Apesar de ter confessado a autoria do crime, Felipe de Souza Ribeiro dos Santos, de 20 anos, foi liberado pelo delegado responsável pelo inquérito do assassinato de Maynara Fernanda Teodoro Micaela, 21, ocorrido por volta das 8h30, desta segunda-feira (3), em Campo Belo II, Cariacica. Ele foi liberado por não se enquadrar nos requisitos – do art. 302 do Código Penal. A vítima foi morta a facadas, que atingiram o peito, costas e braço. Além disso, o filho de Maynara de apenas três anos presenciou todo o crime.Segundo o depoimento prestado na Delegacia de Homicídio e Proteção à Mulher (DHPM), a mãe de Felipe informou que o filho possui distúrbios mentais e por isso, é aposentado. Além disso, ela contou à polícia que devido à deficiência ele é uma pessoa violenta, inclusive, revela essa situação a todas as namoradas de Felipe. Entretanto, desta vez, ela não conseguiu avisar a vítima.
De acordo com o titular da DHPM, Adroaldo Lopes, o crime teria ocorrido porque Felipe não aceitava o término do relacionamento. “Em depoimento ele disse que estava namorando com a vítima há cerca de seis meses e que sabia que ela estava grávida de outra pessoa e aceitava. No entanto, há duas semanas ele descobriu que ela o traiu com pai da criança que estava esperando e nisso, começaram a se desentender. Só que ontem (2), ela foi dormir na cada dele, inclusive, segundo ele, tiveram relações sexuais, mas em seguida, voltaram a discutir. Ela o informou que iria larga-lo para ir morar com o ex”, explicou.
Ainda em depoimento, o autor declarou que após dormirem juntos, nesta manhã (3), ele teria dito que iria levar a vítima para casa, mas antes, passou pela cozinha e pegou uma faca – de 20 centímetros – e colocou na cintura. No entanto, no meio do caminho, os dois voltaram a discutir e por volta das 8h30, ele a esfaqueou na frente da criança.
Lopes comentou ainda que foi o próprio autor que acionou a polícia e se entregou pacificamente, juntamente com a arma do crime. “Logo após esfaquear a Maynara ele foi para casa da tia, em Morada de Santa Fé, também em Cariacica. Lá, ele contou tudo para a tia e acionou a polícia. Mas ficou dentro da casa, com receio de ser linchado por populares. Quando percebeu a chegada dos policiais militares, ele foi até a rua e acenou para os policiais, se entregando e entregando a arma do crime. Os depoimentos, dos policiais, dele, da tia e da mãe são os mesmos”, ressaltou o delegado.
Como o autor não se enquadrava nos requisitos para ser autuado em flagrante, ele foi liberado. Além disso, Lopes não vê também o cumprimento dos requisitos para solicitar a prisão preventiva do acusado. Dessa forma, Felipe irá responder em liberdade.
A defesa de Felipe deve apresentar em juízo os documentos que atestem sua deficiência, que possivelmente será alegado insanidade mental. O delegado comentou ainda que a mãe do acusado o levou para um local seguro, já que há informações que pessoas da região onde moravam querem lincha-lo.
Caso seja comprovado os distúrbios mentais, Felipe pode ficar isento de pena. Porém, o juiz pode determinar que ele seja internado em Hospital Psiquiátrico de Custódia.
