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Grande Vitória possui mais de 40 mil pessoas com diabetes

Laureen Bessa – [email protected]

{'nm_midia_inter_thumb1':'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2015/11/16/70x70/1_diabetes_type_ii_2-153764.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5649d04d5abf5', 'cd_midia':153764, 'ds_midia_link': 'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2015/11/16/diabetes_type_ii_2-153764.jpg', 'ds_midia': 'diabetes', 'ds_midia_credi': 'Divulgação', 'ds_midia_titlo': 'diabetes', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '350', 'cd_midia_h': '232', 'align': 'Left'}Uma doença silenciosa e rasteira, que sem o devido cuidado pode desenvolver diversas complicações graves, sendo até fatal para uma pessoa. De acordo com estudos realizados pelo Ministério da Saúde, o diabetes é a segunda principal causa de complicações de quadro clínico que ocasionam morte no país, perdendo apenas para uma outra doença crônica, a hipertensão.
Dentre as complicações sérias está a cegueira, infarto, derrame, falência dos rins e até amputação de membros, se não for tratada adequadamente.
Segundo outro estudo, desta vez, da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada sete segundos, uma pessoa morre por complicações do diabetes no mundo. Além disso, cerca de 85% das amputações não traumáticas de membros inferiores são causadas pelo diabetes.
Dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia apontavam que em 2011, no Espírito Santo, havia mais de 260 mil diabéticos. Em 2012, a capital capixaba chegou a ficar em segundo lugar no ranking de cidades com maior índice de diabéticos, atingindo cerca de 7,1% de seus habitantes. Contudo, informações da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), em 2014, foram cadastrados no Estado, 54.838 diabéticos no Sistema de Informação da Atenção Básica do SUS (Sistema Único de Saúde).
Já os municípios que abrangem a Grande Vitória divulgaram que em 2015, haviam mais de 40 mil pessoas sendo atendidas com diabetes. Em Vitória, eram 11.441 diabéticos; na Serra, cerca de 10 mil; Vila Velha (14.886); Cariacica (2,5 mil) e Viana (1,3 mil).
No entanto, o endocrinologista do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), Mario Sergio Zen, contou que a estimativa é que 10% da população brasileira tem a doença. “Existem o diabetes Tipo I, II, a gestacional e outras. Mas o que tem nos preocupado é o número crescente de pessoas com a doença. Cerca de 90% dos casos de diabetes no mundo é o tipo II, que pode ser causada por dois fatores, um fundo genético e o ambiental. Esse aumento considerável tem gerado muita preocupação na comunidade médica, porque 50% das pessoas com a doença, não sabem que estão doentes, porque muitas das vezes o diabetes é assintomático e demoram a fazer os devidos exames”, afirmou.
{'nm_midia_inter_thumb1':'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2014/11/17/1_140049-101587.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'546a290422d1e', 'cd_midia':101584, 'ds_midia_link': 'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2014/11/17/140049-101584.jpg', 'ds_midia': '', 'ds_midia_credi': ' Divulgação', 'ds_midia_titlo': '', 'cd_tetag': '3', 'cd_midia_w': '300', 'cd_midia_h': '199', 'align': 'Right'}Tipos da doença
O diabetes gestacional ocorre nas grávidas geralmente somente durante o período da gestação. Segundo o endocrinologista, devido às alterações hormonais, as grávidas podem ter um aumento de glicose, porém, caso não tratado, o quadro pode evoluir para a permanência da doença. Normalmente, é feito o exame completo seis semanas após o parto para confirmar se a mulher se tornou diabética ou não.
Zen explicou ainda o diabetes tipo I e II, sendo que a tipo I é autoimune, acomete crianças e jovens, ocorrendo subitamente no organismo do indivíduo. “O que ocorre é que o próprio organismo produz anticorpos que destrói as células produtoras de insulina. Por isso que, neste caso, pelo resto da vida a pessoa terá que aplicar insulina. Além das crianças e jovens, no geral, 20% da população brasileira acima de 60 anos também acabam se tornando diabéticos tipo I. Já o tipo II da doença acomete principalmente adultos, por ter a produção de insulina reduzida e por ter adquirido resistência da insulina, é como se ela não atuasse de forma adequada no organismo. Ela também está relacionada ao ganho de peso e a gordura visceral abdominal, que produz substâncias que atrapalham diretamente na ação da insulina no organismo”, ressaltou o endocrinologista.
As outras causas de ocorrência da doença, são consideradas mais raras. Como a necessidade da retirada do pâncreas, a pancreatite crônica – em decorrência do consumo prolongado de álcool, como em alcoólatras –, e o uso indiscriminado de corticoides, que em sua composição possui substâncias que podem gerar o diabetes.
“Por muitas vezes ser assintomático, os pacientes demoram até cinco anos para descobrir que possuem o diabetes. Se não tratar adequadamente, a doença pode gerar complicações sérias, como cegueira, infarto, derrame, falência dos rins e até amputação de membros. O diabetes é uma pandemia e essa situação clínica vem aumentando. Se já não temos condições de atender a demanda atual, não vai haver sistema de saúde que irá suportar. Precisamos mudar esse quadro tão alarmante”, declarou o endocrinologista do Hucam, Mario Sergio Zen.
Para o médico, a principal causa do crescente índice de pessoas com a doença está interligada à péssima alimentação e a falta da pratica de exercícios físicos. Ele aponta ainda a necessidade de uma mudança comportamental da sociedade, que tem permitido que as doenças crônicas, que antes mais comuns em idosos, estejam sendo identificadas em pessoas mais novas.
“Somente 25% dos diabéticos estão com a doença controlada. Neste ano, a OMS chama a atenção para isso, queremos alertar que é passível mudar e evitar a doença. Além disso, a nossa sociedade tem aumentado a idade média de vivência e isso, aumenta também as probabilidades de mais pessoas com doenças crônicas e é preciso estarmos preparados para essa nova realidade”, frisou Zen.
Vivendo com a doença
Viver com a doença é o mesmo que ter disciplina, principalmente alimentar. Mas todo o tratamento – medicamento, alimentação e exercícios – deve ser levada com muita seriedade pelo diabético. Entretanto, a mudança de hábitos pode ser complicado para muitos.
O motorista, Pedro Gusmão, de 53 anos, descobriu que era diabético há 10 anos e afirmou que o mais difícil foi se policiar na hora de suas refeições. “Quando eu descobri era na época do Natal. Foi muito difícil me adequar a restrição alimentar, principalmente os doces. Eu sentia muita câimbra nas pernas e urinava umas cinco a seis vezes durante a madrugada. Pesquisei na internet e vi que poderia ser diabetes, na hora eu já cortei o açúcar e as massas. Quando eu fui no médico e fiz os exames completos, minha taxa de 562 confirmou a doença. Hoje eu tomo os comprimidos duas vezes por dia e ela está controlada”.
Pedro revelou ainda que a cada 15 dias faz o exame rápido de glicose. E, a cada cinco meses, repete todos os exames laboratoriais. “Eu sei que está tudo bem, porque eu nem uso os óculos, isso indica que as taxas estão baixas. Mas eu procuro seguir o tratamento, pois tenho receio de que a doença evolua”.
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Devido à experiência própria, o empresário Alexandre Loyola, criou a Associação de Diabéticos do Espírito Santo e Amigos (ADIES). Depois de ter sofrido com a falta de amparo, ajuda para entender a nova realidade de seu filho – que descobriu o diabetes com um ano e meio –, Loyola decidiu abrir em novembro de 2012 a ADIES. No local, ele fornece informações sobre a doença e ajuda pessoas com dificuldades.
“Nós fazemos eventos, palestras, reuniões, tudo para apresentar a doença e tirar as dúvidas que a cercam. Entrei no mundo do diabetes por causa do meu filho, que hoje já vai fazer oito anos. Na época, tive muitas dificuldades e hoje, quero evitar que outras pessoas sofram da mesma forma. Recebemos muitos pedidos de ajuda para conseguir insumos medicamentosos. Está cada vez mais difícil conseguir os medicamentos com o Governo. Está sempre faltando insulina nos postos e nas farmácias cidadãs, muitas das vezes precisamos entrar na justiça para conseguir”, declarou o presidente da ADIES.
Outro problema apontado por Loyola é a falta de apoio do poder público às pessoas com poucas condições financeiras, já que para ter alta de uma internação, o diabético precisa ter o kit básico: tiras reagentes, glicosímetro, medicamento/insulina, e/ou seringas e canetas.
“Temos cerca de cinco doadores voluntários e tudo que recebemos é voltado para ajudar as pessoas com menos condições. Agora, um amigo vai lançar um livro e toda renda das vendas serão revertidas para a Associação e assim vai. Chegamos a ajudar mais de mil pessoas, direta e indiretamente, sempre através das palestras, blitz da glicose e treinamentos. Queremos ajudar as pessoas que enfrentam a doença”, afirmou Loyola.
Ações
O diabetes é uma doença crônica que requer acompanhamento integral e contínuo. Por isso, a rede municipal de Saúde tem promovido ações de prevenção da doença e promoção da saúde, com objetivo de provocar hábitos mais saudáveis.
Nas Unidades de Saúde da Grande Vitória, existe o programa Hiperdia, cujo foco é garantir as linhas de cuidado dos pacientes hipertensos e diabéticos e também abordar temas de educação em saúde para que esses pacientes se apropriem de informações que possibilitem sua autonomia e responsabilização no tratamento da doença, facilitando assim o autocuidado e a redução dos agravos causados pelo diabetes.
Além disso, as Secretarias Municipais de Saúde de Vitória, Vila Velha e Serra, têm identificado a falta de alguns medicamentos para diabetes. Entretanto, elas informaram que a maioria dos insumos já foram comprados e estão no aguardo da entrega.
Vitória – está em falta a: Gliclazida e a Glimepirida. Mas a Glibenclamida 5mg está sendo ofertada como opção. Contudo, é necessário buscar orientação junto ao médico para a possível substituição.
Vila Velha – a Glimepirida 2mg, Gliclazida 30mg, Metformina 850mg estão em falta.
Serra – somente a Gliclazida está em falta.
Já a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), informou que todo o tratamento medicamentoso para diabetes é feito na rede municipal de saúde. O Governo do Estado, no entanto, oferece dois tipos de insulina de alto custo, que são a glargina e a detemir. Mas não houve informações sobre a falta dos medicamentos em estoque.

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