O Espírito Santo fechou junho com o orçamento deficitário (quando se gasta mais do que arrecada). Segundo o Tribunal de Contas (TCE-ES), o Estado arrecadou R$ 1,20 bilhão, mas gastou R$ 1,36 bi. Com isso, o déficit no mês foi de R$ 155 milhões. A edição mensal do Painel de Controle da Macrogestão Governamental foi feita pela equipe técnica da Corte.
Segundo o TCE-ES, a receita arrecada ficou abaixo da média prevista para o mês em R$ 203,5 milhões. No acumulado do ano, a arrecadação ficou abaixo da média prevista no montante de R$ 579,7 milhões, permanecendo o quadro de frustração da receita em relação à média esperada. Considerando apenas a receita, na comparação com o mês de maio, houve uma queda de 18,28% na arrecadação do Estado. Em junho de 2017, a arrecadação decresceu 2,50%.
As receitas correntes, em junho de 2018, apresentaram uma queda de 18,51% em relação a maio de 2018. Na comparação com o mesmo período do ano anterior (junho de 2017), também ocorreu queda de 0,23%. Pelo lado das receitas de capital, em junho de 2018, apresentaram um aumento de 98,32% em relação a maio de 2018. Entretanto, na comparação com junho de 2017, houve uma queda significativa de 83,49%.
A despesa liquidada do Estado em junho de 2018 (R$ 1,36 bilhão) teve um aumento de aproximadamente 9,18% em relação a 2017 (R$ 1,24 bilhão). A despesa corrente e de capital aumentaram nesse período 5,13% e 65,11%, respectivamente.
Em relação ao ICMS, a arrecadação no mês de junho de 2018 foi de R$ 454 milhões contra R$ 482 milhões no mês anterior, um decréscimo de R$ 28 milhões (-5,91%). Na comparação com junho de 2017, o ICMS também teve um decréscimo de R$ 15 milhões (-3,20%).
Panorama nacional
Segundo o Tribunal de Contas do Estado, o panorama nacional também é de cautela. De acordo com a análise, a economia brasileira piorou e os riscos do choque externo e da incerteza eleitoral se agravaram. Os economistas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) reduziram a projeção de crescimento 2018 de 2,3% para 1,9%. Já a taxa do IPCA de junho foi de 1,26%, a maior para o mês em 23 anos e a primeira acima de 1% desde janeiro de 2016.
De acordo com o TCE-ES, há uma tendência de recuperação do emprego formal, que vem em aceleração gradual nos últimos meses, causada por expectativas quanto ao cenário pós-eleitoral. O setor público foi o maior perdedor com a paralisação dos caminhoneiros, devido às concessões realizadas nos acordos. Consequentemente, haverá um maior déficit público em 2018.