Espírito Santo lidera o ranking nacional de tentativa de homicídio

Os números de assassinatos têm diminuído do Espírito Santo, apesar de sermos o terceiro estado brasileiro em número de homicídios consumados. Entretanto, o estado capixaba é campeão brasileiro em tentativas de homicídios, com uma taxa de 76,1 tentativas por 100 mil habitantes (em 2012, eram 74/100 mil).

O segundo colocado é o estado do Mato Grosso tem 56,6 tentativas de homicídio por 100 mil habitantes. A informação foi divulgada recentemente pelo Fórum Nacional de Segurança Pública, ao publicar o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Segundo o subsecretário de gestão estratégica da Secretaria de Estado de Segurança Pública, coronel Gustavo Debortoli, parte desses números podem ser relacionados ao aumento do porte ilegal de armas de fogo no Espírito Santo. Somos o terceiro estado brasileiro que possui a maior taxa de porte ilegal, com uma taxa de 51,1 armas de fogo ilegais para cada 100 mil habitantes. Subimos quatro posições com relação a 2012. Esse aumento também tem relação com o aumento de roubos.

“A apreensão de armas de fogo disparou aqui no estado. Até o fim do mês de outubro já prendemos cinco mil armas, sendo que no ano passado todo prendemos 4,7 mil. O aumento da quantidade de armas apreendidas tem relação com o aumente da tentativa de homicídios porque um sujeito adquire uma arma com a intenção de matar outro e quando tenta alvejá-lo não sabe manusear e acaba não consumando o fato. Isso deixa de ser um homicídio e torna-se tentativa”, disse o coronel.

E acrescentou: “Aumentamos o número de policiais, o número de operações, a prisão de homicidas (em 500%), a apreensão de armas de fogo e nosso percentual de conclusão de inquéritos. A polícia tem feito o trabalho com muito êxito. São cinco ano consecutivos de redução de homicídios. Somado a isto, o socorro vem mais rápido, o sistema dessaúde tem permitido maior qualidade de atendimento e sobrevida da pessoa. Com isto, casos que poderiam se tornar homicídios, com a sobrevivência da pessoa, vira tentativa de homicídio”, explicou.

Mesmo com o efetivo militar do Espírito Santo em vias de estar completo, o número de crimes de roubo tem crescido no Estado. De 2012 para 2013, o número de roubos em geral no Espírito Santo aumentou 2.201 ocorrências – chegando a 19.970 roubos.

Segundo o coronel Gustavo Debortoli, o aumento dessa taxa no estado (4,5%) cresceu menos do que a média nacional neste mesmo período (8%). Com isso, o Espírito Santo subiu um degrau no ranking de Estados com maior quantidade de roubos, passando da 16ª colocação para a 15º.

Em 2013, no estado inteiro foram contabilizados 19.970 roubos, que se dividem nas categorias de ‘roubo a instituição financeira’, ‘roubo de carga’, ‘roubo de veículos’ e ‘outros roubos’, que representam o somatório de ocorrências de roubo de carros-fortes, roubo a transeunte, roubo com restrição de liberdade da vítima, roubo em estabelecimento comercial ou de serviços, roubo em residência, roubo em transporte coletivo e demais roubos.

Nessas categorias, a única que ocorreu diminuição foi a de roubo a instituições financeiras, que caiu 300% (36 para 12). Os demais tipos de roubos tiveram aumento, com destaque para a categoria ‘outros roubos’.

O tipo de roubo que teve maior aumento no espírito Santo foi o ‘roubo a transeunte’. Segundo avaliação da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do ES (Sesp) esse é um tipo de crime de oportunidades.

Na Grande Vitória, o coronel Gustavo Debortoli citou lugares que são rodeados de centros comerciais como os de maior taxa de roubos: Centro de Vitória, Centro de Vila Velha, Campo Grande e Laranjeiras. Segundo o coronel Debortoli, o aumento dos roubos está diretamente ligado ao aumento de renda dos brasileiros.

“Isso é um fenômeno nacional. Quando falamos em roubo, estamos falando da questão patrimonial. Com o aumento do poder aquisitivo, temos uma maior quantidade de bens e produtos circulando, o que é algo atrativo para o criminoso. A grande maioria desses roubos acontecem em municípios com mais de 100 mil habitantes. O aumento no número de veículos roubados, por exemplo, se dá porque temos maior quantidade de veículos nas ruas”, declarou o coronel, afirmando que não há relação entre o aumento de número de roubos e o policiamento, quando contestado se o aumento do efetivo policial não seria responsável por conter estes números.

O subsecretário de Segurança afirmou ainda que os horários em que os roubos mais ocorrem são durante na entrada do trabalho (entre 7h e 9h), no horário de almoço (entre 11h e 13h) e na saída do trabalho (entre 17h e 19h). Os locais mais visados pelos assaltantes são os locais com maior circulação de pessoas e de bens materiais.