Ao transitar pelos terminais da Grande Vitória é comum encontrar lojas vendendo desde comidas até utensílios básicos de casa. Porém, pode ser que o público não as encontre mais. A justiça determinou em favor da Ceturb uma liminar ordenando a desocupação desses estabelecimentos.
A decisão pegou de surpresa os lojistas, que confiavam no acordo firmado em 2014 garantindo o trabalho nos terminais por um prazo de cinco anos. De acordo com os comerciantes, o termo foi quebrado sem notificação às partes envolvidas.
O deputado Marcelo Santos, presidente da Comissão de Infraestrutura da Ales, quer a suspensão da liminar, a fim de chegarem a um acordo. “A liminar atende a um pedido da Ceturb, contrariando um Termo de Ajuste e Conduta da companhia firmado com a Associação dos Terminais Urbanos da Grande Vitória (Alotur) em 2014, que tem, inclusive, a anuência em segunda instância do Ministério Público Estadual, que concede um prazo para funcionamento das lojas até outubro de 2019”, afirma o deputado.
O advogado da Aloutur, Marco Túlio, está acompanhando o caso e diz que há medidas liminares para a retirada inicialmente 40 estabelecimentos. “A gente não quer que isso ocorra, já entramos com um recurso contra a liminar, estamos tentando um acordo com o governo, mas caso não ocorra, pode haver confronto, porque os lojistas se negam a sair e eles estão no direito. Um acordo foi quebrado, em 2014 firmaram um acordo que garantia cinco anos para que eles trabalhassem nos terminais, invalidaram o acordo sem aviso”, afirma Marco Túlio.
Nas lojas dos terminais há grande revolta e medo; os lojistas afirmam que muitas famílias dependem da renda obtida com as vendas nos terminais. A comerciante Cleonice da Silva tem sua lojinha no terminal de Vila Velha há 26 anos e o pagamento das contas sai diretamente do pequeno comércio. “O sustento de casa sai todo daqui, eu criei meus filhos e agora netos, com o ganho da lojinha aqui, é uma coisa que vai tirar o emprego de várias pessoas, ainda mais em época de tanto desemprego, é uma pena”, conta a comerciante.
A revolta também é o sentimento do casal Roseana Alves Martins e Antônio Cardoso. “Meu genro e minha filha têm sua lojinha aqui, a gente trabalha para eles e se sustenta assim, eles também tiram sua renda daqui. Isso atinge todos nós que trabalhamos aqui, jovens e velhos. A gente dá duro para conseguir o pão de cada dia e eles fazem isso”, conta Roseana Alves.
Já o comerciante Lucas Mancini está confiante que a liminar venha a ser derrubada e se agarra na sua fé. “Eu acredito que eles não vão conseguir nos tirar daqui, trabalho aqui há 25 anos e nunca aconteceu isso. Mas caso eles consigam, seja o que Deus quiser, confio que Deus tenha o melhor para mim”, disse Lucas Mancini.
A assistente social Patrícia Baptista acha desnecessária essa ação da Ceturb. “Eu saio do terminal de Vila Velha, vou para Guarapari e depois para Serra, passo o dia fora e às vezes fico com fome, são esses estabelecimentos que me ajudam no dia a dia, além também de ser uma renda para eles, não há porque existir essa liminar”, afirma Patrícia Baptista.
“Eu já reforcei a relevância desse assunto com o governador Paulo Hartung. Não é admissível que num momento econômico difícil como o que vivemos, 500 pais e mães de família fiquem sem seus empregos”, disse o deputado Marcelo Santos.
Durante uma reunião que ocorreu na última segunda-feira (25), o advogado Marco Tulio e o deputado Marcelo Santos ouviram o diretor-presidente da Ceturb, Alex Mariano, e o Secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Paulo Ruy Carnelli. O advogado, na ocasião, propôs a suspenção das liminares. A reunião buscou resolver a questão e preservar os empregos dos trabalhadores e reunião também lojistas que temem a perda de seus estabelecimentos.
(Por Jaciele Simoura)
NÃO GOSTEI!!!!!!!
PH tem coração de ferro e por trás disto tudo tem outra história.