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Inquérito policial confirma que Ademir ateou fogo no corpo da menina Thayná

Por volta das 13 horas desta quinta-feira (12), teve início a primeira audiência do assassinato da menina Thayná Andressa de Jesus, de 12 anos que aconteceu em outubro de 2017. Além da mãe da vítima, Clemilda Aparecida de Jesus, e do acusado Ademir Lucio Ferreira, foram ouvidas mais quatro testemunhas, todas familiares de Ademir.

O acontecimento desta tarde foi uma audiência de instrução, que gera subsídios para que possa ser decidido se Ademir vai ou não a júri popular, além do recolhimento de provas do caso. Se a decisão for aprovada ele deve ser levado a julgamento em aproximadamente nove meses.

Enquanto as testemunhas eram ouvidas, Ademir ficou em uma sala separada esperando seu momento para prestar esclarecimentos, já que solicitou que não fosse visto pelas testemunhas nem fotografado pela imprensa.

Do lado de fora, alguns amigos e familiares aguardavam informações e estendiam cartazes pedindo por justiça.

Segundo Clemilda, em uma parte do inquérito é confirmado que Ademir ateou fogo no corpo da menina de 12 anos. “Foram ditas muitas coisas, mas um ‘tá’ doendo dentro da minha alma. Eles falaram que foi ele que colocou fogo na minha filha, pra consumir com o corpo dela, e que a intenção era essa”, relata a mãe.

Desde semana passada, Ademir já está condenado também a 35 anos de prisão por outro crime, que cometeu três dias antes do desaparecimento de Thayná, também envolvendo uma menor, de 11 anos de idade.

O que poderá acontecer

Se Ademir for levado a júri, quem decidirá a sentença será o juiz Carlos Henrique Filho, já que é presidente do tribunal do júri de Viana e responsável pelos casos em que há homicídio doloso. Segundo o juiz, é provável que o julgamento seja aberto para acompanhamento do público, o que já é um costume do Fórum de Viana, mas a possibilidade ainda será estudada, por se tratar de um caso que envolve uma menor de idade.

O caso agora permanece em segredo de justiça, a fim de preservar a imagem da menor.

Depoimentos

A mãe da menina Thayná, não conseguiu acompanhar toda audiência, pois em alguns momentos não tinha forças para ouvir as informações ditas, mas afirmou para a imprensa que nem mesmo os familiares de Ademir defenderam o acusado. Segundo ela até a própria irmã dele apresentou o corpo com diversas marcas de agressões feitas pelo homem.

Para a audiência, Clemilda levou junto um trabalho que Thayná havia feito na Caderno Taináescola, onde contava que mesmo que sua irmã gêmea tenha morrido ainda bebê, ela foi uma menina de sorte, que tinha uma vida longa pela frente, era linda e ia ficar mais bonita ainda.

Relembre o caso

A menina Thayná Andressa de Jesus Prado, de 12 anos, desapareceu após ir até um supermercado, na manhã do dia 17 de outubro de 2017. Uma semana depois, no dia 24 de outubro, sua mãe, Clemilda Aparecida de Jesus, de 31 anos, interditou a BR-101, em Viana, em busca da filha.

No dia 31 de outubro, a polícia divulgou a foto do suspeito de ter sequestrado a jovem, identificado como Ademir Lúcio Ferreira Araújo. No mesmo dia, também foram divulgadas as imagens de videomonitoramento que registraram o momento em que a adolescente entrou em um gol prateado.

No dia 3 de novembro Após promover uma passeada, que saiu de Cariacica e seguiu até o Palácio Anchieta, Clemilda se reuniu com o secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia. No encontro, foi informada de que uma força tarefa tinha sido criada para solucionar o caso. Além disso, um novo mandado de prisão havia sido expedido contra o suspeito.

Quatro dias depois, o carro utilizado por Ademir usado no dia do desaparecimento de Thayná foi encontrado em Guarapari, com um vendedor de queijos, que disse tê-lo comprado por R$ 5 mil em Cobilândia, bairro de Vila Velha.

Corpo encontrado

Uma semana após a conversa de Clemilda com o secretário, a Polícia Civil fez uma operação na qual resgatou, às margens de uma lagoa, localizada na região conhecida como Parque Industrial, em Viana, uma ossada. Um vestido que estava próximo aos restos foi reconhecido pelo padrasto de Thayná como sendo da menina.

A mãe da estudante foi ao Departamento Médico Legal (DML) de Vitória para fazer o reconhecimento das roupas encontradas junto com a ossada, se sentiu mal, caiu no chão e precisou ser retirada do local.

Dias após o encontro da ossada que poderia ser da filha, Clemilda voltou ao DML para que fosse feita a coleta de seu material para o exame de DNA. Após 25 dias, o resultado do exame saiu e foi confirmado que o corpo era da menina.

A liberação dos restos mortais de Thayná ocorreu em 05 de dezembro. O velório aconteceu na Assembleia de Deus, em Flexal II, Cariacica. Já o sepultamento foi realizado no cemitério do bairro Aparecida, também em Cariacica.

Detido em Porto Alegre

O acusado de sequestrar a estudante foi preso na noite do dia 12 de novembro, em Porto Alegre. Ademir foi localizado em uma pousada no Centro da capital gaúcha. Após a prisão, a polícia ainda gravou um vídeo com a versão dele sobre o caso.

Na manhã do dia 14 de novembro, Ademir foi apresentado pela polícia do Espírito Santo. Segundo o delegado-chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), José Lopes, o acusado é um criminoso astuto, e que no tempo em que esteve foragido acompanhou todo caso pelas redes sociais. O que facilitou obter informações sobre o que estava acontecendo, e tentar montar sua versão dos fatos.

Outros crimes

Além desse caso, o suspeito de sequestrar, violentar e assassinar Thayná responde por crimes de estelionato, receptação, extorsão e ameaças em pelo menos três estados brasileiros. De acordo com a polícia, somente no Rio Grande do Sul, onde mora o filho, Ademir possui 22 passagens pela Justiça e já foi detido por estelionato, receptação, extorsão e ameaças. O suspeito também já foi detido em Minas Gerais, acusado de ter matado o namorado da sogra, em 2015.

No Espírito Santo, Ademir tem passagens por homicídio, roubo e estelionato. Ele também é suspeito de ter estuprado uma menina de 11 anos, três dias antes de ter sequestrado Thayná. Na época desses crimes, Ademir morava em Viana, junto com a namorada.

Ele também teve a prisão preventiva decretada referente ao processo que responde devido a uma suspeita de estupro de uma outra menina, de 11 anos. De acordo com o titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegado Lorenzo Pazolini, responsável pela investigação do estupro da menina, Ademir ficará preso por tempo indeterminado.

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