Dólar Em alta
5,016
29 de março de 2024
sexta-feira, 29 de março de 2024

Vitória
23ºC

Dólar Em alta
5,016

Idosos e entidades representativas “abraçam” a Assembleia Legislativa pelo fim da violência contra o idoso

atos dos idosos2Um abraço coletivo em torno da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES). Esse foi o simbolismo encontrado por idosos e entidades representativas para chamar atenção e conscientizar governantes e sociedade sobre o aumento da violência contra pessoas da terceira idade. Segundo dados do Disque 100, canal que recebe denúncias de violação de direitos da população, mais de 32 mil idosos sofreram algum tipo de violência no Brasil somente em 2016.

O ato público antecipou o Dia Mundial de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa, comemorado dia 15 de junho. Com teatros, panfletagem, banda de congo e cartazes espalhados pelas ALES, o objetivo foi despertar a população contra todo ato de violência cometido em desfavor da pessoa idosa, como a discriminação, o desrespeito, a negligência, violência física, financeira e psicológica contra a pessoa idosa. Incluiu também uma audiência com os parlamentares capixabas antes de sessão ordinária.

Em Vitória, somente nos primeiros quatro meses deste ano, já foram registrados 200 casos de abusos contra idosos. Em 2015, foram registrados 452 casos. A presidente do Conselho Municipal do Idoso de Vitória (COMID), Germania Menezes, 71, informou que recebe entre 8 e 10 denúncias por mês sobre violência contra a terceira idade.

atos dos idosos1“Na maioria das vezes, eles não denunciam por medo. Mas apresentam sinais como tristeza e depressão. Também não querem mais frequentar grupos de convivência ou sair de casa. Muitas vezes o neto, sobrinho, genro, nora é que são os causadores dessa violência. Por isso eles tem receio, mas existe uma rede de proteção. Quando recebemos a denuncia, encaminhamos ao Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) para que façam o acompanhamento familiar. Quando necessário, encaminhamos ao Ministério Público e Delegacia do Idoso”.

Germania reforçou que a violência contra a pessoa idosa é física, psicológica, de isolamento e negligência, além de financeira. É mais presente no seio da família, e não se limita as classes mais baixas da sociedade. Ela também acontece nas áreas nobres. E deixou um recado para a pessoa idosa.

“Coragem não é ausência do medo, mas a decisão de que algo é mais importante que ele. Não tenham medo de denunciar. Temos proteção da mesma forma que Lei Maria da Penha, Estatuto da Criança e do Adolescente. Caso queria denunciar, ligue disque 100, procure o CRAS ou o COMID”.

O coordenador do Fórum Permanente Metropolitano de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Móises Costa, afirmou que o objetivo foi impactar e convocar a sociedade para estar junto as entidades todos os dias. “A defesa da lógica é melhor que a dos direitos. Não precisamos ser LGBT para lutar contra a homofobia, mulher para defender mulher, nem idosos para defender os idosos”, afirmou.

atos dos idososidalina Romualdo, 73, estava presente no evento e considerou importante para que pessoas saibam a dificuldade enfrentada pelos idosos. “Diria para as pessoas que fazem isso terem um pouco de paz. Deus abençoe para que eles cheguem a metade da nossa idade”, afirmou.

A aposentada Zilda Vieira, 77, afirmou que a violência contra o idoso aumenta cada vez mais em todo o Brasil. Ela contou que já sentiu na pele um desrespeito, ao ter dinheiro roubado por familiares. Por isso, se juntou aos colegas na luta pela causa.  “Eu ganhava R$ 700 e passei a receber R$ 400. E preciso me esforçar para pagar aluguel, comer e me vestir. Muitas vezes procuro não me aborrecer, porque sei que Deus vai me dar o dobro. Esse é o meu sustento”.

Dona Maria Maura do Carmo, 77, aprovou o evento. “Há muitos idosos que são maltratados pelos filhos e família. O evento está maravilhoso! É importante para eles saberem nos tratar. Eu nunca fui desrespeita, sou muito bem tratada. Mas nem por isso deixo de lutar pelos meus irmãos”.

Alaíde Marques Silva, 76, diz que muitos deles são maltratados dentro de ônibus e tratados de forma rude pelas ruas. “Se reclamamos eles nem ligam. Fui destratada dentro da minha casa. A pessoa, que é evangélica, avançou meu terreno, não aceitou minha reclamação, me deixou falando sozinha e disse que ia procurar a polícia. Apesar disso, sou muito bem tratada pela minha filha”.

Para denunciar violações de direitos das pessoas idosas, ligue para o Disque 100, para a Delegacia de Atendimento e Proteção às Pessoas Idosas, no telefone 3227-9545, ou para o Conselho Municipal do Idoso (Comid), no telefone 3382-6178.

Você por dentro

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Escolha onde deseja receber nossas notícias em primeira mão e fique por dentro de tudo que está acontecendo!

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas

Notícias Relacionadas