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Mais de 1,4 mil assassinatos no Espírito Santo já foram registrados em 2013

Leone Oliveira – [email protected]

De janeiro ao dia 30 de novembro mais de 1,4 mil pessoas foram assassinadas no Espírito Santo. Os dados foram levantados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), que, apesar dos crimes, comemora a redução desse tipo de crime nos últimos anos. No mesmo período no ano passado foram – segundo o Programa de Cadastro de Consulta de Vítimas de Homicídios da Sesp – 1.523 mortes. No comparativo dos meses em 2012 e este ano, apenas em janeiro, março e outubro os números em 2013 superaram os do ano anterior. Nos outros meses houve redução.
Segundo o subsecretário de Gestão Estratégica da Sesp, Gustavo Debortoli, o indicador ainda não é o ideal, mas que a redução deste ano é uma das maiores do Brasil. “É um número muito expressivo que conseguimos graças ao trabalho da polícia, os esforços do governo e a ajuda da população”, afirma Debortoli.
Do total de 1.424 homicídios registrados até o mês de novembro deste ano, 50% dos casos estão relacionados ao envolvimento com tráfico de drogas. Já os motivos banais somam outros 40%, o que preocupa a cúpula da segurança pública capixaba. Entre as causas dos homicídios estão brigas de trânsito, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, dívidas (não contam as dívidas de drogas, essas estão relacionadas ao tráfico de entorpecentes), ciúmes e outros motivos passionais.
“Eu acho que esse tipo de crime envolve uma complexidade de fatores da sociedade. Não existe uma razão simples para explicá-los. Alguns desses fatores são culturais, econômicos, educacionais e a demora nas punições desses crimes que é um fator inibidor, mas que ainda atua de forma tímida. Essa punição é importante e precisa ser rápida”, esclarece Gustavo Debortoli.
Já o sociólogo e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Amílcar Freitas, o motivo de tantos homicídios por causas banais pode ser explicado pelo contexto histórico que reflete na realidade atual. “A gente vive em uma realidade de muita violência. Questões que poderiam ser resolvidas de outras maneiras acabam sendo resolvidas de forma violenta. Não é algo apenas da realidade atual, mas é um fato histórico do Brasil e do Espírito Santo”, analisou o sociólogo.
Amílcar não acredita que a alta taxa de crimes por motivos banais esteja ligada a desvalorização da vida, uma vez que, para o sociólogo, ela nunca foi valorizada. “Em uma realidade como a do Espírito Santo e do Brasil, a vida passa a não ter valor quando, por exemplo, o atendimento em postos de saúde não existe. Isso se estende aos direitos básicos do cidadão. Nunca houve uma valorização da vida humana. A vida sempre foi muito negligenciada”, critica ele.
Redução nos últimos quatro anos
De acordo com o subsecretário de Gestão Estratégica, Gustavo Debortoli, a meta da segurança Pública do Espírito Santo é fechar o ano com a redução na casa dos 6% dos casos de homicídios. O subsecretário destaca que a partir de 2009, as estatísticas de assassinatos vêm caindo, ano após ano, no Espírito Santo. Isso configura um fato inédito, ele garante. “Desde que se iniciou a inversão de tendências, nunca antes na história do estado – desde 1979, quando começou a ser feito o registro de mortes no estado – tivemos quatro anos consecutivos de redução no número de homicídios”, observa ele.
Comparando os períodos de janeiro a novembro de 2009 (1.905 assassinatos contabilizados) e de 2013, verifica-se 461 mortes. Isso representa 25% a menos de homicídios.
Na Região Metropolitana é onde acontecessem mais mortes, sendo Serra o município líder das estatísticas. Debortoli explica que isso ocorre porque esses locais concentrarem as maiores populações do estado. Contudo, ressalta que investimentos estão sendo realizados, como a contração de 3.500 policiais e a criação da Patrulha da Comunidade que atua em 35 regiões do ES. Também estão sendo investidos R$ 42 milhões na instalação de mais mil câmeras de videomonitoramento, em 16 municípios.

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