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Falta de fiscalização nas fronteiras do Espírito Santo favorecem entrada de drogas

Divulgação PRFOs postos de fiscalização rodoviária, pelo Espírito Santo, não estão funcionando corretamente. A situação foi denunciada pelo Sindicato dos Rodoviários Federais do Espírito Santo (SINPRF-ES) e a reportagem de ESHOJE confirmou. De acordo com o sindicato, isso reflete a defasagem do efetivo de policiais rodoviários federais no ES.

O inspetor da PRF no Espírito Santo, Macedo Miranda, afirmou que o efetivo da corporação no Estado “não é o ideal”, sem, contudo, especificar o tamanho da defasagem. A assessoria nacional da PRF informou por meio de nota que “por questões estratégicas e de segurança orgânica” não seria possível responder qual é o número de policiais rodoviários federais que atuam no Espírito Santo. “No país o quantitativo de Policiais Rodoviários Federais é de 10.056”, informou a nota.

Postos de fiscalização fechados e defasagem de efetivo são situações que favorecem a entrada de drogas no Espírito Santo pelas rodovias que cortam o Estado, de acordo com fontes do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol-ES) e da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Espírito Santo (ACS-ES). O posto de Ibatiba, por exemplo, trata-se da primeira fiscalização após a fronteira com Minas Gerais, uma das principais rotas de entrada de drogas no Espírito Santo.

“A falta de fiscalização impacta no tráfico de drogas nas cidades do Espírito Santo e se agrava com a situação da Polícia Civil, que não tem estrutura mínima para atender as outras polícias. A falta de fiscalização influi na guerra do tráfico, pois é feita de forma precarizada nas BRs, nas abordagens da Polícia Militar ou no atendimento pela PC. Não têm recurso material e nem humano, necessários. Não possuem condições mínimas de estar enfrentando o crime”, desabafou Jorge Emílio Leal, presidente do Sindipol-ES.

De acordo com o sargento Renato Martins, presidente da ACS-ES, a falta de fiscalização nas estradas federais favorece o tráfico interestadual de entorpecentes e de armas, “contribuindo para a entrada desses ilícitos no Espírito Santo”. De acordo com ele, o tráfico de drogas e armas é objeto de quase 90% dos crimes no Estado, já que os “traficantes portam armas de fogo”.

Além desses motivos, Martins declara que a falta de fiscalização “não cria empecilhos para a entrada e saída de criminosos procurados” do Estado.

Foto: PRF-ES
Foto: PRF-ES

Apreensão
A Secretaria de Segurança Pública (Sesp) não informou a quantidade de drogas apreendidas pela Polícia Civil do Espírito Santo, contudo, o Anuário Nacional de Segurança Pública de 2016 mostrou que o ES foi o que apresentou a maior taxa de apreensão de drogas em todo o Brasil (152,5 ocorrências por cada 100 mil habitantes). Dados do anuário mostraram também que o Estado foi o terceiro do Brasil em apreensão de armas de fogo (55,5 ocorrências por cada 100 mil habitantes), atrás apenas de Goiás e do Mato Grosso.

Em meados de setembro, a Delegacia Especializada de Tóxicos e Entorpecentes (Deten) incinerou cerca de duas toneladas de maconha, cocaína, crack e drogas sintéticas. De acordo com o delegado João Paulo Pinto, todo o material foi apreendido ao longo do ano, durante as operações na Grande Vitória.

90% dos crimes ligados a tráfico
O sargento Renato Martins, presidente da ACS-ES, afirmou que 90% dos crimes cometidos no Espírito Santo tem ligação com o tráfico de drogas e de armas. De acordo com ele, apesar de o Espírito Santo não ter uma tradição relevante de morte de policiais militares em confrontos – nem o Estado, nem associação proveram estatísticas – as armas que estão nas mãos dos criminosos e atentam contra a vida de policiais ou de civis, em muitos casos são resultado do tráfico de armas.

“Um policial morto em combate representa uma perda irreparável para sua família e para a sociedade. Algumas mortes, como a do Soldado Daniel Viana, ocorreu em confronto com assaltantes que estavam armados. Talvez uma fiscalização mais eficaz nas fronteiras estaduais tivesse impedido a arma que matou o soldado Viana de entrar no Estado”, declarou Martins.

A criação de um sistema de informações único também é a demanda dos policiais civis para que a guerra contra o tráfico de drogas seja mais eficiente. “Defendemos que haja uma Política de Estado de Segurança Pública dentro de um modelo estruturante e não paliativo como é”, protesta o presidente do Sindipol-ES, Jorge Emílio Leal.

PRF: “Conseguimos cumprir nossa missão”
Apesar de admitir que o número de policiais rodoviários federais no Espírito Santo não é o ideal, o inspetor da PRF Macedo Miranda afirma que os servidores conseguem cumprir a sua missão. “Nosso efetivo é reduzido, mas através do esforço temos conseguido cumprir nossa missão e nosso trabalho. Não fornecemos o número por questão de segurança orgânica. O número ideal seria bem maior do que nós temos, mas isso é tratado no âmbito do departamento da PRF em Brasília”.

Ele explicou que, em feriados prolongados, onde o fluxo é intenso nas vias federais, as equipes são deslocadas para horários e locais críticos, não necessariamente no posto. Os locais de maior risco são priorizados. “As fiscalizações de enfrentamento ao narcotráfico não necessariamente são feitas em frente ao posto, até porque eles evitam passar em frente aos postos de polícia. Na BR-262 a PRF faz muitas apreensões de drogas. Lá no posto de Ibatiba ficam os policias necessários”, finalizou inspetor Macedo.

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