Por Ana Luiza Andrade
Alguns moradores de Jardim Camburi, em Vitória, estão reclamando que o Motel Haiti, localizado na orla da praia, despeja grandes volumes de fumaça pelo bairro, causando problemas de saúde e incômodos na região.
Além do pó preto, que já é um alvo de reclamações há anos, agora mais um problema parece sem solução para os moradores.
A administradora, Maria Luiza da Penha, 30, é moradora do bairro e diz que faz reclamações à Prefeitura de Vitória há quase cinco anos, mas o problema sempre volta. “A chaminé do motel fica aberta e a fumaça entra nos apartamentos, incomodando os moradores que moram nas proximidades. A fumaça costuma aparecer no fim do dia e dura pela noite”.
A moradora diz que fica preocupada com a saúde da família. “Eu estou grávida e tenho um filho que sofre de alergia respiratória. A fumaça me preocupa, pois causa irritação nos olhos e entra no apartamento por muito tempo. Esse problema já tem anos, o próprio condomínio já fez reclamações e nada. Eu fiz queixa na prefeitura e eles param por um tempo, mas depois de um tempo o problema volta”.
Maria Luiza conta que mora bem próximo ao motel, e que as reclamações são recorrentes de todos os vizinhos. “Acho que a prefeitura deveria ter uma ação melhor sobre esse tipo de reclamação. Eles só fiscalizam quando tem reclamação, mas elas deveriam ser mais recorrentes”.
Outra moradora que mora próximo ao motel é a fotógrafa Raphaela Figueiredo Santana, 35. Ela também diz que a fumaça é recorrente e já fez várias reclamações ao motel e à prefeitura. “Toda semana parece que eles fazem queima de madeira e essa fumaça entra nos prédios. Esse problema já existe há muitos anos. Tem dias que a fumaça é tão forte que tenho que fechar todas as janelas da casa, e isso é no prédio todo, tem gente com filhos que tem problemas respiratórios e alergias. Nós ficamos preocupados”.
Segundo Raphaela, o prédio é muito próximo ao motel e ela consegue ver a fumaça entrando em outros locais. “Tem dia que a fumaça é muito forte e chega a arder o nariz. Eu já devo ter ligado umas quatro vezes pra prefeitura, pelo 156. Eles pegam nossos dados e falam que vão resolver mas não dá em nada. Também já liguei no motel mais de uma vez junto com outra moradora pra reclamar e a recepcionista disse que a gerente não se encontrava e que não poderia resolver”, relata.
A moradora conta que não sabe mais o que fazer para que resolvam o problema. “Eu moro lá já tem sete anos, e tem muitos anos que essa fumaça incomoda a todos. Eu tenho uma filha de quatro anos e fico preocupada com a saúde dela, por que toda vez ela reclama do cheiro e da fumaça”.
Motel Haiti
A gerente geral do Motel Haiti, Rafaela Dalcool, explicou que a empresa está com a regulamentação em dia, mas que na última semana houve um problema com a tubulação, que já está sendo resolvido.
“Nossa lenha é eucalipto e estamos dentro dos padrões da Secretaria do Meio Ambiente. Nossa chaminé é distante dos apartamentos, obedecemos aos padrões do alvará. que nos permite trabalhar”, afirma.
Segundo ela, na última semana os funcionários que realizam a manutenção perceberam que houve um estouro na tubulação da chaminé, onde é feita a queima de madeira para os aquecedores. “Assim que o problema foi identificado nós agimos imediatamente, fazendo o desligamento da caldeira. Ela só será religada após manutenção, que já está sendo feita, e liberação do uso”.
A gerente geral do motel pontua que o estabelecimento preenche todos os requisitos e condicionantes do alvará da prefeitura para funcionar. Disse que o local passa por fiscalizações regularmente e que o problema pontual e não recorrente.
Prefeitura de Vitória
A Secretaria de Meio Ambiente de Vitória (Semmam) informou, por nota, que o estabelecimento já foi notificado e até interditado por descumprir as normas de licenciamento ambiental. No entanto, a empresa apresentou documentação para regularizar a situação, que está em fase de análise. Mesmo assim, a Semmam afirmou que fará uma nova fiscalização no local.
Confira um vídeo enviado pelos moradores:
Esse estabelecimento está lá desde a década de 70.
Problemas acontecem.
Esses moradores como mostra a matéria estão lá menos de 10 anos.
Então… já sabiam da ” vizinhança” quando foram morar lá…
Então…