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Ministros do G7 apontam isolamento dos EUA em crítica a imposição de tarifas

Seis ministros das Finanças, representando alguns dos mais próximos aliados dos Estados Unidos, emitiram uma severa repreensão às políticas protecionistas do governo do presidente Donald Trump, sinalizando uma forte rachadura nas relações que se desenharam no comércio mundial após a Segunda Guerra Mundial.

Seis dos países do grupo das sete nações industrializadas, o G7, emitiram um comunicado conjunto excluindo os Estados Unidos. No comunicado, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Japão, expressam “preocupação e desapontamento unânime” com a decisão dos Estados Unidos de impor tarifas ao aço e ao alumínio importados da União Europeia, Canadá e México.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, afirmou a repórteres após reuniões entre os ministros das Finanças do G7 que “houve claro consenso por parte do resto deles” na questão do comércio. Ele acrescentou que havia discutido as reuniões na sexta-feira com Trump. Apesar da divergência na questão comercial, no entanto, Mnuchin afirmou que “há muitas, muitas áreas, em que não apenas concordamos mas estamos completamente unidos”.

Raramente o G7 emitiu tão forte condenação contra um de seus membros. Ainda mais improvável é o fato de que o alvo das críticas seja os Estados Unidos, que historicamente fez mais do que qualquer outro país para estabelecer os princípios do livre comércio sobre os quais a economia global funciona hoje.

Um tema frequente entre os representantes dos outros seis países que compõem o G7 era o descontentamento com a forma como Washington justificou a imposição de tarifas: alegando questões de segurança nacional. A Casa Branca afirmou que as tarifas impostas semana passada – de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio – foram desenhadas para endereçar o papel que as importações tiveram para minar a viabilidade da indústria de aço norte-americana, sem a qual o país tem dificuldade para mobilizar sua defesa.

A administração de Trump sinalizou sua intenção para utilizar um argumento similar de segurança para afixar tarifas contra carros vindos da Alemanha e do Japão, e contra matérias-primas industriais vindas da China. O argumento da segurança nacional também foi usado para impor tarifas sobre o aço importado do Canadá, o país vizinho ao norte.

“Nossa visão absoluta é que é absurdo pensar que o Canadá poderia ser, de qualquer forma, um risco à segurança dos Estados Unidos, afirmou o ministro das Finanças canadense, Bill Morneau.

O comunicado dos seis membros do G7, divulgado pelo país anfitrião Canadá, diz que a “colaboração e a cooperação têm sido colocadas em risco por ações de comércio contra outros membros”. Para os seis países, o objetivo do encontro deveria ser “restaurar as parcerias comerciais para promover comércio livre, justo, previsível e mutualmente benéfico”.

A linguagem forte antecipa um ambiente difícil para a reunião da próxima semana, quando os chefes de Estado do G7 vão se encontrar em Charlevoix, no Canadá, com a clara intenção de confrontar o presidente norte-americano Donald Trump.

Para o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, a reunião desta semana foi composta de “G6 mais um”. Ele deixou claro que os Estados Unidos estavam fora.

Mnuchin rechaçou que os EUA tenham ficado de fora do consenso em todas as questões. Ele insistiu que Washington tem tido um papel central no grupo. “Eu não acho que, de nenhuma forma, os EUA estejam abandonando sua liderança na economia global”, afirmou.

“Estes são nossos mais importantes aliados”, afirmou o norte-americano. “Temos relacionamentos duradouros com esses países, que são muito importantes por diferentes aspectos”.

O ministro das Finanças de Portugal, Mário Centeno, participou do encontro por ser o presidente do Eurogrupo. “Podemos dizer que os Estados Unidos entraram no tema das tarifas sozinhos e permanecem sozinhos na mesa”, declarou. Fonte: Dow Jones Newswires.

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