Trabalhar em equipe, entre mulheres bonitas, animadas e com histórias que se misturam. Assim atuam cerca de trinta trabalhadoras da limpeza, que mantém limpo diversos setores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Elas poderiam simplesmente chegar, limpar e irem embora, mas decidiram que fariam mais: construiriam no ambiente profissional um clima de família e amizade.
Há dois anos trabalhando com o mesmo grupo, Rosemary Peixoto, 46, diz que o melhor da equipe é que “mulher entende mulher”. “Além de hormônios, entendemos que todas temos problemas familiares, filhos e etc. Eu acho muito bom trabalhar com elas, pois nos entendemos. Criamos uma família no trabalho”, destacou.
Elizabete Souza, Marilda Faria, Anteclea Santos e Domingas Souza, concordam, e falam quase que ao mesmo tempo: a gente tira os problemas de letra. “O melhor é que chegamos fazendo festa, para começar o dia animadas. Quando um tem problema, a gente ajuda e limpamos o dia todo nesse clima”, afirmou Elizabete.
“Já tivemos colega que perderam filho ou outro parente e estávamos aqui para ajudar. Somos mulheres para qualquer situação, e aqui, com nossas vassouras, panos ou qualquer instrumento de trabalho mostramos isso”, acrescenta Marilda. Já Anteclea conclui: “Mas temos o nosso diferencial, que são os cuidados com as pequenas coisas, os mínimos detalhes”.
Coordenando a equipe, Cliciane Ferreira, destaca a feminilidade dessas “mulheres especiais” – como faz questão de classifica-las. “Elas chegam de cabelo arrumado, batom, algumas de salto, e sempre com sorriso no rosto. Isso às 6 horas da manhã. Nos encontramos uma nas história das outras e somos parceiras, nos respeitamos. Eu sou apaixonada por minha equipe”, derrete-se a encarregada.
Ela destaca que o toque feminino no trabalho tem o diferencial dos cuidados, com as coisas e as pessoas. Elas se completam e se ajudam e nós temos homens na equipe, e o carinho por eles, mas eu reconheço que o toque feminino no trato com as coisas faz a diferença”, finalizou.
Reconhecimento
Se ver toda dedicação no ambiente é motivo de alegria, imagine quando o seu trabalho resulta na alimentação de centenas de crianças. A nutricionista Marcela Lourenção diz que vibra todas as vezes que sua equipe de merendeiras, que atuam em escolas da rede publica de municípios da Grande Vitória, são elogiadas.
“Coordeno de três contratos que prestamos serviço de mão de obra de merendeira e tenho 13 nutricionistas – todas mulheres – comigo. Na hora da distribuição, no ato de ver o aluno comer, comemoramos. Eles agradecem, ficam felizes e nós também”.
