A casa de quatro cômodos fica numa rua de terra batida, sem infraestrutura e vários problemas. As duas portas da residência não têm fechaduras, são fechadas apenas por pregos. O telhado é tão precário quem em dias de chuva, fica alagada. Como não tem rede de esgoto, uma fossa – improvisada no meio do quintal – vaza e representa um risco para os cinco moradores: uma mulher e os quatros filhos – três meninas e um menino.
São nessas condições que a desempregada, Fabiana Lavanhol, 31, mora com os filhos no bairro Morada da Barra, em Vila Velha. Os problemas não são somente na estrutura da moradia: eles sobrevivem com uma renda mensal de R$ 200, em cesta de alimento, e algum a mais quando Fabiana consegue fazer “bicos” (trabalhos extras).
O quadro já seria terrível por si só, mas a situação é pior: uma das filhas, de 8 anos, foi diagnosticada com leucemia. De acordo com Fabiana, o tratamento está parado há três meses, por não ter condições de se descolar até o hospital que fica em Vitória. Ela não pode se ausentar muito tempo de casa porque a menina sofre desmaios. A criança precisa se alimentar a cada duas horas, o que nem sempre é possível. Pois nem sempre tem.
A história chegou até a vendedora Fabia Kiefer, 34, que foi ver de perto e se comoveu com a situação. Para ajudar, publicou em grupos de redes sociais pedindo doações. E, mais do que comida, roupas e calçados, ela e o marido conseguiram geladeira e materiais de casa. “Eu tenho um filho de 14 anos e me coloco no lugar dela. Quando eu cheguei aqui (na casa da família), eles não tinham nada”, destacou.
Fabiana se disse agradecida pela solidariedade e informou que está em busca de apoio jurídico para melhorar as condições do tratamento da filha. “Não posso oferecer o que meus filhos precisam”, lamenta.
A campanha iniciada pela vendedora Fabia continua por sua página no Facebook (facebook.com/fabiakiefer) ou pelo 99817-8851. “Toda ajuda é bem vinda. A situação é bastante triste, sobretudo por causa das crianças e da doença. Quem puder colaborar, pode fazer contato”, pediu. (Thaís Rossi – [email protected])