A mobilidade urbana é um desafio comum nas grandes cidades do mundo, que crescem mais e mais e nem sempre conseguem acompanhar o aumento da população. Em todos os casos, a vitória nessa questão passa por um sistema de transporte público eficiente.
Nossas cidades já não comportam mais o modelo de um carro por pessoa. Nossas ruas estão cheias. Pedestres, cliclistas e o transporte público precisam ganhar prioridade. É preciso fazer valer à pena a decisão de deixar o carro em casa.
Fato é que um sistema de transporte eficiente é integrado com suas diversas vertentes. E que a melhoria da mobilidade urbana passa pela evolução do transporte público. Um ônibus transporta cerca de 60 pessoas, em pé e sentados, enquanto um carro pode levar cinco pessoas, mas costuma rodar com um ou dois passageiros apenas.
No caso de Vitória, temos transporte apenas por meio de ônibus, teoricamente mais simples de melhorar, já que não é preciso coordenar horários com metrô e trem, por exemplo. Mas é preciso que uma série de fatores se aliem para que a melhora aconteça.
Um desses fatores é o combate à evasão de receita. Empresas pelo Brasil tem trabalhado duramente para combater esse problema tão antigo e que afeta a todos tão diretamente, com mais força ainda em tempos de crise econômica.
Apenas no transporte municipal de Vitória, a evasão de receita chega a 10% do faturamento das empresas. Os pulos de roleta e caronas geram um prejuízo de R$ 8 milhões ao ano, valor que poderia ser revertido em melhorias do sistema, mas se perde.
Mas não adianta ter ônibus confortáveis e um sistema pontual se não for seguro para passageiros e rodoviários. Os ônibus não são mais violentos, eles apenas refletem a violência cotidiana que enfrentamos nas cidades. Por isso, várias medidas começam a ser propostas. O Setpes está aberto à discussão, pois é preciso que todos os setores da nossa sociedade se unam para que a solução não ponha ninguém em um risco ainda maior.
Jaime de Angeli é secretário geral do Setpes
