Morte de agente: presidente do sindicado diz que ameaças são frequentes

Após ter afirmado que teria saído da prisão a ordem para assassinar o agente penitenciário Eduardo Pereira, 30, morto na tarde de quarta-feira (24) em uma barbearia no bairro Santa Mônica, Vila Velha, o presidente do Sindicato dos Agentes do Sistema Penitenciário do Espírito Santo (Sindaspes) relatou que ameaças aos profissionais que trabalham nos presídios capixabas é frequente.

“É comum que os agentes penitenciários sejam ameaçados e até percam suas vidas. Neste ano, dois profissionais que moram em Aracruz e Alfredo Chaves tiveram a casa invadida por bandidos”, lamentou Carlos Vilela.

Assim como Eduardo, no início do mês, Robson Brum foi assassinado em Itapemirim, região sul do Estado, quando bandidos tentavam roubar sua arma. Esse foi o segundo assassinato envolvendo agentes penitenciários em um intervalo de 20 dias.

O sentimento de insegurança é tanto que na página do sindicato (http://www.sindaspes.com.br/), um comunicado foi emitido recomendando que os agentes evitassem locais públicos. “O SINDASPES comunica que a categoria para que tenha extremo cuidado e zelo durante esse período de fim de ano. Nesse momento, milhares de detentos estão nas ruas porque receberam da justiça o indulto de Natal”, diz a nota.

Para Carlos Vilela, casos como os de Eduardo e Robson acontecem quando os agentes procuram manter a ordem nos presídios. “Se você é um servidor que leva seu trabalho à sério, você é ameaçado e acaba tendo problemas. Infelizmente, eles (os detentos) querem dominar a unidade prisional como faziam no passado. Não querem receber ordens ou seguir as determinações”, indignou-se.

O assassinato do agente prisional Eduardo Pereira ocorreu na quarta-feira (24) em Santa Mônica, bairro localizado no município de Vila Velha. Eduardo foi morto dentro de uma barbearia. Ele trabalhava na Penitenciária Estadual de Vila Velha III e deixa esposa e um filho de seis anos.

Segundo testemunhas, dois criminosos entraram no estabelecimento e um deles atirou no agente enquanto ele aguardava para ser atendido. Após o crime, os assassinos roubaram um carro – um Prisma cor prata – para fugir do local.

Para Calor Vilela, o que reforça a hipótese de que o crime foi encomendado por alguém dentro da prisão é que, no dia do crime, os detentos comemoravam. “Os colegas que estavam trabalhando na unidade falaram que os internos estavam em comemoração na quarta. Eles sabiam que o Eduardo iria sofrer um atentado no feriado”, conta.

Para ajudar nas investigações da morte do agente, o Sundaspes oferece uma recompensa de R$ 10 mil para quem colaborar com informações sobre os assassinos. O denunciante deve guardar o protocolo de registro para receber a recompensa.