Cuidar da saúde bucal e ir ao dentista com frequência são hábitos simples para muitas pessoas. Mas, para grande parte da população brasileira, o acesso ao consultório odontológico é difícil e, na maioria das vezes, a condição financeira é a principal causa dessa dificuldade.
Segundo dados divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde, somente uma pequena parcela da população brasileira tem acesso a tratamentos odontológicos. O levantamento, realizado pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), mostra que metade das pessoas entre 35 e 45 anos de idade já perdeu ao menos 12 dentes e 80% dos idosos têm menos de 20 dentes na boca.
Já o Conselho Federal de Odontologia apurou que 46% dos brasileiros acha difícil o acesso ao dentista e 20% não costumam ir ao consultório dentário por falta de condições financeiras.
Para o ortodontista Eduardo Parmagnani, os dados refletem a dificuldade de acesso ao tratamento, principalmente entre as classes mais baixas, e um descuido com a saúde bucal. “De modo geral, a população brasileira não faz uma higiene bucal de forma correta. São cuidados simples e baratos, que evitam problemas maiores e, inclusive, representam investimentos financeiros bem menores”, afirma.
Os dados da pesquisa mostram que o descuido com a saúde bucal também pode ser resultado de uma falta de orientação à população, dando origem a difíceis diagnósticos, tratamentos e prevenção de doenças bucais.
Segundo o ortodontista, tratar dos dentes é ainda visto por muitos como algo sem muita importância. Ele ressalta que estar com o sorriso em dia é sinônimo de saúde. “Quando a saúde bucal está em dia, a alimentação passa a ser melhor. Outro exemplo são os pacientes que corrigem o posicionamento dos dentes, que não terão mais alguns desconfortos como dores de cabeça e na região dos ombros e pescoço. A saúde bucal e a saúde geral andam juntas e o papel do dentista é fundamental nesse processo, para mostrar cada vez mais aos pacientes a importância da relação entre as duas”, finaliza.