Os moradores do condomínio Grand Parc Residencial Resort, continuam fazendo suas mudanças, já que a situação do local está longe de ser resolvida. A área de lazer que desabou no dia 19 de julho está interditada o que dificulta que o próximo passo da perícia seja feita. Segundo Luís Fernando Azevedo, um dos moradores do edifício, para continuar a perícia é preciso mexer no local.
No dia 22 de agosto o juiz Marcos Assef do Vale Depes determinou a interdição da área de lazer proibindo qualquer remoção, corte ou demolição do material que desabou. Situação que gerou duvida por parte da empresa Incortel, construtora do imóvel, que apresentou um recurso. No dia 25 de agosto o juiz esclareceu que não há qualquer restrição de acesso das pessoas interessadas ao interior do condomínio, desde que devidamente autorizado pelo administrador do condomínio.
“A interdição mencionada deve restringir-se tão somente a impedir a remoção, corte ou demolição da área em que ocorreu o desabamento no condomínio, bem como resguardar o ambiente de qualquer interferência externa e interna que possa influir na colheita de provas”, relatou o juiz Marcos Assef do Vale Depes, por meio de nota.
A demora na conclusão do caso gera muita preocupação para os moradores, que continuam fora de suas casas. “Estamos desalojados e esta não é uma situação que queremos, não estamos de férias. Eu ainda estou com parte dos meus móveis no edifício. É complicado fazer a mudança já que moro no 28º andar e temos que carregar os móveis todos pelas escadas, porque não tem energia”, lamentou Luís Fernando.
Azevedo ainda relata que está morando com a família em um apartamento alugado e que toda situação isso influenciou negativamente em seu rendimento no trabalho. “Está todo mundo sofrendo”.
“Já são 20 dias de interdição e a questão agora é tentar fazer com que justiça desinterdite o local para que a perícia continue seu trabalho”, declarou o porta-voz dos moradores José Gama de Christo.
No edifício, cinco perícias foram liberadas: Polícia Civil, Alliaz Seguros, Incortel, Cyrela, além de um perito que foi contratado pelo condomínio. Porém uma sexta foi solicitadas pela empresa responsável pelo projeto estrutural, mas um recurso pede a troca do perito, já que o escolhido se tratava de um engenheiro elétrico.
A Policia Civil por meio de nota disse que ainda não se manifestará sobre o trabalho realizado pela perícia na área de desabamento do edifício Grand Parc. E que o delegado responsável pelo caso só falará com o término das investigações.
A construtora Cyrela, responsável pelo empreendimento, garante que segue dando assistência aos moradores. A empresa definiu acordo individual de cooperação com cada família no edifício Grand Parc Residencial Resort, no que diz respeito à hospedagem e informou que está à disposição das autoridades e colaborando integralmente para apuração dos fatos.
Relembre o caso
A área de lazer do Grand Parc Residencial Resort ruiu na madrugada do dia 19 de julho. O desmoronamento causou a destruição de três pavimentos, sendo a área comum de lazer e dois estacionamentos, onde estavam estacionados mais de 300 veículos. Além dos danos materiais, o desabamento causou a morte do porteiro, Dejair das Neves, de 47 anos, e feriu o síndico do condomínio, juntamente mais três funcionários.
O corpo de Dejair ficou preso aos escombros por mais 15 horas, até que o Corpo de Bombeiros conseguiu ter acesso e o retirar do local.
Mesmo após o laudo da Defesa Civil de Vitória apontar que as três torres do empreendimento não correm risco de ruir, já que são estruturas construídas separadamente, o local foi totalmente interditado por tempo indeterminado.
Com o acidente, mais de 300 moradores ficaram desalojados. Para os que não conseguiram abrigo com familiares, a empreiteira – Cyrela – está arcando com a moradias em hotéis da Grande Vitória.
