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Leucemia: Brasil pode registrar mais de 10 mil novos casos

Laureen Bessa – [email protected]

{'nm_midia_inter_thumb1':'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2016/07/11/70x70/1_vanda_filha_de_deus9-184952.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5783874d1ead3', 'cd_midia':184952, 'ds_midia_link': 'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2016/07/11/vanda_filha_de_deus9-184952.jpg', 'ds_midia': '', 'ds_midia_credi': 'Arquivo Pessoal', 'ds_midia_titlo': '', 'cd_tetag': '3', 'cd_midia_w': '350', 'cd_midia_h': '466', 'align': 'Right'}Uma das doenças mais silenciosas e fatais do nosso século – o Câncer – tem registrado cada vez mais novos casos ano a ano. Apesar de todos os tipos serem letais, muitos têm cura, quando diagnosticado o mais rápido possível. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estimou que mais de 600 mil novos casos serão identificados neste ano. Sendo o mais comum em crianças, a Leucemia, pode atingir mais de 10 mil pessoas no país.
Atualmente, o câncer é a segunda maior causa de morte no Brasil, com 190 mil óbitos por ano. Estudos internacionais apontam ainda que mais de sete milhões de pessoas morrem anualmente com a doença.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) informou que em 2015 foram registrados 102 óbitos por leucemia em todo território capixaba. Além disso, estão previstos cerca de 170 novos casos de leucemia entre homens e mulheres no Espírito Santo neste ano.
Contudo, o Estado ainda não é especializado no transplante de medula óssea, realizando transplantes autólogos, ou seja, quando são utilizadas células do paciente para ele mesmo. No ano passo, a rede pública de saúde efetuou 30 transplantes deste tipo no Espírito Santo. E, entre janeiro e maio deste ano, 14 transplantes do mesmo tipo já ocorreram.
Popularmente conhecida como o “câncer no sangue”, a leucemia é um câncer agressivo e maligno que ocorre com mais frequência no público infantil, no entanto, pode atingir pessoas de todas as faixas etárias. De acordo com a hematologista do Centro Capixaba de Oncologia (Cecon) e mestre em Leucemia, pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Melissa Bozzi Mello, a Leucemia é o câncer que atinge a medula óssea, local onde o organismo produz o sangue.
“Leucemia ocorre quando há uma proliferação dos precursores dos glóbulos brancos do sangue. É o câncer na medula óssea, na fábrica do sangue. É um câncer muito agressivo e atinge todas as faixas etárias, mas é o câncer mais comum na infância. Não existe uma causa, muitos estudos tentam identificar, mas produtos químicos como agrotóxicos, radiação, quimioterapia, são apontados como fatores de risco para causar a doença. Ninguém sabe o porquê que as células da medula começam a ter essa produção desordenada. Além de ser mais comum na infância, a leucemia aguda é mais frequente nos casos”, explicou.
A doença possui dois subtipos – aguda e crônica – com evoluções e tratamentos diferentes. A leucemia aguda tem progressão rápida e agressiva. Já a crônica, não é tão agressiva e sua evolução é considerada lenta. “A agressiva tem até 80% de chances de cura, além de responder bem a quimioterapia. A crônica não tem cura, mas tem controle, por quimioterapia oral (comprimido) e não responde o tratamento via venosa”, afirmou Mello.
Descobrir que o filho possui uma doença tão grave, nunca é um bom momento. O que para muitos é desanimador, para os pais essa é a hora de lutar com todas as forças. A batalha contra o câncer é um campo árduo e longo, mas o segredo é não desistir.
A professora aposentada, Vanda Marina dos Santos, de 67 anos, ainda conta com o dia que o seu filho, Nelson, 13, terá alta da leucemia. Apesar de “não” ter mais a doença, ele continua em tratamento. “Descobrimos em agosto do ano passado. Foi tudo uma provação de Deus, muito sofrimento, mas conseguimos vencer a batalha. Hoje ele não faz mais quimio, mas toma medicamentos diários, ele está no período de manutenção, todo mês tenho que leva-lo para fazer os exames de sangue e de medula. Daqui a pouco isso acaba de vez, dentro de cinco anos ele vai estar totalmente curado”, disse.
Segundo Vanda, Nelson começou a ficar “esverdeado”, tendo febre alta e fraco durante um mês. “Era uma sensação de impotência, às vezes perdia o chão. Precisaram colocar ele em coma induzido por duas vezes, ele perdeu muito peso, fez quimio por três meses. Hoje o tratamento é em casa e por comprimidos. Está recuperado, perfeito, continua tomando os medicamentos em casa, mas a vida é normal”, lembrou.
A costureira, Rosileide Moreno, 43, passou pela mesma angustia com sua filha, Maria Eduarda, 11. Diagnosticada aos sete anos, o principal sintoma também foi a febre alta por muito tempo. “Foi horrível, a gente pensa que pode acontecer tudo com os outros, mas com o nosso nunca vai acontecer o pior, foi difícil. Iniciamos com quimioterapia, foram 40 dias de internação. Mas ela respondeu muito bem ao tratamento, as internações eram intercaladas, duas semanas em casa e uma internada para a quimio, durante 12 meses. Agora, vai fazer dois anos em setembro que ela está sem medicação nenhuma. A cada seis meses, faz todos os {'nm_midia_inter_thumb1':'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2016/07/11/70x70/1_3-184946.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5783874d1ead3', 'cd_midia':184946, 'ds_midia_link': 'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2016/07/11/3-184946.jpg', 'ds_midia': 'Roseli entre as filhas, Raíssa e Raica, felizes com toda superação', 'ds_midia_credi': 'Arquivo Pessoal', 'ds_midia_titlo': 'Roseli entre as filhas, Raíssa e Raica, felizes com toda superação', 'cd_tetag': '3', 'cd_midia_w': '350', 'cd_midia_h': '466', 'align': 'Left'}exames para acompanhamento”.
Já a doméstica, Roseli Alves da Silva, 48, recordou que a sua filha caçula que salvou a irmã, com o transplante de medula óssea. “Raíssa teve leucemia com um ano e oito meses, ela vinha apresentando febre alta. O quadro era crítico, ela estava viva porque tomava sangue e plaquetas o dia todo, o organismo dele não produzia mais nada. Tenho cinco filhos, mas do mesmo pai da Raíssa, eu só tenho uma, a Raica. Na época ela tinha apenas seis meses. Ninguém está preparado para isso”.
Roseli ressaltou que no exame de compatibilidade, a Raica não era só compatível, como tinha o mesmo DNA. “É um caso raro, como se fossem gêmeas univitelinas. Todo procedimento foi feito, fomos para São Paulo fazer o transplante, que só foi feito seis meses depois, porque a Raica precisava ter um ano de vida para doar, tanto que no dia seguinte do aniversário dela, é que foi feito o transplante. Hoje, minhas filhas estão com 11 e 10 anos”.
Sintomas
Devido à proliferação desordenada dos glóbulos de brancos na medula, a leucemia acaba atrapalhando a produção de outras células. No caso dos glóbulos vermelhos, a doença pode causar anemia, cansaço, palidez, fraqueza e sonolência. Com a queda dos glóbulos brancos, aumenta exponencialmente a possibilidade de infecções. Além disso, com a queda das plaquetas, pode elevar o risco de sangramento, nas gengivas, nariz, urina e fezes, os hematomas e manchas roxas no corpo também podem ocorrer.
A hematologista destacou ainda que os sintomas são iguais, não importando a faixa etária das pessoas, esses sinais não são específicos da doença e nem podem provocar o câncer.
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Segundo Mello, um simples hemograma pode detectar os indícios do câncer no organismo. “A confirmação do diagnóstico é com o exame da medula óssea. O exame da medula, é feito com anestesia, não sente dor, é como ir no dentista e mexer no dente. É um procedimento simples. Ao ser diagnosticado, não dá para esperar, o tratamento deve ser iniciado com urgência, o mais rápido possível”, ressaltou.
O principal tratamento da doença ainda é a quimioterapia intravenosa. Na leucemia aguda, o paciente fica internado durante a aplicação de todo o ciclo da quimio. A radioterapia pode ser utilizada, porém apenas depois do tratamento e em casos específicos, o que depende dos mais variados fatores, como: os pontos biológicos da doença, a resposta do organismo, a idade da pessoa, outras enfermidades associadas e os fatores de risco.
“O transplante de medula óssea é indicado para pacientes de alto risco, de acordo, com a classificação de parâmetros laboratoriais. Com os exames, o hematologista aponta ou não necessidade do transplante. A maior chance de compatibilidade são entre irmãos de mesmo pai e mãe e, quando não há essa possibilidade, é feita a busca no Banco Dados Mundial de Medula Óssea. As chances de se encontrar um doador compatível no banco de medula é de um em 100 mil”, lembrou a hematologista, Melissa Bozzi Mello.
Espírito Santo
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) informou que qualquer pessoa pode se registrar como doador voluntário de medula óssea, já que o material que é retirado, volta a ser produzido, não havendo nenhum tipo déficit para o organismo da pessoa. “A pessoa que quer ser um doador, vai a um hemocentro faz a coleta de uma amostra de sangue e se cadastra. Só depois que um receptor compatível é encontrado, que é realizado a coleta da medula, que é feito com anestesia e pode ser indolor”, contou Mello.
Qualquer pessoa que esteja bem de saúde e tenha entre 18 e 55 anos pode se cadastrar. No hemocentro, a pessoa preenche uma ficha com dados pessoais e autoriza a coleta de até 10 ml de sangue. Essa amostra passa por uma triagem, momento que se realiza diversos tipos de exames.
A referência no tratamento de câncer infantil no Espírito Santo é o Hospital Estadual Infantil de Vitória. Também são ofertados tratamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos hospitais Santa Rita, Santa Casa, Hospital Evangélico de Vila Velha, Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim e Hospital das Clínicas.

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