Por Bárbara Caldeiras
Em apenas 72 horas de investigação, o Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (NUROC), prendeu nesta sexta-feira (02) uma mulher suspeita de desviar uma quantia de, no mínimo, R$ 2 milhões da Central de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa). Ana Carolina Jardim Machado, de 31 anos, já trabalhava há oito anos como Gerente Administrativo Financeira da CEASA.
O esquema foi descoberto por meio de uma denúncia da própria Central, que desconfiou de um pagamento de R$ 154 mil, identificado pelo banco aonde Ana Carolina possui uma conta de pessoa jurídica. O que chamou mais atenção foi o fato de o dinheiro ter sido transferido para uma empresa de produtos de beleza, uma esmalteria localizada em Vila Velha que tinha a funcionária como proprietária, cuja atividade é completamente distinta da exercida pela estatal.
Além dos R$ 154 mil, até o momento foram identificados outros desvios como de uma decisão judicial falsa, que Ana Carolina alterou de uma verdadeira para que ela mesma fosse à beneficiária. Na nova decisão judiciária o valor também foi alterado de R$ 100 mil para R$ 250 mil, além do aumento de um para seis salários mínimos de pensão vitalícia.
A funcionária já trabalhava há 11 anos na CEASA e há oito como Gerente Financeira da estatal. Estima-se que os desvios já acontecem desde 2014. “Temos o caso de uma gerente financeira que já está há oito anos no cargo e parecia estar muito à vontade, como foi demonstrado na investigação, em realizar esse tipo de atividade criminosa” relata o secretário de Segurança Pública, André Garcia.
Os crimes
A investigação ainda não foi finalizada, mas até o momento já foram identificadas ações de peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações, prevaricação, falsificação de documento público e lavagem de dinheiro. Segundo a Sesp, é possível ainda que haja um rombo muito maior nos cofres da Ceasa e também o envolvimento de outras pessoas no desvio de recursos, mas ainda não foram confirmados pelo NUROC.
Ana Carolina ficará presa por cinco e está colaborando com as investigações. Até o presente momento a funcionária da Ceasa informou que já havia adquirido imóveis, carro, entre outros bens que ainda não foram levantados.