Cresce no país o número de empresários que procuram ter um mentor. A exemplo de casos conhecidos como Mark Zuckerberg (que teve Steve Jobs como mentor) e Bill Gates (mentorado por Warren Buffet), empreendedores brasileiros têm buscado cada vez mais por essas referências – pessoas que possam ajudar, em seus negócios ou áreas de atuação, com conselhos e apoio para decidir que caminho seguir.
No Espírito Santo, de forma geral, o perfil dos interessados inclui, principalmente, empresas em fase de incubação (startups) e donos ou principais gestores de empresas de pequeno e médio portes que buscam orientação para solucionar desafios cruciais para o crescimento dos seus negócios. Baseado em suas experiências e vivências, o mentor entra ajudando o empreendedor a tomar decisões mais assertivas, entregando conhecimento e orientações para que ele encontre soluções efetivas de curto prazo para seus dilemas na empresa.
“O mentor conversa, instiga, inspira e debate com seu comandado a fim de provocar ideias e torná-lo mais forte e capaz de resolver suas questões. No mundo corporativo, promover esse autodesenvolvimento é uma ferramenta eficaz e de grande valia, pois estimula a inovação, a criatividade e, por consequência, o crescimento”, explica o mentor Wallace Vieira, um dos fundadores e criadores das consagradas marcas Lei Básica Teen/Kids, Missbella e Wattz.
A empresária Laís Breder Vimercati, dona de uma empresa de vestuário, conta que começou com o serviço de mentoria após insistência do pai, um experiente executivo com mais de 20 anos de vivência no mercado. “Confesso que era um pouco receosa de dividir todos os dados corporativos com uma pessoa que mal conhecia. Não sabia se a mentoria iria agregar de fato. Achei que seria uma espécie de aconselhamento genérico. Hoje posso dizer que somos outra empresa, muito melhor, mais organizada, mais profissional”, revela.
A principal melhoria que Laís já percebeu na empresa está no planejamento a longo prazo. “Conseguimos organizar e visualizar, mais efetivamente, as próximas fases que a empresa terá que ultrapassar para alcançar o que almeja. E isso tem sido conquistado aos poucos. Atualmente estamos implementando as estratégias e ferramentas necessárias para o desenvolvimento da marca”, comenta.
A neuropsicóloga e coaching Fernanda Sabra também adotou a ideia há poucos meses. “Iniciei para tentar solucionar questões nas áreas administrativa e operacional, e todas as necessidades foram atendidas”, conta, revelando que considera o apoio do mentor para a empresa equivalente ao de um auxiliar de um técnico de futebol.
Para Fabio Barbosa, um dos mentores do programa da Revista Exames e sócio-conselheiro da Gávea Investimentos: “O mentor ajuda em questões que passam ao largo para quem está no negócio. É muito comum o empreendedor ser consumido pelo curto prazo, enquanto o mentor traz uma visão de longo prazo para o negócio. O dono da empresa vê a árvore, o mentor está vendo a floresta”.
