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Governo desfaz núcleo que era considerado a ‘alma’ da Casa de Rui Barbosa

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo Bolsonaro afastou de seus cargos cinco pesquisadores que eram considerados a “alma” da Fundação Casa de Rui Barbosa.
As dispensas ocorreram pouco mais de dois meses após a atriz e roteirista Letícia Dornelles ser nomeada presidente da casa, o que ocorreu em outubro. 
Os profissionais que deixam o núcleo de pesquisa são o cientista político Charles Gomes, a jornalista Jöelle Rouchou, a ensaísta Flora Sussekind, o sociólogo e escritor José Almino de Alencar e também Antonio Herculano Lopes, que é diretor do centro de pesquisa da fundação.
Quatro desses servidores foram exonerados e Rouchou foi apenas dispensada, o que significa que permanece na fundação.
Os servidores não foram avisados de que seriam afastados de seus cargos e obtiveram a informação na manhã desta quarta-feira (8) após publicação das medidas no Diário Oficial da União. 
Questionada, por meio de sua assessoria de imprensa, sobre os afastamentos, Dornelles não apresentou explicações. Ela apenas afirmou que a medida foi tomada para “uma otimização administrativa” e que se trata de uma decisão de governo.
Dornelles é um dos nomes escolhidos pelo governo Bolsonaro em uma série de renomeações polêmicas ocorridas entre outubro e dezembro do ano passado na área da Cultura. 
A principal mudança foi a escolha do dramaturgo Roberto Alvim para o comando da Secretaria Especial da Cultura, órgão que era subordinado ao Ministério da Cidadania e passou para a pasta do Turismo.
Para a Fundação Palmares, por exemplo, Alvim nomeou Sergio Camargo, que disse nas redes que a escravidão no Brasil foi terrível, porém “benéfica” para os descendentes negros.
A nomeação de Camargo foi suspensa por ordem judicial. A nomeação de Dornelles também foi questionada pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro.
Em intimação enviada ao Ministério da Cidadania, ao qual a Casa Rui Barbosa era subordinada até o fim do ano passado, a procuradoria aponta que Dornelles não tem qualificação acadêmica prevista por lei para comandar uma instituição de ensino superior.
Da mesma forma, também houve mobilização contrária a nomeação de Dornelles para o cargo em universidades brasileiras no fim do ano passado. 
A Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, por exemplo, publicou nota de repúdio à medida, considerando que ela seria parte de “instrumentalização político-ideológica” que estão sofrendo as instituições brasileiras”.
Segundo diversos pesquisadores ouvidos pela reportagem, Dornelles não tem formação acadêmica e currículo para assumir a presidência da Fundação Casa de Rui Barbosa.

Autor: GUSTAVO FIORATTI

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