Thiago Sobrinho – [email protected]
Se as praias de Vila Velha são consideradas as mais limpas e próprias para banhistas, a segurança pode deixar a desejar. Nesta sexta-feira, por exemplo, em toda a orla não há qualquer guarda vidas. A categoria suspendeu as atividades e realiza uma manifestação por melhores condições de trabalho e reajuste salarial.
Desde as sete da manhã guarda vidas estão nas ruas entre Itaparica e Praia da Costa com faixas e apitos. Ao todo, a categoria conta com 100 profissionais e eles exigem alimentação e hidratação calórica, uma vez que ficam expostos ao sol e calor com uma carga horário de 12 horas.
Os guardas também pedem rádios para comunicação entre os postos e base de trabalho fixo, para guardarem seus materiais. O salário da categoria é de R$ 1,3 mil e eles querem reajuste para equiparar ao do bombeiro soldado, que é de R$ 2,1 mil.
“A prefeitura cobra uma escala de 12 horas e fica inviável a gente se alimentar. Eles não enxergam que a gente lida com vidas”, reclama o guarda vida Dan Mousinho. Segundo o presidente do Sindicato dos Guarda Vidas do Espírito Santo, Vantuir Dabino, desde agosto o sindicato vem se reunindo com a prefeitura. “Já foram feitas mais de dez reuniões, mas a categoria não está tendo resposta às demandas”, relatou.
A advogada Ana Paula da Costa, moradora de Itaparica, apóia o movimento e diz que os guardas vidas estão com razão em protestar. “É um trabalho muito pesado e a prefeitura não dá apoio. Muitas vezes eles têm de se proteger do sol nos quiosques da praia. Estão com toda razão de protestar”.
A previsão é que em todo o fim de semana as praias do município canela verde fiquem sem a proteção dos guarda vidas.
Por meio de nota a Prefeitura de Vila Velha afirma que cumpre com todas as obrigações legais e fornece todos os equipamentos necessários para os guarda-vidas. “A atual administração tem um compromisso com a valorização profissional, tanto que hoje os guarda-vidas tem um salário base de 1.316 reais, com ganhos reais de mais de 40% em relação ao salário de 950 reais que recebiam até o término da gestão passada, em 2012. A Prefeitura continuará dialogando com a categoria e espera que os sindicalistas não permitam que as manifestações prejudiquem o atendimento aos munícipes canela-verde, diz a PMVV em nota.