Pedro Permuy – [email protected]
Ela foi atropelada no dia 12 de junho de 2000, um Dia dos Namorados nada fácil para quem estava dando entrada no quarto de hospital de que, talvez, nunca mais vá sair. Desde então, já se passaram 15 anos, e “Clarinha”, como é chamada, continua internada no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória. Hoje a mulher tem cerca de 35 anos e nunca foi procurada pela verdadeira família.
Sem identidade, ela ganhou o apelido do médico responsável pelo seu caso, do HPM, já que sua pele é clara. Provavelmente, Clarinha possui um filho, já que tem cicatriz de cirurgia cesariana. O tenente coronel Doutor Jorge Potratz, garante que cerca de quatro pessoas já prestaram o exame de DNA na unidade, mas o parentesco foi negado pelos laudos.
Potratz conta que a moça foi levada de ambulância do Centro de Vitória, local em que foi atingida por um veículo, até o Hospital São Lucas, na Capital, no Dia dos Namorados de 2000. Lá, passou por tratamentos, e depois de aproximadamente um ano foi encaminhada para o HPM, local em que está alojada na enfermaria desde então.
“Hoje ela está num quadro estável, mas nunca saiu do coma desde que foi atropelada”, frisa o médico. Para ele, é possível que Clarinha não seja do Espírito Santo. Potratz acredita que se fosse o caso, a família já teria localizado a moça.
Embora apenas se alimente por sonda, Clarinha não tem nenhum problema de saúde e possui os sinais vitais de uma pessoa saudável. “Ela respira sozinha e o corpo está operando”, completa o médico.
Para o médico, Clarinha pode não acordar mais, no entanto, ele acredita que se a família fizesse contato, a mulher receberia mais estímulos para voltar à consciência. Até lá, ela continuará sendo assistida pela equipe do HPM, no qual já é “velha conhecida”, como dizem os atendentes da unidade.