Após quase 40 anos de uso, a Segunda Ponte – que liga Vitória a Vila Velha e Cariacica – precisa de um projeto de recuperação urgente. O alerta foi feito por representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-ES) e da Associação Brasileira de Engenheiros Civis (Abenc-ES), em reunião da Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (18).
De acordo com os engenheiros das entidades, que realizaram uma vistoria na construção a pedido da Ales, os pilares de sustentação estão em estado avançado de corrosão, colocando em risco toda a estrutura. Além disso, há abertura excessiva das juntas de dilatação, que estão quase cinco centímetros maiores do que deveriam estar. Nessas juntas há ainda o crescimento de vegetação. “Em todo o trecho você vê vegetação e isso é altamente danoso”, comentou o representante do Crea Jaime Oliveira Veiga.
Segundo Hudson Barcelos Reggiani, da Abenc, a situação da Rodoviária de Vitória é ainda mais grave. As colunas que sustentam a construção também estão corroídas. O colega do Crea concordou: “A estrutura precisa de tratamento imediato. Se uma coluna dessas entrar em colapso, toda a rodoviária vai ao chão”, alertou.
Tudo isso poderia ter sido evitado se tivessem sido realizados trabalhos de inspeção e manutenção. De acordo com o representante da Abenc, o custo da manutenção preventiva é muito menor que o da manutenção corretiva. “O custo é de 1 para 25, ou seja, a cada R$ 1 gasto em manutenção preventiva são gastos R$ 25 na manutenção corretiva”. Felizmente, segundo o engenheiro civil, as estruturas são “totalmente recuperáveis”.
O deputado Marcelo Santos (PMDB), que preside a Comissão de Infraestrutura, informou que o colegiado entrará com representação junto ao Ministério Público Federal para que o órgão cobre do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) a recuperação estrutural imediata da Segunda Ponte.
Quanto à rodoviária de Vitória, o colegiado oficiará a empresa que administra, a Contermi, e a Seger – que, segundo a própria Contermi, é a secretaria do Governo do Estado responsável pela contratação da terceirizada – para que tomem providências para a recuperação emergencial da estrutura.
