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Espírito Santo tem um pediatra para cada 7,5 mil habitantes

por Gustavo Gouvêa – [email protected]

{'nm_midia_inter_thumb1':'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2014/09/12/1__dsc1141-90645.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'541376911bd6f', 'cd_midia':90635, 'ds_midia_link': 'http://www.eshoje.jor.br/_midias/jpg/2014/09/12/_dsc1141-90635.jpg', 'ds_midia': '', 'ds_midia_credi': 'Dayana Souza', 'ds_midia_titlo': '', 'cd_tetag': '3', 'cd_midia_w': '500', 'cd_midia_h': '332', 'align': 'Left'}Um médico que saiba o que uma criança que ainda nem fala está sentindo, saiba lidar com a ansiedade dos pais e esteja disponível 24h para atender uma paciente desesperada com a gripe do filho. Esta é a missão do pediatra, a categoria mais incompreendida e desvalorizada da medicina.
Quem trilha o caminho da especialidade nos dias de hoje demonstra muito amor pela profissão, pois os ossos do ofício já são conhecidos desde antes de os graduandos cursarem a medicina. E o número de novos pediatras no mercado vem diminuindo, o que recai sobre a lei de oferta e procura no mercado da profissão.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número ideal de médicos pediatras é de um para cada cinco mil habitantes. No Espírito Santo, existem 516 associados à Sociedade Capixaba de Pediatria, o que dá uma média de um médico para cerca de 7,5 mil habitantes.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES), Severino Dantas, que é pediatra, explica que, tanto no serviço público de saúde, quanto nos consultórios particulares, a categoria enfrenta problemas. O que mais afasta os pediatras dos Pronto-Atendimentos (PA) e das Unidades de Saúde (US) é, além das condições estruturais ruins de trabalho, a falta de segurança para exercer a profissão.
“É grande o número de pediatras que saem da saúde pública por falta de segurança. Há poucos dias uma colega pediu socorro em função de um tiroteio em uma US”, revelou Dantas. E continuou: “Os PA´s e US´s também têm um problema sério com relação à estrutura, o que contribui para a redução de profissionais”, afirmou o presidente do CRM-ES.
Severino Dantas desmistifica a retórica que fala sobre falta de pediatras. E reforça: o que está faltando mesmo é segurança para manter os médicos fixos. “Tem que dar segurança ao profissional na saúde pública. Muitas vezes existe um número grande de pessoas para serem atendidas, só tem um profissional, a consulta atrasa e o profissional é agredido. Estamos brigando para que o paciente seja bem atendido, para que tenha segurança e para que seja recompensador para o médico trabalhar ali para que não fique pulando de galho em galho, pois o desgaste é muito grande”, expõe.
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Já com relação a consultas particulares o que é mais doloroso – e que também acontece na saúde pública – é a questão da remuneração. Os planos de saúde repassam um valor muito baixo por consulta ao profissional o que fazer com que ele trabalhe dobrado para conseguir pagar as despesas de um consultório e ter lucro com o trabalho.
“Tem 10 anos que não há reajuste. Quem tem consultório, tem que pagar aluguel, água, luz, faxineira, telefone, secretária, uma série de coisas… e tem que ter uma clientela grande para suprir o baixo preço. Para ter uma remuneração satisfatória o pediatra tem que fazer entre 100 e 150 consultas por mês. Se o plano paga mais baixo, tem que fazer mais ainda”, explica Dantas.
O valor pago pelos planos de saúde variam. Há operadora cujo repasse é de R$ 40, outros de R$ 65 e o que paga melhor, o valor é R$ 100.
Profissional polivalente
“Os pediatras são médicos diferenciados”. É o que garante o presidente do CRM-ES, o pediatra Severino Dantas. O médico explica que o atendimento é uma abordagem muito ampla. “Analisamos todos os órgãos da criança, temos que conversar com as mães… não é uma consulta de 10 minutos. Dura um mínimo de meia hora, mas pode chegar a uma hora. Dependendo da quantidade de consultas, vai sair mais tarde do consultório”, argumenta Dantas.
Por essas e outras a procura pela especialização de pediatria nos últimos anos do curso de medicina vem diminuído bastante, segundo o pediatra. Cerca de 28 novos pediatras se formam por ano no Estado, a partir dos cursos de residência no Hospital Infantil, no Hospital Geral e Infantil Dr. Alzir Bernardino Alves (Himaba) e no Hospital das Clínicas.
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Na regra geral, as mães que têm condições não hesitam em gastar dinheiro quando o assunto é a saúde dos filhos. Muitas vezes, abrem mão de utilizar-se do plano de saúde para pagar uma consulta particular do bolso e garantir que a cria tenha a atenção devida.
Paula Coimbra Hostert é uma delas. Ela passou por pelo menos cinco pediatras diferentes em dois anos – a idade da sua filha – e acabou chegando à conclusão de que o melhor a fazer era pagar um bom pediatra. Assim o profissional, talvez por ser melhor remunerado, atende suas dúvidas “fora do hora” e da consulta. Para tanto, ela chega a desembolsar R$ 270 por consulta.
“Tinha um ótimo pediatra na parte clínica, mas nunca atendia o celular nos momentos de dúvida. Só dava caixa postal. Encontrei um outro ótimo, mas que nunca atendia com encaixe. Fui em uma clínica do meu plano, consultei com duas pediatras que não me passaram segurança. Depois de mais tentativas, minha vizinha me indicou um particular”, relatou Paula.
“O pediatra tem que ser uma pessoa com a qual eu possa contar. Sei que muitas vezes eles têm muitos pacientes, mas se não puder me entender me indica para outro. A função do pediatra é ser o mais solícito possível. Para mim tem que ser assim, independente de ser do plano”, disse Paula.
Rômulo do Rosário contabiliza cerca de 280 atendimentos por mês nas três clínicas em que trabalha e justifica. O pediatra afirma que, muitas vezes, o médico não pode ficar lidando com paciente 24h por dia porque deve ter o tempo para se dedicar à família.
“Normalmente eu deixo meu Whatsapp ligado e também ‘atendo’ via e-mail. Procuro orientar aos meus pacientes que entrem em contato urgente quando os sinais forem realmente deficitários”, explica o pediatra, que também tem outra explicação para o baixo número de pediatras no mercado. “A maioria que está formando se especializa em uma área da pediatria. Não faz atendimento geral”.

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