Dólar Em baixa
5,204
20 de abril de 2024
sábado, 20 de abril de 2024

Vitória
22ºC

Dólar Em baixa
5,204

Especialista tira dúvidas sobre ebola e chikungunya

por Leone Oliveira – [email protected]

Duas doenças, até então não muito conhecidas, têm preocupado os brasileiros nos últimos meses: o ebola e a febre chikungunya. Na noite da última quinta-feira (09), o Ministério da Saúde (MS) confirmou o primeiro caso de suspeita de ebola, no Paraná, enquanto que o município de Feira de Santana, na Bahia, vive um surto da segunda enfermidade. O coordenador do Centro de Emergência em Saúde Pública do Espírito Santo, Gilton Almada, esclarece algumas dúvidas sobre essas doenças.
O especialista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) explica que o Ministério da Saúde possui um protocolo bem rigoroso. O homem com suspeita de ebola foi mantido em isolamento total e transferido para o Instituto de Infectologia Evandro Chagas (Fiocruz), no Rio de Janeiro. De acordo com Almada, esse procedimento seria o mesmo em qualquer parte do Brasil.
O coordenador ressalta que não é toda a pessoa que vem da África ou que sente febre que é tratada como caso de suspeita da doença. “É a pessoa que está com febre e outros sintomas e que veio de países como Guiné, Libéria ou Serra Leoa”, destaca.
Os sintomas da doença são febre, que pode vir acompanhada de hemorragia, mal estar, dor de cabeça e no restante do corpo. Quanto a transmissão, o especialista explica que ela acontece através do contato direto com saliva, suor, secreções vaginais e corporais ou sangue do paciente infectado. Não há outra forma de transmissão.
A pessoa que entrar em contato com caso suspeito ou confirmado de ebola ficará de quarentena, sendo monitorada pela equipe de Vigilância em Saúde por 21 dias (tempo que o vírus fica incubado no organismo).
“O tratamento é sintomático [cuida dos sintomas], não tem um tratamento específico para a doença”, diz Almada. Ele lembra que algumas drogas são testadas, atualmente, nos Estados Unidos.
A taxa de letalidade do ebola é alta. Segundo o coordenador do Centro de Emergência em Saúde Pública do Estado, o número de óbitos pode chegar a até 90% dos casos, ou seja, em cada 100 pessoas com a doença, 10 tem maiores chances de sobreviver.
Febre chikungunya
O nome é complicado, mas os sintomas e a forma de transmissão são semelhantes à velha conhecida dengue. Essa é a febre chikungunya, doença que já teve 211 casos confirmados, em 13 estados brasileiros. O Espírito Santo não figura nesta lista.
A Bahia é o estado com maior registro de caso da doença, 156 no total. Todas essas notificações foram no município de Feira de Santana e tiveram origem no próprio país (autóctones), ou seja, as pessoas que contraíram a febre chikungunya não apresentam registro de viagem a países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Guiana Francesa e Ilhas do Caribe. Outro lugar com grande presença da enfermidade é Oiapoque, no Amapá (17 casos).
A doença é transmitida pelos mosquitos Aedes Aegypti (transmissor da dengue) e o Aedes Albopictus e os sintomas são semelhantes ao da doença já tão conhecida no Brasil. “É muito parecida com a dengue. A diferença é que dar uma dor nas articulações por até seis meses”, diz Almada.
Ele conta que a febre chikungunya possui mais facilidade de transmissão do que o ebola. O especialista afirma que a Sesa não montou um esquema especial de abordagens para as pessoas que chegam ao Estado de lugares com registros dessa doença, mas que outras medidas de prevenções têm sido tomadas. “Está sendo feita uma intensificação do combate ao mosquito da dengue”, salienta.
Também não existe terapia específica destinada ao tratamento da chikungunya. Assim como o ebola, são combatidos os sintomas com medicação para febre (paracetamol) e dores articulares (antiinflamatórios), além de repouso absoluto do paciente, que deve beber líquidos em abundância. O Ministério da Saúde informa que não é recomendado o uso de ácido acetil salicílico (AAS) devido ao risco de hemorragia.
Apesar de não ter um tratamento específico para a doença, o índice de letalidade da febre chikungunya é muito pequeno. Segundo Almada, chega a até 1% dos casos.
MS anuncia critérios para confirmar casos de chikungunya
Na noite da última quinta-feira (09), o Ministério da Saúde informou que, a partir desta semana, vai adotar o critério clínico-epidemiológico para confirmação da doença nas localidades que registram casos autóctones (originários no país).
Com a confirmação dos primeiros casos notificados por laboratório, a recomendação da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) é que as suspeitas de contagio da doença sejam confirmadas por critérios epidemiológicos. Para a confirmação de uma contaminação serão levados em conta fatores como: sintomas apresentados e a proximidade dele com pessoas que já contraíram a doença.

Você por dentro

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Escolha onde deseja receber nossas notícias em primeira mão e fique por dentro de tudo que está acontecendo!

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas

Notícias Relacionadas