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Em cinco anos, número de fumantes passivos cai mais de 50% em Vitória

Foto: reprodução/Web
Foto: Reprodução/Web

Vitória tem 6,9 fumantes passivos por domicílio (que acabam inalando a fumaça). Os dados são de 2016 e foram coletados pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção Para Doenças Crônicas Por Inquérito Telefônico (VIGITEL), do Ministério da Saúde. Com o Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado dia 29 de agosto, a boa notícia é que em cinco anos houve uma redução em 51,2% nesse tipo de caso.

Ainda segundo a VIGITEL, o número de fumantes passivos também caiu 34,4% em 2016 entres os adultos nas capitais brasileiras. Pode não parecer, mas esse tipo de tabagismo causa doenças e morte, porque significa inalar fumaça de cigarros (ou outros produtos derivados do tabaco) por pessoas que não fumam. Difundida no ambiente, ela faz com que as pessoas ao redor inalem a mesma quantidade de poluentes.

Para efeito de comparação, a oncologista do Centro Capixaba de Oncologia (CECON), Juliana Rocha, informou que o tabagismo é a primeira causa de mortes evitáveis no mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS); o fumo passivo está em terceiro lugar. “Grávidas em contato com fumo passivo tem risco fetal e de prematuridade. Nas crianças o sistema imunológico é bem mais frágil a alergias respiratórias. Eles ficam muito mais suscetíveis ao surgimento de asmas. Se já tem, fica pior. Quem fuma é pior mais o passivo é uma das principais causas de morte súbitas”.

Ainda de acordo com a oncologista, não existe uma dose segura para o tabagismo. Qualquer uma é prejudicial a partir do momento em que a pessoa resolve fumar. Isso porque ele libera serotonina, um neurotransmissor que atua no cérebro regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, entre outros. A dependência está ligada a ela. Cada vez que você fuma, mais vontade tem.

“São mais de 4 mil substâncias nocivas, como acetona, amônia e arsênio. A pessoa não tem noção do que fuma. É um conjunto de substâncias extremamente tóxicas e nocivas. O tabaco pode causar mais de 7 tipos de câncer. Só nesse número citado, são 70: cabeça, pescoço, faringe, boca, esôfago, pâncreas. Vários”.

Risco para o meio ambiente

Segundo a pneumologista Jéssica Polese, os fumantes passivos ficam muito lesados, principalmente quando são alérgicos. Crianças ficam suscetíveis a crise se asma e rinite. Já os adultos podem sentir náusea e dores de cabeça. A queima do tabaco também traz consequências para o meio ambiente. “Tem um viés de erro. Não sabemos até que ponto o cigarro colabora. É difícil. O que temos de certeza é que causa muito mais alergias”.

Ainda quanto a queima do papel, a médica diz que ela é extremamente perigosa. Um cigarro de palha equivale a três que contem filtro alivia. Até mesmo a posição dele na boca é fator de risco para um câncer, que também acabam aparecendo na maioria dos órgãos: pâncreas, mama, pulmão, boca. Entre outras consequências, estão a enfisema pulmonar, bronquite crônica, problemas cardíacos e crianças com baixo peso.

A pneumologista explicou ainda que o cigarro é um tipo de droga tão ruim quanto as outras, porque é psíquico. Por ser muito aceito socialmente, o fumante se entrega, integra o vício a vida e pode passar até 40 anos fumando. Isso pode ser explicado tanto pelo hábito quanto pela nicotina, responsável pela dependência. Para a médica, é preciso estar muito disposto a abandonar o vício. Cerca de 50% do sucesso no tratamento depende da própria vontade. “Se o indivíduo fuma 40 cigarros por dia, a medicação pode diminuir esse número para 5 ou 10. Mas se ele fica com isso e não tem o start mental, acaba voltando. É muito complicado. Pode ficar anos sem fumar, mas se sentir o cheiro, experimenta um e volta tudo de novo. É uma luta do dia a dia”.

Explicou ainda que o tratamento foca na nicotina, com adesivos e outros meios. Segundo a médica, que os medicamentos ocupam o chamado receptor, que fornece a sensação de resposta ao prazer e tranquilidade. Dessa forma, a dependência vai diminuindo aos poucos. “A pessoa tem que estar muito disposta a mudar os hábitos e com a cabeça muito boa para aceitar o sofrimento que é parar de fumar. Porque ele tem a sensação de bem estar. Nossa sugestão é não fumar o primeiro cigarro. Tentamos alertar a juventude a não começar. Tem pessoas que chegam aqui chorando porque sentem vergonha”, afirmou.

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