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Moqueca capixaba ganhará um selo de autenticidade

Leone Oliveira – [email protected]

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O projeto, promovido pela fundação Espírito Santo Convention & Visitors Bureau (ESC&VB), será lançado oficialmente ao público no dia 24 de novembro e tem como objetivo realizar um levantamento histórico da origem e da verdadeira receita do maior prato típico do Estado com apoio de uma comissão de chefs. Os restaurantes que aderirem à iniciativa terão que assinar um termo de compromisso e disponibilizarão, no cardápio, a receita e o modo de preparo da moqueca capixaba.
O presidente da ESC&VB, Alfonso Silva, explica que a ideia do projeto nasceu depois que foi observada a quantidade de turistas que procuravam pela autentica moqueca capixaba. “Hoje a pessoa quando chega ao Espírito Santo quer identificar qual a verdadeira moqueca capixaba”, afirma.
Dessa forma, foi feito um levantamento histórico das receitas desse prato e um grupo formado por oito chefs vai padronizar e adequar a receita, unindo os ingredientes da moqueca capixaba original com parte daqueles que foram acrescentados ao longo do tempo. “Para que não perca a receita com o passar dos anos”, explica Silva.
Os restaurante que aderirem ao projeto vão assinar um termo de compromisso e os restaurantes passarão por capacitações para aprender essa receita, que será disponibilizada em um banner e em materiais gráficos distribuídos nos estabelecimentos. Isso deve acontecer a partir de janeiro, segundo Silva. “Vamos dar garantia ao turista que ele está comendo a verdadeira moqueca”, salienta o presidente.
Autor da célebre frase “moqueca, só capixaba. O resto é peixada”, o jornalista e escritor Cacau Monjardim também participa do projeto como coordenador-geral da iniciativa. Ele conta que essa é uma forma de valorizar a verdadeira culinária capixaba e que, periodicamente, uma comissão permanente vai avaliar se os restaurantes têm seguido a receita e se são merecedores de continuar com o selo.
Patrimônio imaterial
Além de padronizar a receita para que seja servida nos restaurantes a legítima moqueca capixaba, o projeto também busca fazer com que o prato seja reconhecido pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio imaterial, da mesma forma que acontece com o acarajé, da Bahia.
“O Iphan vai fazer uma análise histórica. Se a moqueca é da cultura do povo e se é originária daqui”, explica Silva. Atualmente, a panela de barro – local onde esse prato é preparado – já possui esse título.
Já Cacau Monjardim, avalia que o reconhecimento “é uma consequência”, caso o projeto dê certo. Esse processo leva em conta documentos históricos e deve levar de 12 a 18 meses.

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