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Febre amarela ameaça cinco espécies de macacos, já em extinção

macaco-febre-amarelaO surto de febre amarela que acomete o Brasil pode dizimar cinco espécies de macacos habitantes de florestas na divisa do Espírito Santo com Minas Gerais. E todos já em extinção desde 2014. São elas: Sagui-da-serra, Muriqui do norte, Sauá e Macaco-prego-de-crista.

Por habitarem as florestas onde o mosquito transmissor da febre amarela se reproduz, os primatas tornam-se muito mais vulneráveis à doença. Quando contaminados, 90% deles podem vir a óbito. Até o último dia 14, foram 80 mortes. Mas a Secretaria Estadual de Saúde parou de contabilizar porque isso levou a uma caça aos animais.

“Já temos centenas de mortos. Primeiro que estamos lidando com espécies ameaçadas de extinção e o surto pode agravar essa situação e preservação pode ficar muito prejudicada”, afirmou o primatólogo e professor de zoologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Sérgio Lucena.

Ainda segundo ele, os macacos têm um importante papel no ecossistema. Eles comem frutas importantes na dispersão de sementes, insetos, folhas e participam do ciclo florestal. Uma interação complexa que se reduzida, vai mexer na dinâmica das florestas.

“Por isso temos hoje uma epidemia sobre os macacos e eles são morrendo. Humanos não. Nesse clico silvestre, essa contaminação seria colateral. Enquanto milhares de macacos estão sendo atingidos, humanos eventualmente contraem a doença. A morte de humanos é a ponta do iceberg! O surto é silvestre e na floresta”, afirmou Lucena.

Já os humanos, em sua grande maioria, são resistentes a febre amarela. Entre 80% e 90% não têm sintomas, são brandos ou não chegam a desenvolver a doença. Desse número, apenas de 10% a 20% podem desenvolver sintomas graves. E desses até 50% podem vir a óbito. Em números totais, menos de 10% da população picada pelo mosquito e que contrai a doença chega a óbito.

“Nós podemos nos vacinar, os macacos não. A não ser pela vacina, não há solução. A situação precisa ser investigada para entender o que está acontecendo, como se espalha e pensar em medidas preventivas para o futuro. É preciso conhecer melhor a ecologia do surto e não podemos descartar a possibilidade de que a transmissão está indo de uma região a outra pelas pessoas. Esse vírus está viajando e pode não ser por essas espécies, porque os macacos são animais sedentários. Para o vírus se espalhar é pela ação do próprio mosquito ou talvez com ajuda humana”, alertou o professor Sérgio Lucena.

O vírus já foi encontrado em tamanduás e gambás, e outros animais também podem contrair a doença. “Os estudos ainda são fragmentados e não se sabe bem como eles participam dessa transmissão”, finalizou Lucena.

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