“Ele me fez refém dentro de casa”. Foi o alerta que a médica Milena Gottardi, assassinada a mando do ex-marido, o policial civil Hilário Frasson, deu aos sogros. Uma gravação foi feita pela família dela durante conversa com os pais de Hilário, onde ela relatava as ameaças sofridas e como estava vivendo dentro da própria casa. O crime aconteceu em 14 de setembro no estacionamento do Hospital das Clínicas, em Vitória, quando ela deixava o plantão.
Além de Hilário, também é apontado como mandante o pai, Esperidião Frasson, que na gravação presenciou o desespero de Milena e ouviu dela o pedido de ajuda para a vida dela e a saúde do ex-marido. “Ele precisa de tratamento, gente, ele precisa de ajuda”, disse aos ex-sogros. os dois estão presos, bem como os apontados como intermediários do crime, Valcir da Silva e Hermenegildo Palauro Filho, o Judinho, o co-autor Bruno Rodrigues e o autor dos disparos que mataram a médica, Dionathas Alves.
Na conversa com os sogros ela relata que precisou se disfarçar para conseguir ajuda de advogado e juiz e poder sair de casa com as duas filhas. Disse que hilário rastreou seu computador de trabalho e lia todas as conversas do aplicativo de celular Whatsapp, bem como dificultou seu direito de contratar advogado. “Me disfarcei. Tive que entrar no hospital e trocar de roupa porque eu sabia que tinha alguém me vigiando”, disse ela.
Segundo um parente da vítima, o áudio foi gravado no apartamento de Milena no mês de abril. Na ocasião, ela tinha se separado de Hilário e os sogros foram pedir para que ela não se separasse do policial civil. “Eles chegaram com Hilário sem avisar no apartamento, por volta das 6 horas, e ela estava saindo para ir ao trabalho”, afirma.