O cidadão capixaba paga, em sua conta de água, uma taxa pelo tratamento do esgoto, mesmo que em sua comunidade não haja rede de tratamento instalada pela Cesan, isso é um fato do qual todos nós temos conhecimento.
E vale lembrar, também, que o Governo do Estado fez diversas ações na mídia incentivando que os moradores interligassem as instalações de suas casas à rede da Cesan. Mais um gasto, para ter garantido o seu acesso ao direito fundamental de saneamento básico, uma questão de saúde pública.
Para a nossa surpresa – ou não, já que muitos de nós não nos surpreendemos com mais nenhuma notícia sobre os governantes e suas ações, devido ao atual e devastador cenário em nossa política, foi noticiado nos últimos dias que mais de 70 órgãos públicos (dos quais, 59 são municipais) derramam esgoto na Baía de Vitória.
É isso mesmo! Aqueles que deveriam dar um exemplo na promoção da sustentabilidade e da proteção ao meio ambiente também estão entre os poluidores da natureza.
A Cesan, por sua vez, não quis informar à imprensa quais são esses órgãos, alegando ser uma “exposição vexatória” aos proprietários desses imóveis.
De quem é a responsabilidade?
A responsável pela implantação da rede de tratamento de esgoto é a Cesan. Os proprietários de imóveis, por sua vez, devem interligar suas casas à rede da concessionária e as prefeituras devem fiscalizar essa ligação em cada município.
Portanto, se 59 órgãos municipais estão lançando esgoto na Baía de Vitória, a fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente da cidade não está fazendo o seu trabalho como deveria. Agora que a situação foi exposta à sociedade, todos “correram” para se justificar e resolver o problema, que é injustificável, pois é obrigação institucional dos governos zelar pelo meio ambiente, em vez de degradá-lo ainda mais.
A pergunta que fica é: que exemplo a Prefeitura de Vitória está dando aos seus contribuintes, ao deixar que seus próprios órgãos sejam alvo de fiscalização por irregularidades como essa?