Baleias da espécie Jubarte com 16 metros de comprimento, 40 toneladas, há 100 metros de distância. Já imaginou? Isso está sendo possível aqui no Espírito Santo. O Projeto Amigos da Jubarte vem realizando pesquisas, registrando e monitorando o desenvolvimento da atividade delas de forma sustentável na costa capixaba. No último fim de semana, 110 pessoas puderam observar o espetáculo da natureza a 10 milhas náuticas (cerca de 18 km das águas de Vitória).
Segundo o oceanógrafo e coordenador de pesquisa do Projeto Amigos da Jubarte, Paulo Rodrigues, o projeto existe desde 2014, mas o apoio só saiu em 2017. A ideia veio das informações de pesquisas do Instituto Baleia Jubarte, que observou a concentração dos mamíferos na costa capixaba. O ES é rota de chegada e permanência delas, após uma viajem de 4 mil km iniciada na Antártida.
“Elas vão para se alimentar e voltam aqui para se reproduzir. São brasileiras. Começam a chegar entre junho e novembro, depois migram de novo. É o momento que podemos observa-las. Fora desse período, podemos ver golfinhos e outras baleias. Mas eles são muito menos exibicionistas que as Jubarte”.
Rodrigues explicou que o principal objetivo do projeto é fazer pesquisas, realizar diagnósticos das baleias no ES e fomentar que a atividade ocorra de forma responsável, respeitando as normas. Entre elas, está a não aproximação das baleias a menos de 100 metros com o motor engrenado para evitar que ela, curiosa, possa se acidentar. Também não é recomendado se aproximar de forma rápida, para não assustá-las.
“Tem que acontecer pela lateral e sem fazer mudanças bruscas do barco; E Não persegui-las por trás; não ficar mais que 30 minutos com um grupo para não causar estresse. Elas se encontram por posições sociais: sozinhas, em trios e grupos com até mais de 10 baleias”.
Outro objetivo apontado pelo oceanógrafo está em concentrar e divulgar dados científicos relacionados as baleias, de uma forma que as pessoas possam entender e desenvolver o turismo sustentável de baleias. Esse é instrumento principal contra a caça comercial. “Sabemos que elas chegaram a ser menos de 1000. Mas atualmente, estimamos que estejam em 20 mil no Brasil inteiro. A maioria delas passa pela costa do ES. Vem pelo oceano aberto e encostam aqui”.
Em um trajeto de ida dura aproximadamente uma hora, é possível começar a avista-las. O coordenador explica que qualquer um pode fazer o trajeto, basta tomar um remédio contra enjoo antes e descansar bem. As viagens são realizadas por agências de turismo, que contratam as embarcações. Em média, elas comportam de oito a 20 pessoas. Os pontos de saída dependem do pacote, mas geralmente são o Píer de Iemanjá, em Jardim Camburi; e Píer dos Pescadores, na Enseada do Suá. Ao todo, são quatro horas de passeio (das 7h ao 12h), que custa a partir de R$ 200.
O coordenador diz que os métodos que respeitam a distância são presenciados com a aproximação delas, verdadeiros monstros de tamanho, mas muito dóceis e que não atacam. Um pesquisador participa de todo o passeio, que se torna informativo. “Podemos observar o comportamento de saltos e batidas das nadadeiras. Parecem agressão mas na verdade é comunicação pra mostrar interação entre elas”.
Disse ainda que o projeto vai desenvolver educação ambiental nas escolas a partir de setembro. Além disso, o espaço Baleia Jubarte está sendo montado na Praça do Papa, na Enseada do Suá, para receber visitantes. “Antes do passeio eles terão palestras, matérias informativos sobre a rota da baleia no Estado”, finalizou.
Serviço
Observação das Baleias Jubarte no ES
Contato: www.queroverbaleia.com / www.amigosdajubarte.com.br / [email protected]
Valor: a partir de R$ 200 (entrar em contato para saber todos os detalhes)
Eu é meu esposo tenhos interesse de ir. Mas so podemos nós finais de semana.