Dólar Em alta
4,994
28 de março de 2024
quinta-feira, 28 de março de 2024

Vitória
28ºC

Dólar Em alta
4,994

Empresa responsável por barragem rompida vai recuperar 533 nascentes do rio Doce em 2018

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Com a participação ativa do produtor rural e com o apoio de técnicos agrícolas, ambientais, agropecuários e florestais, a Fundação Renova vai recuperar 533 nascentes na segunda fase da frente de Recuperação de Nascentes e APPs. Cerca de 250 propriedades recebem auxílio para proteger 375 nascentes em Minas Gerais e 158 no Espírito Santo. A seleção das regiões ficou a cargo dos Comitês de Bacia Hidrográfica (CBH) Suaçuí, Pontões e Lagoas do rio Doce e Piranga, que definiram as cidades de Piranga, Suaçuí, Governador Valadares, Galileia, em Minas Gerais e Marilândia, Pancas e Colatina, no Espírito Santo, como foco desta etapa.

Foram diversos encontros com técnicos e educadores para tirar as últimas dúvidas dos produtores rurais e explicar sobre o cronograma, atividades e responsabilidades mútuas que envolvem o processo. Os profissionais envolvidos já deram entrada na realização da cartografia social. Esta etapa visa conhecer a fundo a história do local, da propriedade e proprietários, além de práticas produtivas e culturais, como festas e hábitos. O objetivo é integrar a cultura e os valores dos agricultores e da vizinhança ao planejamento do uso do solo. Com estas informações, será criado um projeto individualizado para cada propriedade para detalhar as práticas agropecuárias e conservacionistas a serem implantadas no local, com o foco principal na produção de água pela recuperação das nascentes. Após definido e aceito o projeto para cada área, o produtor rural vai receber, além dos insumos para as obras de recuperação, uso de maquinário e assistência técnica rural.

Na primeira etapa do programa de Recuperação de Nascentes e APPs, a Fundação Renova, em parceria com Instituto Terra, concluiu o plantio de 117 mil mudas de espécies da Mata Atlântica nas primeiras 511 nascentes de afluentes do rio Doce protegidas. A parceria, que teve início em novembro de 2016, tem o objetivo direto de promover a revitalização do rio Doce a partir da ampliação do Programa Olhos D’Água. As nascentes estão localizadas nas bacias do Suaçuí Grande (municípios de Jampruca, Campanário, Itambacuri e Frei Inocêncio – em Minas Gerais; e de Santa Maria do Doce, em Colatina, no Espírito Santo); e na bacia do rio Pancas (municípios de Pancas, Governador Lindenberg, Marilândia e Colatina, todos no Espírito Santo).

De acordo com José Almir Jacomelli, líder de Operações Agroflorestais na Fundação Renova, a maior parte das ações foi feita dentro de propriedades rurais, uma vez que as nascentes estão localizadas nestas áreas. Ao todo,

215 proprietários aderiram à proposta. Antes de promover o trabalho de plantio, os técnicos avaliaram as necessidades de intervenção.

As nascentes foram cercadas para o processo de regeneração, mas a maioria precisou de ações de enriquecimento e aumento da diversidade de espécies nativas para a completa restauração florestal. Os principais objetivos do cercamento são proteger as nascentes dos animais de grande porte e testar a capacidade do ambiente em se regenerar sozinho. “Quando uma nascente não é cercada dentro de uma área destinada à criação de gado, por exemplo, há o risco de ela ser pisoteada pelos animais, compactando o solo, prejudicando e até impedindo a saída da água”, afirma Jacomelli.

Após o cercamento, os proprietários fizeram o preparo do solo e a revegetação do entorno dos olhos d’água. Para isso, foi necessário tirar as plantas invasoras, coletar as sementes nativas da região, cultivar as mudas e plantá-las. “Fizemos um trabalho de capacitação para que eles participassem de todas as etapas”, destaca o líder.

Francisco Leal, produtor rural de Itambacuri (MG), aprendeu muito com as ações de reflorestamento. “Abraçamos a causa a partir de reuniões e dias em campo. Na propriedade onde atuo, cercamos três nascentes. O plantio chegou a mil mudas, sendo que 99% já estão em desenvolvimento”, afirma.

O plantio das mudas nativas das ações de reparação e de compensação da Fundação Renova está previsto no Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC), um acordo assinado em 2016 entre Samarco Mineração – com o apoio de suas acionistas, Vale e BHP Billiton – e o Governo Federal. A meta é recuperar 5 mil nascentes da bacia do rio Doce em 10 anos.

De acordo com o líder dos programas Socioambientais da Fundação Renova, Lucas Scarascia, a determinação do TTAC abre novas frentes de atuação na área de reflorestamento. “É uma grande oportunidade de desenvolvimento de uma rede de fornecimento de sementes e mudas produzidas localmente, acoplada às políticas públicas existentes. Abrimos caminhos para que ações como estas sirvam de exemplo para outras etapas de recuperação.”

Você por dentro

Receba nossas últimas notícias em primeira mão.

Escolha onde deseja receber nossas notícias em primeira mão e fique por dentro de tudo que está acontecendo!

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais Lidas

Notícias Relacionadas