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Maio Amarelo: eles venceram… mas poderiam não estar aqui

Ricardo Carneiro e Carlos Kiill na cena do Paixão & Superação FOTO Leonardo TorresEra o mês de junho do ano de 2003. Seis amigos saíam de casa, no bairro Cariacica Sede, para surfar no pico do Solemar, em Jacaraípe, em uma caminhonete Fiat 147. Eles passavam pela Rodovia do Contorno, quando o carro perdeu a direção e colidiu contra o meio fio do acostamento. Três dos amigos, que viajavam na carroceria da caminhonete, foram catapultados para uma ribanceira. Um deles morreu, um sobreviveu sem sequelas. O outro era Carlos Kiill.

“Quando fui me perceber estava deitado de bruços no mato, naquele calor das 8 horas. Vi a situação do meu amigo do meu lado, bem ruim. Tentei levantar e não consegui. Já comecei a pirar sabendo que o negócio não estava bonito pro meu lado. Comecei a entrar em choque, me deu hemorragia… Apaguei”, relata Kiill, que teve uma lesão grave na coluna e ficou paraplégico após o acidente.

Ele relata os primeiros meses na nova realidade. “Quando voltei para casa, vi que a situação era pior que eu imaginava. Tinha horário pra tudo, pra beber água, ir pro banheiro, necessidades fisiológicas. Minha mãe me dava banho na cama. Era uma situação constrangedora. Vivia em depressão”, lembra ele. “Tentei me suicidar três vezes”.

Felizmente Kiill ressignificou sua vida através do esporte que tanto ama, o surf. Ele passou a praticar o surf adaptado, o que levou sua vida a uma nova dimensão. Mas o caminho poderia ter sido outro, e hoje ele admite: todos foram imprudentes.

“Foi uma série de questões. O carro em que estava era muito pequeno para quantidade de pessoas que estavam nela. Era um Fiat 147 de carroceria, uma caminhonetezinha e estávamos com seis pessoas. Foi totalmente imprudente. Além disso, o carro era muito antigo, fora de balanceamento. Junta a displicência do amigo que estava dirigindo e a falha mecânica do carro por ser muito velho”, reconhece o surfista.

E agradece: “Sou sortudo, pois poderia não estar aqui trocando essa ideia. Apesar de ter sido imprudente na juventude, mesmo na cadeira de rodas tive uma segunda chance. Muitos outros não têm essa chance”.

Acidentes

No ano de 2016, que reúne as últimas estatísticas consolidadas do Departamento de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES) relativas às vias capixabas, 407 pessoas não tiveram a mesma “sorte” de Kiill, e vieram a óbito no local do acidente. Naquele ano foram computados um total de 43.102 acidentes, média de 118 por dia. Destes, 16.031 (37%) foram acidentes com vítimas parciais ou totais, média de 44 a cada dia.

Apesar da maioria dos acidentes com vítimas acontecerem nas vias municipais (58% do total), a maioria das vítimas fatais morrem em acidentes nas rodovias federais. As BRs que cortam o Estado concentraram 186 mortes, 46% do total, seguidos das rodovias estaduais, onde aconteceram 129 mortes (32%). As outras 92 mortes aconteceram nas vias municipais.

A OMS através dos levantamento é outra forma, que os óbitos 30 dias após a entrada no hospital. Temos um dado a nível nacional que tem mais de 800 obitos de acidentes de transito no Estado. Observatório nacional. Nosso anuário, de 2016 temos 407 no local e isso vem caindo nos últimso anos e temos mais de 43 mil acidentes no Estado. Fizemos uma m=´-edia de 118 acidentes todos os dias no Estado. Média de número de acindentes por meses e dias é isso. Um número muito grande para nosso Estado e população.

Mais de 20 mil acinetes na Grande Vitória, Se formos avaliar por trecho individual, os trechos mais longos a avenida carlos lindemberg a que mais teve acidente.

“Temos um dado a nível nacional que conta mais de 800 óbitos de acidentes de transito no Estado, isso porque o levantamento é feito de outra forma, são óbitos 30 dias após a entrada da vítima no hospital. Nossos dados, são 407 mortes no local do acidente. Isso vem caindo nos últimos anos, mas nossa média é muito grande para nosso Estado e população”, avalia Édina Poleto, diretora técnica do Detran-ES.

Excesso de velocidade é principal causa

No ano de 2012, mais precisamente no dia 26 de agosto, Ricardo Cardoso voltava de uma festa em Nova Almeida, onde havia bebido, com sua moto, em alta velocidade, por rodovia estadual. Em uma curva, ele acabou perdendo o controle da moto, invadiu a contramão e bateu em um carro. Era às 20 horas de um domingo chuvoso e o acidente lhe custou a perna esquerda.

“Foi difícil demais. Num dia você tem duas pernas e no outro dia vai e acorda com uma perna só. Depois do acidente ficava deprimido. Mas a galera sempre dava um jeito de passar em casa, me pegar e levar pra praia. O surf sempre foi muito importante na minha vida e me ajudou a superar a dor do acidente”, relata Ricardo Carneiro, que tem 28 anos, que, assim como Kiill, se agarrou ao esporte para vencer a depressão acarretada por sua deficiência física.

Colisão e excesso de velocidade, como foi o caso do acidente de Ricardo, são as principais situações em que acontecem acidentes com vítimas nas vias do Espírito Santo. As estatísticas do Detran mostram que 9.008 acidentes com vítimas, 56% do total foram colisões. Além disso, 61,4% das quase 850 mil infrações no Espírito Santo, acontecem por excesso de velocidade.

O tipo de vítima fatal que mais ocorreu foi o motociclista com 35% do total. A maioria das vítimas padeceu em rodovias estaduais. Foram 60 mortes, ou 41% do total, que ainda engloba as vias federais e municipais.

“Dentro do ranking de infrações, temos a velocidade, campeão sempre. Não respeitar limite de velocidade. Nas rodovias temos ultrapassagem em local proibido e excesso de velocidade, seguido de uso de celular e alcoolemia. Temos motociclistas que continuam sendo as principais vítimas de óbitos e acidentes de maior gravidade. Homens são os que mais se envolvem em acidente”, explica Édina Poleto.

“Nosso propósito é mostrar à sociedade que o número é muito alto e precisamos reduzir esse numero de acidentes. Famílias também ‘morrem’ quando perdem familiar, entram em depressão, deixam vida diária devido a perda familiar. Precisamos mudar nossos comportamento no trânsito. Por isso investimos em ações educativas no maio amarelo”, completa ela.

“Aprendi com isto tudo a ter mais respeito, a gostar mais da vida, de mim, dar mais valor às pessoas, à família. Tinha bebido no dia do acidente. Quero passar otimismo, pois tive uma outra chance, e muitas pessoas não têm”, deu o recado Ricardo Cardoso.

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