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Febre Amarela será mapeada no Espírito Santo

Mosquito sucking blood from people.

A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) deu início a uma pesquisa para fazer um mapeamento da evolução de febre amarela no Estado. O trabalho terá duração de um ano e tem por objetivo formar um banco de dados para informações e medidas de proteção futuras a biodiversidade. O projeto é uma parceria com as Secretarias de Estado da Saúde e do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação no Espírito Santo (Fapes).O anúncio foi feito um dia após dois macacos serem encontrados mortos no campus da Ufes em Vitória.

Sob coordenação do professor de Zoologia da Ufes, Sérgio Lucena, a pesquisa está dividida em duas fases: primeiro, saber em que matas os animais morreram; características dos locais;  mapeamento de datas para entender como se deu o avanço; análise das características ambientais por onde passou a virose, e onde os macacos morreram, para entender o processo de surto da doença. A segunda fase consiste em uma vigilância ativa, que é continuar o monitoramento, captura e análise dos animais.

“O problema da febre amarela no Espírito Santo não é só de saúde pública, mas também ambiental. O Estado tem a responsabilidade de proteger a biodiversidade e a fauna. Temos espécies ameaçadas de extinção envolvidas no processo”.

Segundo o professor, a morte de macacos por febre amarela é colocada em segundo plano. Para compreender o clico silvestre da doença, é preciso inicialmente entender o que acontece nas matas. “Como o clico está avançando, pulando de uma mata para outra e com que velocidade; quem são os agentes que estão conduzindo esse vírus de um lugar a outro. Embora tenhamos algumas explicações tradicionais, isso não está claramente respondido”.

As ações envolvem sete professores dos departamentos de ciências Biológicas, Anatomia e Saúde da Ufes, um pesquisador da Sesa, cientistas do Rio Grande do Sul e do Centro Brasileiro de Primatas. Consiste ainda o processamento genético das amostras, além de modelagem e análise de resultados. 24 macacos da espécie sagui já foram recolhidos para análise.

“Estamos no meio da evolução do surto e todos os dados coletados são importantes para compreender esse fenômeno. Essa pesquisa vai trazer o mapeamento da doença, para saber como ela evoluiu. Como nas tínhamos febre amarela há 50 anos no Estado, não tínhamos conhecimento disso”, afirmou o Secretario da Seama, Aladim Cerqueira.

Segundo o Secretario, há muito mais perguntas do que resposta sobre o surto de febre amarela no Estado. Uma delas é saber, futuramente, após a passagem do surto, como estarão às populações de macacos no Espírito Santo, quais espécies estarão vivas, características delas nas matas, além de novos riscos de evolução da doença.

Zika vírus

Está em andamento uma pesquisa com gestantes afetadas pelo vírus Zika, além de outra de monitoramento de mosquitos. A segunda é coordenada pelo infectologista e professor de medicina da Ufes, Aloísio Falqueto. Desde o dia 6 de fevereiro, foram coletados dados nos municípios de Venda Nova do Imigrante, Pancas, Santa Teresa, Viana e Cariacica

“Estamos entrando nas matas para coletar amostras e trazer para um laboratório aqui na Ufes. Adormecemos o mosquito e congelamos em nitrogênio. Depois, trabalharemos com o Instituto Evandro Chagas, no Pará, porque o intuito é identificar a espécie do mosquito e saber se ele está infectado pelo vírus da febre amarela.

De acordo com Falqueto, já é possível perceber que o transmissor silvestre é um mosquito do gênero Sabethes. Em todas as áreas coletadas, houve uma alta densidade dessa espécie.

“Ele é totalmente diferente do Aedes, porque não sai das matas. Só pega a doença que entra na mata sem vacina. Existe uma possibilidade muito remota de se instalar um ciclo urbano. Não há razão para pânico”.

Na última quinta-feira (1), foi divulgada a morte de dois macacos da espécie Sagui no campus da Ufes, em Goibaieras: uma próxima ao IC-4 (não confirmada) e outro na área próxima à Gráfica Universitária (confirmada). Segundo o professor Sérgio Lucena, que recolheu o animal, a morte foi há cerca de cinco dias. “Fomos até a Gráfica Universitária e não encontramos o Sagui. É uma informação não confirmada. Chequei com a Ufes e com o Serviço de Coleta Estadual da Prefeitura de Vitória. Nenhum deles recolheu”.

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