por Gustavo Gouvêa – [email protected]
Aproximadamente mil médicos que atuam na saúde pública dos municípios de Vitória e Serra podem paralisar as atividades a qualquer momento, avisando à população apenas algumas horas antes, já que às 72 horas posteriores à publicação do edital de greve – previstas em lei para o início de paralisações – já se passaram.
O número de médicos que pararão tende a aumentar já que os médicos de Guarapari estudam a possibilidade de encorpar o protesto.
Quando a greve surpresa acontecer os ambulatórios das unidades de saúde e das unidades de pronto atendimentos de Vitória e Serra não operarão, funcionando apenas os setores de urgência e emergência. Até lá, os atendimentos serão realizados normalmente, em cumprimento às exigências da legislação.
Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes), Otto Baptista, a paralisação é uma forma de protesto contra o Programa Mais Médicos, do Governo Federal, e também uma exigência por melhores salários e melhores condições de trabalho.
“Trabalhamos por menos da metade do salário de um médico do Programa Mais Médicos e fazemos as mesmas coisas. Queremos a incorporação dos adicionais, que são vários, ao salário. Consideramos isso como ‘penduricalhos’ que o médico nunca vai levar para a sua aposentadoria ou quando estiver inativo”, declarou o presidente.
Os profissionais exigem o pagamento de piso salarial de R$ 10.412 para carga horária de 20 horas semanais; segurança armada nas unidades de saúde; pagamento do adicional de insalubridade em 40% sobre o salário-base e incorporação dos adicionais ao salário-base.
Baptista revelou que há uma série de estratégias não reveladas que serão cumpridas antes do início da paralisação.
“Já existe uma estratégia e estamos tentando administrar a situação com a prefeitura da Serra e de Vitória. Temos um trunfo nas mãos e vamos mostrar as mazelas que os médicos estão vivendo dentro dessas prefeituras”, afirmou.