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“Estamos desesperados”: afirma sindicato da construção civil em relação a novas jornadas

“Estamos desesperados”: afirma sindicato da construção civil em relação a novas jornadasO governador do Renato Casagrande anunciou novas medidas em relação ao coronavírus, após acordo com o Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo), reduzi em meia hora a carga horária dos trabalhadores. Além disso, os funcionários da construção civil vão iniciar os trabalhos um pouco mais tarde, das 8h30 atés 18 horas, visando a desconcentração no transporte coletivo, diminuindo, desta forma, o risco de contágio destes trabalhadores pelo novo coronavírus.

Entretanto, a medida não agradou aos filiados ao Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintraconst-ES), que alegaram tentar de todas as formas possíveis dividir os prejuízos com as empresas, no intuito de protegerem suas vidas e a de suas famílias de ser contaminadas com o vírus.

“Não adiante mudar o horário porque os ônibus continuam cheios! Não aceitamos esse horário, porque às 18 horas ainda continua sendo horário de pico, continuamos correndo risco do mesmo jeito!”, afirma o presidente do Sintraconst-ES, Virley Santos. “Chamamos o Sinduscon-ES para a negociação e a gente entende esse momento difícil. Mês de abril é época de PR (Participação nos Resultados), e declaramos abrir mão do PR para que cumpramos a medida do isolamento, necessária nesse momento, já que estamos nos aproximando do pico”.

O presidente do Sintraconst-ES afirmou que a categoria está disposta a dividir o prejuízo e enumerou formas que foram sugeridas, mas negadas pelo sindicato patronal. “A gente procurou várias saídas para tirar o trabalhador desse risco. Sugerimos dar férias coletivas ou que adiantasse as férias do trabalhador; sugerimos ficar 15 dias em casa, a gente paga metade e a empresa a outra metade; aceitamos fazer banco de hora (o que não admitimos) para poder pagar os dias. Mas parece que a vida não tem importância para eles. Estamos desesperados!”, declara Virley.

A intenção do pleito dos trabalhadores é mesmo a de paralisar os trabalhos nas próximas semanas e, em 15 ou 30 dias, retomar as atividades. “Nessa hora não pensamos no dinheiro, pensamos na vida. Estamos correndo risco e nossa vida é importante, somos pais de família, trabalhadores, correndo o risco desse vírus chegar nas favelas, nos bairros humildes, de contaminar nossos entes, e perdê-los ou perder nossos companheiros”.

Sinduscon-ES: medidas para mitigar

O Sinduscon-ES informou que a mudança da jornada visa a melhor distribuição dos horários de movimentação dos trabalhadores no intuito de evitar transtornos nos horários de pico e aglomerações, “por exemplo, nos transportes coletivos”. “Dessa forma, por convocação do Governo do Estado, o setor da construção civil deverá, a partir de 03/04/2020, próxima sexta-feira, mudar o horário de trabalho nas obras, fixando o início da jornada as 08:30 h e o término as 18:00h”, informa publicação no site.

De acordo com o presidente do sindicato Paulo Baraona, “a adesão a esta convocação de apoio formulada pelo Governo Estadual é fundamental para que as representações da atividade industrial prossigam com o diálogo no sentido de antecipar ao máximo o fim da quarentena horizontal e obter a liberação gradativa de funcionamento das atividades produtivas. Solicitamos, pois, a todos os senhores, a imediata adesão à mudança proposta”, afirma o presidente, na publicação.

De acordo com Baraona, são cerca de 2.000 empresas de Construção Civil no Espírito Santo, e 45 mil postos de trabalho direto, e “cinco vezes mais do que isso” de trabalhos indiretos. De acordo com ele, todas as obras no Estado estão incluídas na determinação.

“Estamos solicitando uma série de requisitos para diminuir a probabilidade de contaminação, como alternância nos turnos de café da manhã e almoço, dotar os canteiros com materiais de higiene, sabonete, álcool em gel, atendendo as determinações para trabalhar com o mínimo de segurança. Estamos tentando minimizar o máximo possível os riscos e ao mesmo tempo tentando manter a economia”, conclui.

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