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Mulheres no poder

Elas vivem mais do que os homens, são maioria tanto nas escolas como nas universidades brasileiras, costumam acumular funções, conquistam cada vez mais espaço no mercado de trabalho, têm jornada semanal superior considerando as horas dedicas às tarefas domésticas e, além de tudo, têm o dom de gerar uma vida. Maio é o mês das mães, mulheres que merecem toda nossa atenção, carinho e homenagem.

Todo o estresse da rotina dupla (até mesmo tripla ou quádrupla) tem trazido consequências ruins para o coração delas: nos últimos 10 anos, as doenças cardiovasculares, que atingiam mais os homens, aumentaram na população feminina. Cerca de 40% de todos os casos de infarto agudo do miocárdio no Brasil ocorrem nelas, mas, ainda assim, as mulheres se cuidam mais e costumam levar a sério as recomendações médicas para o bem da própria saúde.

Dados de uma sondagem feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) apontam que o número de famílias chefiadas por mulheres saltou de 36,9% para 43,7% entre 2012 e 2017. Elas também são maioria quando o assunto é estudo: 18,8% das mulheres economicamente ativas já completaram pelo menos um curso superior. Entre os homens, este número é de apenas 11%. Os dados são do IBGE e se referem ao período de 1995 a 2015.

Porém, por mais que o desempenho das mulheres brasileiras nos estudos seja superior, ainda existem disparidades entre os sexos em diversas outras áreas. No mercado de trabalho, por exemplo, a remuneração média deles continua sendo maior e os cargos de liderança e diretoria ainda são de predominância masculina. Na política, a participação é ínfima e o número de mulheres é de apenas 10%, mesmo elas sendo mais da metade da população do Brasil.

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres ocupam apenas 10% das cadeiras da Câmara dos Deputados e 14% no Senado. Dos 27 governadores eleitos no último pleito, apenas Roraima elegeu uma mulher. O Espírito Santo nunca foi governado por uma mulher e nas últimas eleições para prefeitura dos 78 municípios do estado, apenas quatro elegeram prefeitas: Presidente Kennedy, Montanha, Guaçuí e São Gabriel da Palha.

Infelizmente, ainda não temos por aqui uma Angela Merkel – chanceler da Alemanha desde 2005, líder do partido de centro-direita União Democrata-Cristã (CDU) e descrita como a mulher mais poderosa do mundo – nem uma Theresa May – segunda mulher a exercer o cargo de primeira-ministra no Reino Unido. Mas a igualdade das mulheres na política é capaz de beneficiar a sociedade como um todo.

Estudos recentes mostram que, em regimes democráticos, quanto maior é a presença de mulheres no parlamento e no governo, menor é a incidência de corrupção. Com sensibilidade, elas são capazes de transmitir a importante e dura tarefa de mudar hábitos e passar pelas transformações rápidas que o mundo vive hoje.

A realidade é que elas ainda precisam percorrer um longo e árduo caminho até conseguirem usufruir de todas as suas conquistas, pois a realidade só começou a mudar muito recentemente. Por isso, é importante que datas como o Dia das Mães e o Dia Internacional da Mulher sejam muito mais do que apenas comemorativas e sirvam para trazer à tona debates e reflexões em torno dos direitos delas.

Schariff Moysés – cardiologista e cirurgião cardiovascular

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