Um homem bem sucedido, com vários empregos em Dubai, nos Emirados Árabes, que deixou esposa, filha e tudo que tinha para visitar um primo no Brasil. Durante a estadia, ele acabou se tornando usuário de crack. Essa é a história de Makran Raddaqui, 33, natural da Tunísia, país localizado ao Norte da África.
Segundo a Polícia Civil, ele foi assassinado por Marivan Coutinho de Souza, 46, no dia 29 de dezembro de 2017, no bairro São Geraldo, na Serra. Em depoimento, o homem confessou com detalhes que tudo aconteceu por vingança.
Segundo o titular da Delegacia de Crimes Contra Vida (DCCV) da Serra, Rodrigo Sandi Mori, Makram Raddaqui falava sete idiomas e teve vários empregos na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes, entre elas compositor, massagista e DJ.
Sandi Mori contou que a vítima veio para o Brasil há um ano e meio para visitar um primo. Ele acabou ficando por aqui, chegou a conseguir um emprego, mas se tornou usuário de crack, passou a morar na rua e lavar carros na frente da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Carapina.
Segundo o delegado, no dia 19 de dezembro, 10 dias antes do crime, vítima e acusado estavam próximo a UPA de Carapina, consumindo drogas, quando Makram Raddaqui teria mandado Marivan de Souza oferecer uma bucha de maconha a uma pessoa, que supostamente seria Policial Civil, que recusou a droga e teria batido no acusado.
Em depoimento à polícia, Marivan de Souza confessou o crime com detalhes. Ele disse que após o ocorrido, atraiu a por vingança para usar crack em um local isolado, por volta de 4h do dia 29 de dezembro, e disparou três tiros. Um deles acertou a axila do tunisiano, que morreu no local.
“Depois que aconteceu o crime, a embaixada da Tunísia e a família entraram em contato conosco. Fomos ver o histórico de vida dele. Essa vítima era um rapaz muito querido no país dele. Infelizmente veio ao Brasil conhecer um primo, chegou a trabalhar, mas infelizmente acabou conhecendo o crack. Perdeu família e sonhos. De vários empregos em Dubai em hotéis conceituados, terminou lavando carros na frente do UPA de Carapina. Com o dinheiro, ele consumia crack”.
O autor do crime era monitorado pela polícia há cerca de duas semanas. Ele já cumpriu 19 anos de prisão em Minas Gerais, tinha passagens por tráfico de drogas, porte ilegal de armas, tentativa de homicídio, e estava com mandado de prisão em aberto por furto pela comarca de Nanuque, no estado mineiro.
O delegado disse que a família estava ciente da situação da vítima e estava vindo para o Brasil buscá-lo. O corpo de Makram Raddaqui foi enviado à Tunísia 20 dias após o crime. “Estamos em contato com a embaixada da Tunísia, que busca informações sobre a elucidação desse homicídio. Concluímos o inquérito e passaremos as informações das circunstâncias e motivação do crime a eles ainda na data de hoje”, disse o delegado.
