Dólar Em baixa
5,016
29 de março de 2024
sexta-feira, 29 de março de 2024

Vitória
29ºC

Dólar Em baixa
5,016

Moradores de Itapemirim e Marataízes sofrem com a falta de água

Mesmo que nos últimos dois meses tenha sido registrado um aumento de ciclos chuvosos em todo território capixaba, ainda há diversas regiões que estão sofrendo com o racionamento e a falta de água. No Sul do Estado, moradores dos municípios de Itapemirim e Marataízes continuam vivendo períodos em que nem se pode tomar banho.
O abastecimento à população é feito através da captação de recursos hídricos do Rio Itapemirim, que já teve uma vazão de 30 mil litros por segundo (l/s). Contudo, devido à seca prolongada de 2014/2015, tem apontado atualmente uma média de nove mil l/s em agosto deste ano. O manancial atende cerca de 17 cidades, mas conforme o deságue na foz – em Marataízes – tem se mostrado cada vez mais complicado de captar e tratar a água da bacia.
O baixo nível do rio tem desencadeado manobras para tentar conter o risco zerar as possibilidades de captação. Quando não falta água nas torneiras, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Itapemirim – que atende os dois municípios – força o racionamento, realizando o rodízio de horários de abastecimentos nas cidades de Itapemirim e Marataízes.
Segundo informações do diretor geral do SAAE, Clodoaldo Leal, o atual problema na distribuição de água para a população são as interrupções de captação de água. “É um problema da maré. Quando ela sobe, avança sobre o rio e água tornasse salgada. Então, é preciso interromper a captação. A falta de chuva também é um agravante”, explicou.
A decisão de interromper a captação segue uma normativa federal, a Portaria nº 2.914/2011, do Ministério da Saúde (MS), que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. “A água precisa chegar à torneira dos cidadãos dentro desse padrão”, afirmou o diretor.
Leal confirmou que a situação de Marataízes é mais grave e complexa, já que a cidade chega a consumir 60% da água do município, sendo necessária uma parceria para poder resolver. “A bomba é desligada hora em hora. Aumentou o cloreto, já é preciso interromper a captação. Há um barramento e estão sendo feitos estudos, mas nada foi definido. Isso porque há convênios com as prefeituras de Marataízes e Cachoeiro, mas é preciso ser decidido em conjunto, pois o investimento será alto. Há um projeto pronto para levar as prefeituras, uma obra de mudança de captação de água para 10 km acima do rio, no qual 5 km já foram reduzidos. Mas é uma obra cara, cerca de R$ 8 milhões, e o SAAE não tem esse recurso”, contou.
Apesar da situação estar um pouco mais tranquila em Itapemirim, o comerciante, Antônio Guimarães, 54, revelou que para evitar a falta de água no município ele construiu um reservatório. “Realmente às vezes falta, mas não é uma falta excessiva. Na minha casa não faltou água porque eu tenho um reservatório. Os que não tem, falta uma a duas vezes por semana. Lá em Marataízes está mais complicado ainda, falta água toda semana, três a quatro dias direto”.
Enquanto o poder público não encontra meios de mitigar os impactos da crise hídrica, a estudante e mãe de duas crianças, Isadora Marvilla, de 25 anos, vai continuar tendo que dividir um balde de água para tomar banho com os filhos. “Moro em Barra de Itapemirim e aqui a situação é precária, está complicado. Aqui na minha casa estou sem água desde sexta-feira passada (12), sem água. Já tem quatro meses que estamos sofrendo com o racionamento de água do SAAE. A água vem sem pressão e não sobe para caixa, não temos água para nada, nem para tomar banho e quanto tem, eu e as crianças dividimos um balde”, afirmou.
Já a dona de casa, Silvadira Porto, 46, lembrou que mesmo faltando água nas torneiras, a conta de água chega todo mês e pior, cobrando o mesmo valor, como se a mesma quantidade de água de meses anteriores tivesse sido consumida. “Apesar de agora estar melhor aqui no meu bairro – Centro de Marataízes –, na semana passa ficamos três dias inteiros sem água, em racionamento. Tive que fazer um protocolo na prefeitura para conseguir um carro pipa para encher a minha caixa. O problema mesmo é que eles continuam cobrando um valor como se a gente tivesse usado água normalmente todos os dias do mês. A água não chega, mas o valor é o mesmo”, ressaltou.

Você por dentro

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Escolha onde deseja receber nossas notícias em primeira mão e fique por dentro de tudo que está acontecendo!

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas

Notícias Relacionadas