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Manchas pretas aparecem na areia próximo ao Píer de Iemanjá, na Praia de Camburi

Camburi_juntos SOS ambiental Manchas pretas na areia da praia de Camburi e próximas ao mar. Esta foi a cena encontrada pelos moradores de Vitória, às vésperas da cidade de Vitória completar o aniversário de 466 – no dia 8 de setembro. E, se a praia é um local tão visitado, a população conta com o cuidado redobrado, mas não está encontrando. De acordo com imagens divulgadas nas redes sociais da ONG Juntos – SOS ES Ambiental, a entidade acredita ser mais uma vez  a poeira sedimentada, mais conhecida como pó preto.

O comerciante Jailson da Silva trabalha no calçadão há um ano e diz que a mancha é comum, mas que nesta terça (5) estava mais forte. E que o pó preto chega até mesmo as árvores da região. “Sempre que a maré vem e sobe aparece mancha, mas não forte como está agora. Nunca vi desse jeito. Está com uma cor mais preta”.

Já a também comerciante Gleici de Aguiar diz que frequenta, trabalha e caminha na areia da praia há cinco anos, mas nunca viu a mancha antes. “Eu sempre estou aqui, tenho meu comércio, caminho na orla, e não é frequente essa mancha na nossa praia. Ela apareceu do nada. Não é normal. A praia sempre está bem limpa. Não que ela não seja poluída, mas sempre está no limite que nos banhistas possamos frequentar”.

Segundo o ambientalista Eraylton Moreschi Júnior, membro da ONG Juntos – SOS ES Ambiental, uma denúncia foi protocolada no Fala Vitória 156, da prefeitura da capital, e no Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), mas o prazo para resposta é de 30 a 60 dias.

Disse ainda que essa manchas ocorrem quando acontece algum distúrbio nos carregamentos dos píeres da Vale, e que elas aparecem em todos os lugares, dependendo do vento e correntes marítimas. “Sempre acompanho na guarita atrás da Ilha do Boi e no final da Curva da Jurema. Mas o pessoal da pesquisa, que nos acompanha na ONG, tem fotos antigas que mostram a praia totalmente tomada pelo pó preto”.

Disse ainda que IEMA diz não ver a poluição há anos, mas vereadores da capital constataram em uma única visita em 2015 uma grande poluição de minério no ar. Afirmou também que a Polícia Federal, em uma única batida, levou uma “chuva de minério” no mar de Camburi. “Após isso a Vale fez uma série de melhorias, principalmente no píer 2. Mas ainda vemos que esporadicamente as manchas aparecem nas praias. Indicação de que faltam coisas a serem feitas e cuidados a serem tomados”.

No próximo dia 17, haverá uma manifestação contra a assinatura de novos Termos de Compromisso Ambiental (TAC), em frente ao Hotel Aruan, na Praia de Camburi. Segundo Moreschi, o firmado em 2007 com a Vale foi ineficiente e não melhorou o problema.

Camburi_juntos SOS ambiental3

Termo de Compromisso Ambiental e Medição
Um Termo de Compromisso Ambiental (TCA) foi firmado no dia 6 de março entre a Vale, Ministérios Público Federal (MPF-ES), Ministério Público Estadual (MPES), Prefeitura de Vitória, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) e Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), para que seja feita a recuperação ambiental do final da praia de Camburi, em Vitória, onde o pó preto é visível.

Entre as ações, a Vale terá de despoluir, recuperar e proteger a restinga dos 6km de extensão da praia, retira todo o pó de minério da parte emersa na Região Norte; implantar dois parques e conter a erosão. O projeto tem até seis meses, a contar da assinatura, para ser implantado, sob multa de R$ 5 mil por dia em caso de atraso na obra.

No acordo consta ainda que descumprimentos podem resultar em sanções e penalidades. A execução dos TCA não inibe ou restringe ações de controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento, como responsabilidades administrativas, civis e penais.

A empresa afirma que esse material foi depositado durante a década de 70 no extremo norte da praia, e não afeta outros pontos, fauna e flora. Diz também que esse procedimento foi encerrado há mais de 30 anos e que após isso, passou a adotar medidas de controle e contenção.

Passados 36 dias, a medição provocada pelo pó preto em toda a Grande Vitória voltou a acontecer no dia 6 de abril, pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). Ela estava parada há seis meses por não renovação de contrato com o laboratório responsável. O Iema informou que uma equipe visitará o local nesta quarta (6). A reportagem não conseguiu falar com o secretário de Meio Ambiente de Vitória, Luiz Emanuel Zouain.

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