Carlos Gomes. Na 22ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas-Metragens, as obras concorrerão em sete categorias: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Contribuição Artística, Melhor Interpretação, Prêmio Especial do Júri e Prêmio do Júri Popular. As demais mostras vão premiar na categoria Melhor Filme.

Confira abaixo a programação das mostras de Curtas-Metragens, Foco Capixaba, Quatro Estações, Corsária eOutros Olhares.

25º FESTIVAL DE CINEMA DE VITÓRIA

De segunda-feira a sábado (3 a 8 de setembro)

Teatro Carlos Gomes – Centro de Vitória (ES)

Entrada gratuita

22ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS-METRAGENS

Terça-feira (4 de setembro) | 19h

BR-3 (Bruno Ribeiro, FIC, 23’, RJ). Kastelany chega na casa da Luciana. Mia se prepara para sair à noite com suas amigas. Dandara transa com Johi pela primeira vez.

Tentei (Laís Melo, FIC, 15’, PR). A coragem foi se fazendo aos poucos conforme a angústiatomava o corpo. Em certa manhã, Glória, 34 anos, parte em busca de um lugar para voltar a ser.

Alma Bandida (Marco Antônio Pereira, FIC, 15’, MG). Fael quer dar um presente para sua namorada. Enquanto isso, sua paixão doentia grita alto pelas ruas da cidade. Às vezes, o coração da gente gosta de coisas e pessoas erradas.

Você morto (Raphael Araújo, FIC, 19’, ES). O diretor de cinema independente Petter Baiestorff e o especialista em efeitos especiais Alexandre unem forças para a produção de um novo filme: “Você, Morto”. Os personagens dessa produção são mascarados com rostos de pessoas mortas. Qualquer um está sujeito a ser um ator no filme de Petter Baiestorf.

Quarta-feira (5 de setembro) | 19h

Entre pernas (Ayla de Oliveira, FIC, 20’, PE). “Quais mecanismos você usa para

materializar o que está oculto na mente?” O mito da Perna Cabeluda assombrou e alimentou o imaginário da população pernambucana na década de 70. Aqui, 49 anos depois, a história ganha ares fantásticos. A ida à fortaleza da delegacia é o mecanismo da Mulher que se diz vítima da Perna. Em uma tentativa de se fazer ouvir, ela vai de encontro a materializar o oculto.

Cravo, lírio e rosa (Maju de Paiva, RJ, 20’, FIC). Cê, uma menina de oito anos, tropeça no cadáver de uma adolescente. A aparição do corpo muda drasticamente a vida de Cê e de sua irmã mais velha, Sara. A mais nova se comunica com os mortos como válvula de escape para a solidão, enquanto a mais velha tem que lidar com assédio e com a vulnerabilidade de seu corpo.

Maria (Elen Linth e Riane Nascimento, DOC, 17’, AM). Nascida aos 16, numa cidade ensanguentada por corpos de peito e pau.

Braços Vazios (Daiana Rocha, FIC, 16’, ES). Vera é uma mãe que perdeu seu filho, Carlos, de forma trágica. Ela não consegue se recuperar do trauma e se apega às lembranças numa tentativa de amenizar seu sofrimento. Até que um dia Vera encontra um bilhete que a obriga a fazer uma escolha.

Quinta-feira (6 de setembro) | 19h30

Maré (Amaranta César, FIC, 22′, BA). O movimento da maré: várias gerações de mulheres quilombolas entre o impulso de partir e a vontade de ficar, entre a incerteza do futuro e a força da ancestralidade.

Terra Vermelha – ou o perigo da história única (Carlos Queiroz, DOC, 7’, ES). Terra Vermelha (ou “o perigo da história única”) trata do poder que o discurso hegemônico tem em produzir narrativas estereotipadas sobre um determinado lugar. Questionamos esse processo a partir do olhar sensível e poético daqueles que revelam o verdadeiro “perigo da história única”. O lugar das múltiplas narrativas é, portanto, o lugar do empoderamento. Por isso: “Histórias importam. Muitas histórias importam”.

Estamos todos aqui (Chico Santos e Rafael Mellim, FIC, 19, SP). Rosa nunca foi Lucas. Expulsa de casa, ela precisa construir seu próprio barraco. O tempo urge enquanto um projeto de expansão do maior porto da América Latina avança, não só sobre Rosa, mas sobre todos os moradores da Favela da Prainha.

Peripatético (Jéssica Queiroz, FIC, 15’, SP). Simone, Thiana e Michel são três jovens moradores da periferia de São Paulo. Simone está a procura do seu primeiro emprego, Thiana tenta passar no concorrido vestibular de medicina e Michel ainda não sabe o que fazer. Em meio às demandas do início da fase adulta, um acontecimento histórico em Maio de 2006 na cidade de São Paulo muda o rumo de suas vidas para sempre.

Sexta-feira (7 de setembro) | 19h

Apenas o que você precisa saber de mim (Maria Augusta V. Nunes, FIC, 15′, SC). Os adolescentes Laura e Fábio se conhecem em uma pista de skate e a amizade logo se transforma em algo além. Mas um dia Laura desaparece sem dizer nada.

Da curva pra cá (João Oliveira, FIC, 19’, ES). Dizem que, quando você está sonhando, a única forma de descobrir que é um sonho é acender a luz.

Vaca Profana (René Guerra, FIC, 14’, SP). Nádia é uma travesti que quer ser mãe. Ela será mãe. Ela é mãe.

Esperando o sábado (Erica Sansil, DOC, 14’, RJ). Rejane, Thaís e Thamyres percorrem a cidade para chegar ao seu local de trabalho, no retorno para casa elas só querem curtir uma noite no baile funk, mas se deparam com depoimentos intolerantes.

7ª MOSTRA FOCO CAPIXABA

Segunda-feira (3 de setembro) | 19h30

A mulher do treze (Rejane Kasting Arruda, FIC, 16’39’’, ES). Inês mantém sua rotina.

Água Viva (Bárbara Ribeiro, DOC, 13’05’’, ES). Mulheres de uma turma de hidroginástica comunitária conversam submersas sobre questões femininas da terceira-idade.Maternidade, trabalho e aposentadoria são alguns temas abordados.

A “hidra” de Pilares (Lucas Bonini, FIC, 10’57’’, ES). No topo do vício, não consegue adiar a ansiedade em recomeçar seu ciclo predatório. Ele enfim aguarda ansioso que novamente alguma alma aceite a sua carona.

Meninas (Ana Murta e André Erlich Lucas, FIC, 9’48’’, ES). Maria Carolina Finamore Santos ama Lucas de Souza Altoé.

Rio das lágrimas secas (Saskia Sá, DOC, 25’06’’, ES). Recorte sobre as perdas sofridas por mulheres de três pequenas comunidades, localizadas no caminho da lama de destruição do desastre/crime ambiental provocado pelo rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Samarco, que ocorreu no dia 5 de novembro de 2015 e afetou o Rio Doce e todos os ecossistemas ao seu redor, matou 19 pessoas e desalojou inúmeras outras.

5ª MOSTRA OUTROS OLHARES

Terça-feira (4 de setembro) | 14h

Se você contar (Roberta Fernandes, DOC, 29’, ES). No Brasil, a cada hora, são registradas duas denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes e a maior parte dos abusadores está dentro da casa das vítimas. Marcadas durante anos pela violência que sofreram, elas convivem com as consequências do trauma. Em silêncio, contestam as próprias lembranças e se culpam pelo mal que sofreram. Este filme é sobre todas as mulheres que sofreram ou ainda sofrem abuso sexual e sobre como elas querem ser ouvidas pela sociedade.

Ainda não (Julia Leite, FIC, 21’, SP). Nos dias que precedem seu aniversário, Marina recebe a visita de sua mãe.

Carne (Mariana Jaspe, FIC, 10′, RJ). Em uma noite de verão, um jovem casal negro tem uma intensa e acalorada discussão na piscina. Quando um deles entra na casa, o outro é surpreendido por Àmân, uma figura misteriosa com apetite voraz.

De volta para o passado (Diego de Jesus, DOC, 13’, ES). Presidente impopular tem um plano cinematográfico.

Cana (Giovani Beloto, FIC, 15’, SP). Enquanto Beto assiste ao jogo do seu time de coração, seus filhos brincam ao lado de um canavial onde vive uma criatura faminta.

7ª MOSTRA CORSÁRIA

Terça-feira (4 de setembro) | 16h

Os que se vão (Clarissa Campolina e Luiz Pretti, EXP, 23′, MG). Um homem abandona a si mesmo, se transforma. Em um movimento constante ele atravessa a cidade sem pertencer à ela. Seus rastros desaparecem antes mesmo de se formarem, dissipando os limites entre realidade e sonho.

Atalanta (Rúbia Mércia, 11′, FIC, CE). O silêncio do corpo que leva os olhos a dançarem a potência do que tudo quer dizer. Um dedo que dança toda uma mitologia.

Boca de Loba (Bárbara Cabeça, FIC, 19′, CE). Pressões assediadoras das ruas. E um grupo de mulheres procura pela invocação de um espírito selvagem urbano.

Wide awake (Rafael de Almeida, EXP, 7’, GO). Uma mulher hipnotizada tem um sonho futurista. É um sonho sobre o amor, viagens siderais e um ataque de robôs alienígenas, por meio de imagens de arquivo da televisão do futuro.

A flor azul (Roger Gomes Ghil, DOC, 15’, RJ/ES). Memória, afeto e devoção. Nair caminha por sua casa com o coração: canta e floresce ao partilhar simplicidade e a raiz forte de sua sabedoria. Desabrocha a potência de uma pureza inabalável; contempla a natureza nas pessoas e leva a casa pra calçada. Em um portão florido, evoca sensibilidade e lembra da brevidade de ser flor, luz e amor em Jardim Sulacap, bairro do Rio de Janeiro composto majoritariamente por famílias de militares.

Quarta-feira (5 de setembro) | 16h

A ilha do farol (Jo Sefarty e Mariana Kaufman, FIC, 22’, RJ). História e lendas de uma misteriosa e inóspita ilha, também conhecida como Ilha Rasa, próxima a cidade do Rio de Janeiro. Entre o resgate histórico e a invenção, uma silenciosa família se lança ao mar em uma pequena embarcação, rumo ao encontro da ilha.

Domingo (Henrique do Carmo, EXP, 5’, ES). Um domingo em família na periferia brasileira.

Materializações Luminosas (Victor Neves, DOC, 17’, ES). Documentário de uma reunião mediúnica em um centro Espírita na cidade de Santa Maria de Jetibá, interior do Espírito Santo.

Os suspiros primários (Jucélio Matos, EXP, 20’, PE). Em um jogo de fé, as entidades espirituais Cigano Ezequiel, Caboclo Jiquiri e Sereia Berenice versam sobre amor, riqueza e saúde. Em um jogo de criação, o artista se debate entre inspiração e realização. Em peregrinação, o Diretor Jucélio Matos explora as potencialidades entre arte e espiritualidade.

Bup (Dandara de Morais, EXP, 7’, PE). Um tributo ao silêncio. Olá, ansiedade! Que pena que saí do útero.

7ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES

Sexta-feira (7 de setembro) | 0h

Sair do Armário (Marina Pontes, DOC, 3′, BA). “Eu penso todo o tempo que se tivesse nascido muda, ou se tivesse mantido um juramento de silêncio toda minha vida, teria sofrido igual, e igualmente morreria.” Audre Lorde.

Lésbica (Marina Pontes, EXP, 5, BA). “Quando me dei conta do que eu era, meu reflexo no espelho sorriu, embora eu mesma estivesse envolta em lágrimas.” Thalita Coelho.

Netuno (Daniel Nolasco, FIC, 17′, GO). O vento seco e a baixa umidade do ar ressecam a pele dos moradores de Catalão. Nas quartas-feiras, Sandro nada na única piscina da cidade. Foi à beira da piscina que conheceu Maicon. Sandro deseja Maicon, mas seus olhares nunca se cruzaram.

Azul Vazante (Júlia Alquéres, FIC, 16’). Uma mãe procura o filho em um leito hospitalar; encontra a filha. Entre margens e marés, do centro vaza azul.

Sam (Miguel Moura e Julia Souza, FIC, 9’, RJ). Julia quer implodir.

Inconfissões (Ana Galizia, DOC, 21’, RJ). Luiz Roberto Galizia foi uma figura importante para a cena teatral nas décadas de 1970 e 1980. Foi, também, um tio que não conheci. Este documentário procura um resgate do vivido, a partir do registro feito em fotografias e filmes super 8 pelo tio Luiz e encontrado por mim 30 anos depois da sua morte.

Yomango (Alexandre Guerra e Rafaela Uchôa, FIC, 12’, BA). Dentre as várias formas de desobediência civil, para a lúdica Kitty, a principal delas são os pequenos furtos. Com sua namorada e cúmplice Debby, elas subvertem o cotidiano ao redor através de pequenos delitos que culminam em acontecimentos irreversíveis. Kitty dá vazão a seus impulsos reagindo às pequenas violências diárias sofridas pelas mulheres.

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