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Empresas capixabas expandem os negócios internacionalmente e relatam as vantagens fora do Brasil

Hudson supflex 2Mercado maior, custos menores. Impostos menores e eficiência maior. Essas são algumas das vantagens que representantes de empresas capixabas encontraram em seus negócios fora do Brasil – mesmo em tempos de crise. Tanto que, em pouco tempo, os empresários afirmam que o mercado internacional passa a se tornar o foco de expansão das empresas, já que os lucros maiores passam a vir dos negócios no estrangeiro.

Assim aconteceu com Hudson Chamon, proprietário da marca de pranchas de Stand Up Paddle (SUP) infláveis Supflex. O agravar da crise econômica brasileira, alto índice de inadimplência e o baixíssimo consumo impulsionou-o a iniciar uma operação internacional no ano de 2015, quando a empresa se estabeleceu em Miami, na Flórida – EUA.

“Nós não deixamos de vender no Brasil, apenas mudamos algumas políticas comerciais e reduzimos as importações. Já estamos estudando esse mercado desde 2013, porém apenas em 2015 conseguimos nos estabelecer aqui da maneira que queríamos. Nossas vendas estão crescendo a cada ano, estamos entrando no terceiro ciclo completo de vendas e os resultados estão acima das nossas expectativas e projeções”, afirma.

Chamon comemora o fato da empresa ter sido eleita, por mídia especializada, como a fabricante da terceira melhor prancha inflável do mercado americano. “Aqui nos Estados Unidos a concorrência é muito maior, temos mais de 200 concorrentes. E estar em terceiro lugar foi realmente sensacional em tão curto espaço de tempo”.

Fatia principal
Desde 2012, o Grupo Composé expandiu suas operações também para os Estados Unidos. O diretor da empresa, Carlos Marianelli, estima que, em dois anos, o mercado internacional passará a ser a fatia principal dos negócios. “Apesar de estarmos, há cinco anos, na América, estamos em processo de consolidação da empresa. Hoje ainda temos uma relação de faturamento de 70% aqui e 30% lá. Mas esse ano essa relação já deve ser 60/40 e em dois anos ultrapassar isso”, projeta o empresário, que, quando pensa em expansão, olha para o exterior.

“Pensamos em expansão internacional. No Brasil, enquanto não tiver uma mudança drástica nessa economia, nessa forma de tributação, de governo gerencial e dessa forma de legislar, fica difícil pensar em expansão”, declara Marianelli.

A Prosperi, empresa capixaba que opera há 25 anos especializada na prestação de serviços de consultoria em gerenciamento de portfólios e projetos, oficializou no final de janeiro sua operação nos EUA, no estado de Connecticut – projeto que alimentava desde o ano de 2014. “É um sonho possível e que abrirá as portas também para o mercado brasileiro”, afirma Leonardo Feitosa Nogueira, CEO da companhia.

Imposto 1Vantagens de fora, desvantagens internas
Os benefícios de empreender nos Estados Unidos estão diretamente ligados ao mercado. Segundo Hudson Chamon ele “forte e estável”, e “aproximadamente 20 vezes maior do que o do Brasil”. Ele destacou, ainda, que os custos operacionais são extremamente mais baixos, eficiência maior, logística eficiente e mais barata, enquanto o índice de fraude é menor.

“A carga tributária é infinitamente menor. Pontuando apenas o imposto de importação (não levando em consideração os outros impostos), enquanto pagamos 80% de imposto de importação no Brasil aqui nos Estados Unidos são 5%”, exemplifica.

Do outro lado, as desvantagens de se empreender no Brasil, são principalmente a alta carga tributária e os altos juros. “Para fazer uma comparação bem direta, o produto que vendo nos Estados Unidos a 500 dólares é vendido no Brasil por R$ 3,5 mil”.

Carlos Marianelli complementa protestando contra a grande burocracia e a complexidade da normatização. “Não se tem uma política clara. A cada momento, cada novo governante quer mudar alguma coisa. O empresário faz análise de mercado em função das normas existentes naquele momento, a projeção dos resultados que espera, só que no meio do caminho, depois que o jogo começou a ser jogado, mudam as regras. As coisas não são claras”.

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