“Não há quem ande pela Ufes e se sinta seguro. A universidade está tão perigosa que até os funcionários saem juntos e não ficam mais à noite”. A afirmação é da universitária Mariana Lemos. Ela, outros estudantes e servidores da Universidade Federal do espírito Santo foram surpreendidos, esta semana, com uma circular reduzindo o horário de funcionamento dos setores, por medida de segurança.
Segundo memorando assinado diretor do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, Rogério Naques Faleiro, o expediente nas secretarias ligadas ao CCJE, até 2 de março, será da 7 às 19 horas. “Considerando as recentes ocorrências de tentativa de assalto a alunos…(…). Considerando o baixo efetivo de vigilantes no período noturno…”, justifica a determinação.
“Há muito tempo estamos reclamando de insegurança. O ano passado, inteiro, foi assim e o número de ocorrências é crescente. Essa medida é tardia, mesmo assim, temos que comemorar”, disse a pós-graduanda Marcia Pedra. “As aulas vão começar em 5 de março, e soltaram esse comunicado por conta desse período de férias. Mas, mesmo antes do período de férias, já era bem precária durante o período da noite. Diversas vezes já saí de noite e só havia um vigia noturno”, relatou a graduanda Catia Fialho.
De acordo com a Administração Central da Ufes, não houve nenhuma alteração no contrato de vigilância terceirizada da Universidade devido ao período de férias, visto que trata-se de um contrato anual que ainda está em vigência. Deste modo, o efetivo de vigilantes contratados permanece o mesmo (o número não é informado por questão de segurança).
Por meio de nota, a assessoria de comunicação informou que o campus de Goiabeiras está inserido na programação de rondas da Polícia Militar que, inclusive neste recesso, atuou efetivamente apreendendo indivíduos no campus. “Em caso de ocorrências, a equipe de vigilância aciona a Polícia Militar”.
A Ufes conta com vigilantes armados próprios e terceirizados, um sistema de 415 câmeras que funcionam por 24 horas e aplicativo de celular disponível à comunidade universitária que aciona os seguranças em caso de ocorrências ou situações de risco. Para 2018, está prevista a aquisição de equipamentos e o desenvolvimento de ações que objetivem melhorar a segurança nos campi.
Só faltou divulgar esse tal aplicativo… e mais: disponibilizar o wi-fi dentro da Universidade, que foi tão aclamado e mal funciona dentro das salas de aula.