Dólar Em alta
4,993
28 de março de 2024
quinta-feira, 28 de março de 2024

Vitória
28ºC

Dólar Em alta
4,993

Governo quer unificar o atendimento às vitimas de violência sexual

Redação Multimídia ESHOJE com Hanna Carolina

Desde o dia 20 de novembro o Espírito Santo participa da campanha “16 dias de Ativismo pelo fim da Violência da Mulher”. Como parte da campanha o Governo anunciou na tarde desta terça-feira (22), ações intersetoriais no enfrentamento a violência sexual contra a mulher.
O objetivo nesses dias é possibilitar à humanização do atendimento as mulheres que sofreram violência sexual. As Secretarias de Estado de Saúde , Segurança Pública e Defesa Social e Direitos Humanos, querem encurtar e deixar esse processo menos demorado, já que se trata de um momento delicado para a Vitima.
“Estamos aproveitando a campanha para chamar a atenção para um problema que está por trás destes crimes. No meio de todo esse esforço tem o propósito impactar na sub-notificação, naqueles casos em que as mulheres deixam de notificar, as investigações que não são feitas e que tem um impacto muito grande na segurança publica”, declarou o secretário de Estado de Segurança André Gárcia.
O primeiro passo para o início desse procedimento começou nesta segunda-feira (21) e vai até quinta-feira (24) com o treinamento de mais de 100 profissionais da saúde de todo o Estado. São médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais que estarão preparados para atender de forma humanizada às pessoas em situação de violência sexual, com registro de informações e coleta de vestígios.
“A partir da capacitação é organizando melhor o atendimento das vitimas de violência sexual que são majoritariamente mulheres. O segundo passo que também já está planejado é fazer a coleta de vestígios nessas unidades de saúde. Isso também vai ser uma grande novidade porque vai permitir um atendimento de mais qualidade, onde elas não precisam se revitimizar”, acrescentou secretário de Estado de Saúde, Ricardo de Oliveira.
O segundo passo de coleta de vestígios será um processo um pouco mais demorado, já que é necessária a habilitação do Ministério da Saúde, e só deve acontecer a parir de 2017. Com essa habilitação segundo o secretario de Saúde, as mulheres vão conseguir fazer em um único lugar todo o atendimento. “Não será como é hoje que ela vai à Unidade de Saúde é tratada, depois tem que ir ao Instituto Médico Legal (IML) e de novo se submeter a uma perícia técnica das conseqüências do ato de violência sexual”, destacou Ricardo de Oliveira.
Um ponto importante ressaltado pelo secretário de Segurança André Garcia, é que essa unificação do atendimento, vai facilitar com que as provas não sejam perdidas no meio do processo. “Isso chama de preservação da cadeia de custódia, ou seja, são todos os vestígios que podem ser utilizados na responsabilização dos criminosos e dos praticantes dos crimes sexuais em geral”.
O acolhimento e cuidado são os principais pontos do atendimento a vítima de violência sexual. Quando esses processos são feitos com os profissionais preparados e treinados, eles vão conseguir orientar a vitima para que ela faça a denuncia do caso, já que essa é uma decisão a ser tomada pela mulher.
“O objetivo é preservar a autonomia da mulher, a decisão é sempre dela, mas é necessário que os profissionais aptos para fazer esse acolhimento, pra ter esse cuidado, para fazer a orientação, mas sempre levando em conta que a decisão final é dela. Se ela vai denunciar ou não, se ela vai se submeter há uma coleta de vestígios ou não”, informou a subsecretária de Políticas para Mulheres da Secretaria de Defesa Social e Direitos Humanos, Fernanda Braumar.
De acordo com Fernanda 98% das vitimas de violência sexual são mulheres e 61% são meninas. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) registrou 629 casos de violência sexual no Estado, em 2015. Destes, 80 casos são do sexo masculino e 549 do sexo feminino. Adolescentes de 10 a 14 anos foi maioria entre as vítimas, com 178 casos registrados no ano passado. Entretanto para ter esses dados, é preciso que eles sejam notificados.
“Para nós é muito importante fazer com que esse crime deixe de ser algo que ninguém sabe. Na verdade hoje a gente supõe que os números de estupros sejam muito maiores, mas nós não temos esses dados, porque há uma grande reincidência de subnotificação em relação a esse crime e para combater a impunidade precisamos de informação, precisamos de empoderar essa vitima, para que ela possa buscar os seus direitos”, alertou a subsecretária.
Atendimento de urgência e emergência
A violência sexual é caracterizada por urgência e emergência e deve ser atendida em qualquer serviço de urgência e emergência. Quando as vítimas são crianças e adolescentes, os serviços acionam o Conselho Tutelar, e quando idoso, o serviço deve acionar a Delegacia do Idoso ou Conselho. Já adultos, orienta-se ir ao Instituto Médico Legal (IML) fazer a coleta de vestígio no exame de corpo de delito. A mudança, para atender de forma humanizada a vítima de violência sexual, é que a coleta de vestígio poderá ser feita na unidade de saúde de referência. O serviço vai coletar e armazenar e o IML recolherá para as devidas análises.

Você por dentro

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Escolha onde deseja receber nossas notícias em primeira mão e fique por dentro de tudo que está acontecendo!

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas

Notícias Relacionadas